Verbo FM

Augusto Bandeira (Madri-Espanha)

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Sou Augusto Bandeira e tenho 31 anos.

Existem momentos marcantes em minha vida e nesse momento vou relatar alguns. Certa vez eu comecei a ler o livro: “Movidos pela eternidade”. Tem uma parte desse livro que o autor relata algo que está em Mateus no qual Jesus disse: “Muitos naquele dia dirão: “em teu nome expulsamos demônios, pregamos a Palavra, fizemos milagres, e como você diz que nós não vamos entrar no reino de Deus?”, E Jesus responde pra eles: “Se afastem de mim vocês que só praticam o mal””.

Conheço Jesus desde os 11 anos de idade. Quando comecei a estudar a Bíblia e li o texto acima pensei: Eu não estou expulsando demônios, não estou pregando a Palavra para todo mundo e ainda estou achando que vou entrar no céu? Estou vivendo uma vida dupla, pecando e apenas indo à igreja. Não vai ter esperança para mim. Foi aí que parei, me ajoelhei e orei. Esse foi o dia da mudança. Acabou a vida dupla.

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Em 2012 Deus falou comigo que era pra eu ir para o Reino Unido, Escócia, para pregar fé para o povo. Nunca tinha pensado em sair do Brasil. Eu amo demais esse país. Não pensava em ficar longe da minha família. Para mim foi muito difícil. Confesso que o chamado não foi algo tão gostoso assim no começo. Orava assim: “Pai me manda para qualquer canto do Brasil, mas para fora não”. Mas hoje eu entendo a razão.

Comecei o Rhema por duas vezes sem terminar, por causa da vida dupla citada inicialmente. Mas, na terceira vez, decidido, eu comecei e fui até o fim. Antes congregava numa igreja de visão celular e nela cheguei a ir para a Colômbia, aprendi o espanhol nessas viagens. Participava de congressos com cerca de 80 mil jovens reunidos. Parecia um país dentro do país. Nesses congressos, reuniam-se mais de 50 nações. Aos 15 anos eu já era líder de células, pregava, antes mesmo de ir pra faculdade. Eu não tinha dúvidas do meu chamado. O meu caráter foi moldado pela Palavra, porque só ela poderia fazer isso.

Aprendi inglês praticamente sozinho apenas usando a internet. A Palavra da fé aprendi com Kenneth Hagin. Como? Do youtube. Porque existem centenas de ministrações dele lá. Tanto da escola de cura, como de oração. Não li todos os livros dele ainda, mas já ouvi quase todos, porque tem pregações que já ouvi mais de 50 vezes. E ainda as escuto todos os dias.

Trabalhei no Congresso Nacional como Assessor Técnico Orçamentário para o deputado Acelino Popó. Antes de ir para Inglaterra, apareceu a oportunidade de trabalhar com o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, era tudo o que eu sempre quis, porque amo política. Política é bom demais, as pessoas não entendem como funciona, por isso falam mal e não dão valor.

Acredito que a igreja não deve se envolver com política, mas você deve sim formar a sua opinião. É o equilíbrio que funciona. Precisamos entender que o cargo é divino e se eles não fazem o que é o certo, eles serão expulsos do cargo. As pessoas não entendem isso. Aprendi muito sobre política durante esse tempo. Mas esta estação passou.

Eu sempre mergulho muito quando estou fazendo algo. Por um tempo, estudei psicologia e fui descobrindo muitas coisas boas e outras que não prestavam. Vi o que era falácia. Estudei a psicologia Freudiana, fui descobrindo Young e outros discípulos dele que eram todos doidos. Fui estudando e achei a psicologia mais cientifica e pensei: “Essa é que tem mais bom senso”, que é Behaviorismo, pensei:  essa parece a mais decente, a comportamental, mas ela também não é.

Fui mergulhando e estudando agora B. F. Skinner e, claro, ia estudando toda a parte de teoria. Como você argumenta uma teoria com a outra, passando por Max e outros sociólogos e quando fui mais para dentro, desacreditei de Deus. Virei ateu. Mas por ignorância, porque se continuasse estudando, como diz Tassos Liturgo: “Se você continuar estudando vai achar Deus. Porque o conhecimento ele liberta, não escraviza”. Se você parar de estudar, você não acha Deus, mas se você continuar estudando, mesmo que seja ateu, vai achar Deus.

Uma das provas disso foi o próprio Einstein, ele começou a estudar e falou: “Deus não existe. Essa conta está errada”. E começou a tirar Deus das equações. Sem ter um inicio no planeta ai ele falou:“Perai, as contas não batem”. Ele teve que colocar um principio, ou seja, como a Bíblia diz (e ele era judeu). Então ele chega a conclusão de que nada que acontece aqui é por acaso.

A ciência tira Deus da cena e isso percebi ao começar a estudar. Hoje, entendo porque ela tira Deus, porque, de fato, é um processo de retirada de Deus do conhecimento. Eles acham que Deus atrapalha o conhecimento, mas é exatamente o contrário. Esse processo todo que vivi me levou a achar que Deus não existia e ai entrei em colapso. Nessa época eu tinha 12 células e liderava 120 pessoas. Isso eu tinha 19 anos de idade. Mas me vi incrédulo.

Comecei a colocar outras pessoas para ministrar. Sinceramente, eu não estava crendo mais. Até que Deus foi falando comigo de novo e fui recomeçando a enxergar, mas, agora, com segurança. Isso me ajudou a sair daquela situação.

Depois disso, tive um problema para resolver e vi que não entendia nada de lei. Vi-me amarrado por não conhecer a legislação e minha mãe sempre me dizia: “Meu filho faça direito!”. E aí eu falei: “quer saber? Eu vou fazer direito”. Tranquei psicologia e fui fazer direito. E também fui cuidar das empresas da minha família. Por ter tantas responsabilidades, meu curso foi demorado, ficou mais longo que o normal. Cursei direto de 2007 a 2013. Mas, não deixo mais de terminar o que começo!

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Anos atrás meu pai faleceu devido a um câncer na cabeça. Certo dia, estávamos trabalhando e conversando e ele deu uma convulsão na minha frente, nunca tinha visto algo assim na minha vida. Levamos ele para o Hospital e logo descobrimos o problema. Meu pai recebeu acompanhamento do Verbo da Vida e foi uma ajuda fantástica para nós. Nos sentimos acolhidos, porque a igreja pegou junto conosco e isso me impactou demais.

Admirava meu pai em tudo. Meu avô também. Acho que coloco meu avô naquela categoria que a Bíblia fala ‘dos quais a Terra não foi digna’. Era um homem de verdade que não adulterava, que trabalhava, dava a sua palavra e cumpria. Um homem correto, de família, esse era meu avô e meu pai pegou muito disso, mas tinha os erros dele. Só fui descobrir esses erros quando ele começou a ficar doente. E seus erros me ensinaram demais, aprendi muito nesse período. Isso tudo forjou em mim valores de caráter e maturidade. Minha mãe sempre foi uma rocha. Tenho apenas um irmão, três anos mais velho que eu. Antônio Bandeira.

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Quando trabalhava na Câmara dos deputados, lembro que íamos fazer um evento que planejava há muito tempo. Fui fazer uma seleção para as pessoas que iam trabalhar. Uma amiga minha falou: “Pode deixar que eu mando algumas moças para trabalharem”. Lembro que ela me mostrou fotos de algumas misses, mulheres bem bonitas, nessa época, eu tinha falado para mim mesmo: “não quero me envolver com ninguém. Vou me dedicar ao meu chamado”. Mas entre as moças estava a Thays.

Ao conhecê-la até tentei me manter afastado. No trabalho apresentei as atividades e fui observando a desenvoltura dela naquilo que pedíamos para fazer. Confesso que eu tinha muitas exigências quanto a uma esposa. Porque eu já tinha sido casado bem jovem (21 anos) e desse relacionamento tenho uma filha linda. Foi um relacionamento difícil que cheguei a perder 15 quilos na época, sofri um bocado. Então, fiquei ‘com os três pés atrás’ com mulher, acabei criando uma “lista” de várias coisas que a minha mulher precisava ter. Eu sabia que tinha um chamado e teria que encontrar uma mulher com chamado e que tratasse bem a minha filha, isso era um plus a mais.

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Quando conheci a Thays fiquei fascinado por ela. Durante esse período de trabalho juntos, eu não ousei dar em cima dela, fui cuidadoso, mas foi a decisão mais certa que tomei, foi perfeito. Ela é 10 vezes mais do que eu pensava. Quando a pressão chega, ela consegue ser ainda melhor.

Casamos e fomos morar em Londres. Esse tempo que passamos lá eu trabalhava de peão e ela acordava as 5 da manhã para preparar meu café da manhã e almoço todos os dias. Nesse tempo, ficamos quase um ano ajudando o Gleison e a Marina. Mas a moeda (libra) chegou a sete reais e por mais que tivéssemos levado dinheiro do Brasil, tínhamos que trabalhar. Lá, engenheiro cuida de cozinha, curso superior em Londres é mato. Falar duas línguas em Londres é ridículo, todos devem falar inglês e o seu idioma, se você não fala, não se sobressai em nada.

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É sério! Aos 31 anos já vivi muitas coisas. Já trabalhei em muitas coisas. Mas, hoje, decidi colocar a Palavra de Deus dentro de mim, e busco vivê-la verdadeiramente. Um dos meus principais focos é andar em amor. Sou uma pessoa que ama estudar, resolver problemas, que ama pessoas, aprendi a me submeter e é muito difícil. Sou alguém que quero aprender o tempo inteiro.

Amo a minha família. Eu não quero errar. Tem muita gente olhando para mim. Não quero decepcionar Deus, sei que as pessoas mudam, elas podem nos aplaudir, mas quem nos conhece de fato, é Deus.

Fui treinado pelo Pastor Joselito e ele é um homem guiado demais, ele acreditou em nós quando nem precisava, quando não tinha porquê. Ele não desistiu de nós. Isso me dá força para acreditar nos outros e me manter firme. Todos tem suas limitações e problemas, eu dei muito trabalho e tiveram paciência comigo, portanto, eu também preciso ter paciência com os outros. As pessoas precisam de ajuda.

Temos agora diante de nós um grande desafio que é a Espanha, e sabemos que as pessoas precisam de Jesus. Certa vez, abordei uma senhora na rua e perguntei: “A senhora já ouviu falar de Jesus?” Ela perguntou: “Quem é Jesus?” Essa é uma realidade em alguns lugares. E pensamos: “estamos em 2016 e como essa pessoa está no planeta e nunca ouviu falar de Jesus?”

Famílias estão desestruturadas, eu nunca vi tantas pessoas necessitadas, eles perceberam que precisam de Deus. A Europa está aberta para ouvir a Palavra. No Canadá os pais eram bem católicos e ouviam falar de Deus e eles querem que seus filhos ouçam falar de Deus para que suas vidas mudem. Durante alguns anos, nos preparamos para o Reino Unido e aprendemos inglês, mas, agora, as coisas mudaram. A cultura também. E agora o espanhol é o idioma que vamos usar. Mudam as culturas, mudam os idiomas, mas continuam sendo vidas. Estou em Madri começando uma obra com a minha esposa. Temos muito trabalho pela frente…

 

 

4 Comentários

  • Amoooooooo esse Pastorzao auxiliar de Deus!!
    Ele é uma das minhas razões de adoração a Deus por ter por Ele ter me confiado a criar e educar esse garoto de Deus. Amor incondicional em Jesus me faz ter amor ao meu filho também de forma incondicional, amo demais!! Só me dá prazer e alegria!! Aleluia!!

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  • Conheci o Pastor Augusto quando estive em janeiro de 2017. Fomos convidados pelos nossos amigos residentes em Madri a participar de uma reunião .
    Foi maravilhoso!!!! Que palavras, que adoração!!! Naquele dia alguma coisa mudou em nossas vidas e principalmente na vida da minha filha.
    Agradeço ensamente ao Pastor Augusto Bandeira pela pregação, pelo acolhimento. Foi muito, muito importante em nossas vidas.

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  • Glória a Deus pela tua vida querido!! Me fortalece o que li sobre ti. Deus purinho!! Deus é bom o tempo todo.

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