Verbo FM

André Martins (Florianópolis-SC)

Tenho 35 anos, nasci em Natal-RN, mas, há 7 anos, moro em Florianópolis-SC.

Floripa é uma das melhores cidades para se morar. Lá existe uma qualidade de vida excelente, com muitos atrativos. Possui uma beleza exuberante, é um lugar tranquilo e seguro, isto promove conforto aos moradores. É uma capital, mas, sem aquela agitação e pressão das grandes cidades. Um bom lugar para criar os filhos. Cheguei lá em 2010 e eu amo morar lá.

Contudo, nasci em Natal. Meu pai também é do Rio Grande do Norte e a minha mãe paulista. Eles se conheceram na noite, através da música, ambos são dessa área, assim como eu. A minha mãe é cantora, meu pai cantor e compositor. Ele tinha 20 anos de diferença de idade dela e viveram juntos por 16 anos.

Por volta de 1995/1996, eles se separaram. Então, eu morei um tempo sozinho, mas depois morei um tempo com meu pai.

Essa fase, para mim, foi uma das mais difíceis. Por causa da separação deles. Eu era adolescente, muito jovem, tinha uns 13 anos e, nessa fase, me afastei mesmo de Deus. Esse foi um momento de total desencontro na minha vida, me tornei rebelde, uma pessoa insubmissa, estava acompanhado de más companhias.

Com a separação, meu pai foi embora para o Rio e depois voltou para Natal e ai ele me viu naquele estado. Ele tinha conhecido uma igreja e me convidou para ir com ele, era uma igreja em um bairro bem pobre de Natal, em uma vila de pescador que fica atrás do morro do careca. Foi ali que ele encontrou forças para ser restaurado do divórcio, isso foi em 1996. Eu tive um real encontro com Deus, quando aceitei o convite do meu pai. Depois disso, passamos por um processo de restauração, inclusive no meu relacionamento com ele e minha mãe.

Ainda em Natal, no ano 2000, eu conheci o Verbo da Vida. A igreja era liderada por Marquinhos na época; lá passei três anos. Nesse tempo, eu já tocava. Era guitarrista do Eliezer Rodrigues e ele me convidou para ir para São Paulo.

Então, já formado do Rhema, em 2003 fui morar em Guarulhos. Sai de Natal com 100 reais no bolso e fui de carona num avião da fab pedi a um amigo que me colocasse em um avião cargueiro da fab e fui de Natal morar na igreja de Guarulhos.

 

Meu pai, Nazareno, partiu em 2012. Ele foi o meu melhor amigo, minha maior referência e influência. Ele era uma pessoa muito amável, generoso, divertido, espontâneo, ele acreditava muito nas pessoas, sempre pensava o melhor do próximo e, muitas vezes, sofreu por causa disso, no sentido de ser enganado, e acabava sofrendo. Como todo ser humano, ele tinha defeitos, alguns pelas deficiências da vida que teve. Ele teve 5 casamentos, 14 filhos, antes de Cristo, era de fato afastado de Deus, mas, lembro-me de quando ele aceitou Jesus, pegou as bebidas, as drogas, jogou no vaso sanitário e falou: “enquanto eu tiver fôlego de vida não toco mais nisso”.

Eu via meu pai batendo na minha mãe. Quando bebia, ele se alterava muito, mas, quando ele aceitou a Jesus, mudou radicalmente o seu comportamento.

Cresci indo para o estádio de futebol com ele, ver ABC e América e por causa dele, gosto tanto de futebol. Foi ele quem me introduziu na música e me ensinou a ter paixão por ela. Ele acreditou e investiu em mim me dando meu primeiro instrumento. Lembro quando ele pegou o violão, seu instrumento de trabalho, vendeu, comprou uma guitarra e me deu de presente. Me falou: “não tenho condição de lhe dar um estúdio, mas estude, faça o melhor que puder”.  

Meu pai não pôde me proporcionar algumas coisas que todo pai gostaria de dar ao filho como: uma boa casa, um carro, uma estrutura familiar, uma tranquilidade que as pessoas consideram como ideal, mas, ele foi muito carinhoso comigo e com as minhas irmãs, eu tenho duas irmãs do casamento dele com a minha mãe, Ana e Amanda, eu sou o mais velho dos filhos desse casamento.

As minhas irmãs eram apaixonadas por ele, ele as cativava. Era difícil alguém ter raiva do meu pai, porque ele tinha um jeito especial.

Minha mãe se chama Silvana, eu cresci muito apegado a ela. Até meus 13 anos, meu relacionamento com ela era bem próximo. Mas na separação deles algo ficou comprometido entre eu e a minha mãe. Porque eu acreditava que o motivo da separação tinha sido por ela, eu achava que ela não queria mais continuar com meu pai. Isso trouxe para mim uma marca muito forte e causou, de certa maneira, uma separação entre nós. Como eu morei um tempo sozinho, minha mãe foi morar com as minhas irmãs, depois eu fui morar com meu pai.

Eu tive muitos confrontos com ela, na época da separação, e o relacionamento não ficou bom. Fiquei aproximadamente 10 anos sem ter um relacionamento próximo à minha mãe. Claro, depois que conheci mais o Senhor e a Palavra, eu entendi que não havia apenas uma parte da história, havia outra e eu precisava amadurecer. Ela teve outro relacionamento, mas eu não considerava essa pessoa tão boa, me trazia tristeza quando eu via a minha mãe passando por pressões e desgastes e eu acreditava que, se ela estivesse com meu pai restaurado, os danos seriam menores. Mas eu não estava no lugar dela e não sabia a intensidade do que ela vivia, mas eu a respeitava, nos falávamos sempre que possível, mas, de uns cinco anos para cá, as coisas mudaram.

Antes da perda do meu pai, o Senhor me deu uma direção de juntar todo mundo da família, juntei todos e falei tudo o que estava em meu coração, pedi perdão a minha mãe, e ali foi quebrado qualquer sentimento que nos prendia. Havia esse desgaste, mas foi muito bom o encontro. Isso foi uma libertação para a gente e destravou mesmo os sentimentos. Voltei a ter aquele olhar de filho com minha mãe, passei a olhar para ela de uma maneira saudável; aquilo foi restaurado. Ela mora em Natal, mas, a cada um ou dois anos, nos encontramos. Há uns dois anos, ela abriu o coração me falou de coisas que eu não sabia e eu a entendi ainda mais.  

Em 2006, eu conheci Bia, a minha esposa, eu estava dando aula no segundo ano do Rhema no Rio de Janeiro, ela era aluna do primeiro ano (lembro que a mãe dela era minha aluna), fui ministrar no Verbo da Vida em Pedra de Guaratiba e participei do lançamento do livro do pastor Edimilson Nunes e, naquele dia, ela era a pessoa que estava fotografando, pois fazia parte da equipe da comunicação, ela logo me chamou atenção.

A partir disso, começamos a nos falar pela internet, na época MSN (risos) Passamos cerca de um ano nos falando, nos tornamos amigos, eu nunca tinha dito para ela que eu gostava dela, nem ela, éramos amigos.

Em 2007, eu fui para um acampamento de jovens na igreja da Pedra e ela se abriu comigo e falou que tinha um sentimento por mim, eu já sabia que ela gostava de mim, mas eu não tinha a mesma convicção, porque eu estava vivendo a minha “vida ministerial”, estava viajando muito, lançando CD, tinha outras prioridades. Tinha também a questão de não morar no Rio de Janeiro, então, na época, eu não via condição daquilo dar certo. De fato, eu tinha cuidado para não comprometer o sentimento dela, não queria dar esperança e não conseguir supri-la. Então, por isso, não demonstrei a mesma resposta para ela. Ai passamos uns seis meses sem nos falar…

Ainda em 2007, fui dar aula em Pedra de Guaratiba e voltamos a nos falar. Em junho do mesmo ano, começamos a namorar. Sempre fomos muito amigos, parceiros, nos falávamos todos os dias. Entre namoro e noivado se passaram dois anos e meio, mas, se fossemos juntar todos os dias que ficamos juntos pessoalmente acho que daria um mês ou dois no máximo. Uma das coisas que me fez ter a convicção que ela era a pessoa para mim foi quando falei para ela da minha expectativa de vida, que eu me via no Senhor, servindo integralmente no ministério (na época eu era ministro itinerante), não tinha salário, garantias, eu falei que a minha realidade era aquela e perguntei: “você quer essa vida para você?” Quando ela disse que sim, foi o que me deu convicção para casar com ela. Em novembro de 2009, nos casamos.

Onze meses depois de nos casarmos, assumimos o pastoreio do Verbo Florianópolis. Foram muitas novidades: casamento, ministério… Bia passou muitas coisas no ministério comigo. Ela sempre foi aquela pessoa que, independente de qualquer coisa, estava comigo.

Ela é a minha melhor amiga, minha companheira de ministério, de vida, minha confidente, eu gosto de fazê-la sorrir, se divertir, ela é uma pessoa extremamente responsável, uma mulher de caráter; com ela, não tem meio termo, pois não negocia os valores, os princípios, é muito correta, organizada, convicta daquilo que sabe que deve ser feito.

Durante uma fase difícil que passei ministerialmente e emocionalmente, ela foi um sustento para mim, apoiando, abraçando, dando suporte nesse momento.

Bia é conselheira, ela é o ponto de equilíbrio, eu sou um cara agitado, proativo para as coisas, ela me mostra o centro, o equilíbrio…

Eu sempre quis ser pai.

Por causa das fases que estávamos vivendo no ministério, sabíamos que ter um filho, naquele momento, poderia ser um desafio muito maior do que a gente iria suportar. Não pelo bebê em si, mas pelo que estávamos experimentando por fora: A igreja se estabelecendo, Bia diretora do Rhema, eu viajando, a própria igreja passando pelas fases de crescimento. Portanto, a gente não via estrutura para o bebê nascer ainda.

Ano passado, Bia colocou alguns objetivos e chegamos a algumas conclusões e foi quando estabelecemos que iriamos mudar algumas coisas em nossa vida. Isso envolvia a minha saúde, meu dia a dia e fomos nos encaixando nessa perspectiva e liberamos: “agora vamos ter o nosso filho“. Sete meses depois, eu soube que eu ia ser pai. Ele nasceu dia 7 de junho, eu nasci dia 10, quase que ele nascia no dia do meu aniversário (risos).

Ser pai é um desafio. A satisfação é algo que só sabemos quando vivemos a experiência. A alegria não dá para mensurar. Tínhamos em nosso coração que ele iria nascer no melhor tempo da nossa vida e que ele seria fruto da nossa fidelidade ao Senhor. Assim foi.

Hoje, Benicio é o nosso presente. Eu tinha uma nota em meu coração, quando Bia já estava grávida e sempre confessava: “Benicio vai ser uma criança feliz, agradável, alegre, divertido”. Dias antes dele nascer, eu tive um sonho com ele cabeludinho (risos) com o sorriso igual ao meu, branquinho e risonho o tempo todo; Ele é exatamente assim.

Ele acorda rindo e é a alegria da nossa casa. Ser pai é uma grande responsabilidade, mas meu filho trouxe prosperidade para a nossa vida. Ser pai ajuda a gente a estabelecer prioridades, a saber o que quer daqui para frente.

A Bíblia diz que os filhos são herança do Senhor. Eu creio nisso.

A criança chega para deixar você mais consciente da sua vida, do que você faz, ele só melhorou a nossa vida.

 

Como falei, cresci no meio musical. Meu pai e minha mãe eram cantores e compositores de MPB, então, naquela época, eu cresci ouvindo a boa música popular brasileira: Ivan Lins, Djavan, Tom Jobim, eram as músicas boas, não músicas deturpadas. Eram canções que falavam de valores como o amor de um para com o outro. Cresci nos ensaios dos meus pais, os via tocar na noite. Minha mãe não tinha com quem me deixar e eu (quando criança) ficava atrás da caixa de som, enquanto eles cantavam. Cresci nessa realidade.

Meu tio (irmão do meu pai), também era compositor com músicas gravadas por cantores famosos Gilson, que é autor da música “Cadinha branca”, vou citar um trechinho para você lembrar:

“Eu queria ter na vida simplesmente

Um lugar de mato verde

Pra plantar e pra colher

Ter uma casinha branca de varanda

Um quintal e uma janela

Para ver o sol nascer …”

Até meus 14 anos meu sonho era ser jogador de futebol. Cheguei a fazer teste no ABC e no Corinthians. Eu queria mesmo… só que vi que seria muito desafiador e me vi inclinado para a música de maneira muito intensa. Meu pai não me ensinou a tocar, então, fui pegando o violão, aprendendo as notas por conta própria, pegava aquelas cifras de revistas e ia tocando… os acordes, ai quando meu pai viu, começou a me ensinar.

Quando comecei a servir a Deus na igreja local, comecei a servir na música. Fui crescendo, e já fui adquirindo uma bagagem boa. Fiz conservatório de música, dei aulas para viver, tive uma vida privada por causa de toda condição e precisava ganhar dinheiro, e fiz de tudo para ser o melhor musico.

Quando conheci o Rhema e essa palavra aguçou minha veia de compositor e tenho até hoje músicas das matérias do Rhema.

Anos depois, Eliezer gravou uma música minha “Este é meu lugar” e as coisas estavam acontecendo…

Hoje sou compositor, musico e produtor.

Tenho as minhas referências musicais: Israel Houghton, Bethel Church, durante um bom tempo a Darlene Zschech, Kleber Lucas, Marcos Witt.

Quando cheguei no Verbo, algo que me chamou muito a atenção foi a palavra da fé cantada, então, Manasses Guerra teve um papel importante nesse aspecto. Foi um estimulo enorme para mim.

Eliezer Rodrigues é uma referência e parceiro no ministério. Cresci com ele, o conheço desde os 15 anos. Aliás, a minha história com ele é muito bonita.

Quando ele precisou de uma oportunidade para entrar no mercado musical e produção, meu pai foi a primeira pessoa que deu a chance a ele, isso em Natal, meu pai trabalhava em uma produtora de vídeo e viu o talento de Eliezer, deu a oportunidade para ele nessa área de produção anos atrás.

Tempos depois, Eliezer consolidado no mercado, estabelecido, meu pai quem vai até ele, e pede para ele fazer por mim o que ele fez pelo Eliezer. E ele abriu a porta e me ajudou.

Se eu pudesse traçar meu perfil, diria que uma das coisas que me mantém de pé é o fato de eu ter perspectivas para o meu futuro. Sou uma pessoa esperançosa. Eu sempre acredito que o melhor está por vir…

Me vejo estabelecendo a obra lá em Florianópolis de uma maneira saudável, vejo novas obras surgindo a partir da nossa igreja. Quero ajudar pastores, professores, ministros; quero servir.

Olhando para o aspecto Corpo de cristo, me vejo lançando livros, já escrevi o primeiro que quero lançar. Também quero lançar meu EP e quero continuar tocando o corpo de Cristo nas áreas que tenho o dom.

Me encontrei em Cristo e quero fazer o que fui chamado para fazer.  

Tenho o sonho de conhecer o mundo, tocas outras nações. Acredito que as pessoas precisam da mensagem da alegria e esperança.

Sou um jovem que tinha tudo para dar errado, mas não desisti de acreditar que haviam coisas melhores para serem vividas. Sou uma pessoa alegre, divertida, perseverante, tenho esperança que as coisas vão melhorar. Tenho muita coisa para melhorar, mas, eu sou aquela pessoa que acredita no melhor de Deus.

1

Demonstrar a gratidão é algo que eu amo fazer. Sou grato aos meus pais, ao Ministério Verbo da Vida, que conheci através do meu pastor Marquinhos, gratidão pelo que ele me mostrou de fundamento na doutrina.

Grato ao Eliezer, por ele ter aberto portas e me tratado como um irmão mais novo e um filho (risos). Sou grato pela fase que vivi em São Paulo, ao pastor Marconde e Gildete. Grato a Manasses Guerra, que viu em mim potencial para ir para Florianopolis, ele acreditou em mim.

Sou tão grato a pastor Bud e Jan Wright pelo que eles estabeleceram de valores em nós.

A Guto e Canrobert que sempre têm uma palavra boa. Sou grato a tantas pessoas, mas essas citadas me ajudaram diretamente a ser a pessoa que sou hoje.

Acredito que o ministério e a vida são construídos a partir de relacionamentos. Se não temos relacionamentos não temos vida.

Tenho gratidão ao Alexandre e a Ana Cristina, meus sogros. Eles acreditaram em mim e investiram na minha vida.

Bia, minha esposa, por estar comigo até hoje, por não ter desistido de mim e da nossa família. 

 

2 Comentários

  • Muito bom meu irmão André Martins,eu fico muito feliz por você ter construído essa linda história de vida,sei que Deus tem muito mais! Me orgulho de ser seu irmão!!!

    Resposta
  • Olá meu amado pastor!
    Sou apaixonado pelo seu chamado honro a unção que há sobre sua vida!
    Estive comentado com minha esposa: A maneira como me identifiquei com seu testemunho, parece está contando parte da minha vida.
    Deus te abençoe abraço!
    Carlos Lima

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Destaques da semana​