Verbo FM

Valderí Medeiros (Campina Grande-PB)

Nasci em Campina Grande e tenho 31 anos.

Meus pais ainda não são cristãos, mas nasci em uma família bem estruturada com valores, uma família de três filhos. Três homens, minha mãe sempre desejou ter uma filha, mas aprouve a Deus ser três meninos. Sou o famoso filho do meio, tem uma famosa síndrome do filho do meio. (risos) A síndrome é assim, (quem é filho do meio sabe), o filho mais velho é a novidade, ou seja, aquele mimo, aquela besteira, aquelas coisas… (risos), o filho do meio já chega depois de ter vindo o primeiro, ou seja, já não é aquela novidade e não tem aquela coisa toda, para completar, você nem termina a sua infância e já vem o caçula e, esse vira o xodó. Ou seja, o primeiro teve o seu tempo, o caçula está tendo, mas o do meio passou.

Enfim, se você conversar com filhos do meio, eles contarão a mesma história. São 4 anos de diferença entre eu e meu irmão mais novo, o mais velho uns 5 anos. Aproveitamos bastante a infância. Tinha aquela bagunça em uma casa com 3 meninos. Imagina… sempre fui mais próximo do meu irmão mais novo. Brincávamos de coisas que não se vê mais hoje, como peão, pipa, esconde-esconde e por aí vai, infelizmente nesse mundo tecnológico se perdeu muito, o que muitas vezes em uma roda de crianças cada uma fica com seu tablete ou celular e perdem o tempo de desfrutar com os amigos, como fazíamos antigamente. Lembro que na minha infância meu pai fretava ônibus para a praia, a famosa turma da farofa (risos), geralmente, a gente ia para João Pessoa umas 3 vezes ao ano pelo menos e, tudo isso era muito bom.

Meu pai sempre foi bem próximo, principalmente pelo fato dele ter negócios em casa. Em uma época era mercearia, depois se tornou um bar, então, ele trabalhava em casa, mas não tinha muito daquele negócio afetivo, é uma coisa que olhando hoje, até sinto falta, mas acho que foi por conta da criação dele mesmo que tinha os pais sertanejos, uma criação mais dura, mas na medida do possível ele era carinhoso com a gente. Ele nunca foi muito de chegar junto para conversar. Porém, eu sempre fui aquele filho que tentava ser certinho. Não dei muito trabalho, até por ver algumas coisas do meu irmão mais velho tentei fazer diferente para não ter os mesmos problemas com os meus pais e os mesmos resultados que ele teve. Sempre fui mais reservado, em casa, chegando ao cúmulo de alguns não saberem que eu era filho dos meus pais de tão na minha que eu era. Sempre gostei de ficar em casa, até hoje sou assim.

Nunca tive problemas para estudar, sempre gostei de estudar, um “nerd” mesmo (risos), minha mãe nunca teve que pegar no meu pé para eu estudar, muito embora sempre nos apoiava para que pudesse ter oportunidades que eles não tiveram por falta do estudo. Eu sabia que precisava estudar, ficava com raiva quando tirava notas “baixas”, sempre fui aquele que brigava por meio décimo, “porque o professor colocou 9,7 e não 10?”.

Meu pai era um homem de pulso firme e quando preciso, ele corrigia, mas com a minha mãe era diferente. Com ela eu era mais próximo, embora, quando eu precisava de alguma coisa, recorria a ele, às vezes, eu queria ir a algum lugar e minha mãe dizia: “você não vai para tal canto não, a não ser que seu pai deixe”, aí eu chegava junto dele, pedia e ele deixava. Essa estratégia se leva boa parte da infância para aprender (risos).

Mas, por ser muito caseiro, o contato maior era com a minha mãe. Chegou um tempo que meu pai começou a trabalhar fora e por isso, a aproximação com ela sempre foi maior.

Eu tenho umas tias que frequentavam algumas igrejas evangélicas, eu nunca tinha atentado para o evangelho, ainda fui para a igreja católica, fiz primeira comunhão, fui coroinha por um dia, um domingo, mas acabei saindo. Nunca fui devoto à igreja, até porque a minha família não era.

Mas, quando estava no ensino médio, alguns amigos eram, eles não chegavam abertamente para falar de Jesus, mas dava para perceber a diferença na vida deles, a maneira que procediam, as brincadeiras, como eles olhavam as pessoas e isso me chamou a atenção. Certa vez, fui estudar na casa de um deles, e ele começou a falar do plano da salvação, aquele famoso diagrama que dizia: o homem pecou e tal e acaba chegando em Jesus, mas para mim aquilo não fazia muito sentido. E ele disse: “repita comigo uma oração” e eu repeti. Só que por não ter o entendimento, que hoje eu tenho, não sabia o que estava fazendo. Eu não sabia que estava aceitando a Jesus e minha vida seguiu normalmente.

Às vezes, eu brincava e ele dizia: “rapaz, cuidado, tu és crente” e eu pensava: eu não estou sabendo dessa história… (risos)

Aí teve outro amigo, mais próximo do clube dos “nerds” (risos), a gente sempre se reunia aos fins de semana para estudar, principalmente matemática. Gostávamos de resolver questões difíceis. Esse amigo me convidou para ir para a Igreja Verbo da Vida, eu fui e gostei, mas não tive muita iniciativa. Um domingo de manhã fui para a escola dominical, mesmo sem ele, pois estava com desejo de ir, na época, um adolescente ministrou, eu me converti e a partir daí algumas coisas foram mudando.

Acabei indo para a outra igreja e passei um bom tempo por lá, porque eu conhecia pessoas lá, mas a veia do Verbo estava dentro de mim… chegou, enfim, o tempo que voltei para o Verbo já na sede onde é hoje. Eu não conhecia ninguém só frequentava os cultos, estudava a palavra, mas não me envolvi em departamentos principalmente pelo fato de não conhecer muita gente na igreja não sabia como fazer para me envolver.

Em 2008, com 21 anos, me casei, com Thaty. Ela também tinha 21 anos. Nos conhecemos dois anos antes. Através de amigos em comum. Ela tinha saído de um relacionamento e eu também. E os amigos nos aproximaram, me mandaram fotos dela, ela diz que eu roubei essas fotos (risos), mas fui despertando através dos relatórios que me passaram. Somos parecidos em muitas coisas, gostamos de estar em casa, de ver filmes, apesar de que também gostamos de sair e viajar, no temperamento temos algumas diferenças. Mas, no geral, combinamos.

Começamos a conversar no dia do meu aniversário e falamos por horas, era na época do “OI 31 anos” (risos) e fomos nos conhecendo e começamos a namorar. Parecia que nos conhecíamos há anos.

Namoramos e fui conhecer os pais dela um tempo depois, namoramos por um ano e meio e, nesse período o pai dela faleceu em um acidente e, como já tínhamos desejo de casar e começávamos a fazer planos, nos casamos e fui morar com ela na casa dela e dei um apoio a eles na medida do possível dada a minha pouca idade. Sou grato a minha sogra, ela é uma benção, me respeitou, nunca invadiu a nossa privacidade, até hoje nos apoia em tudo. Eu a tenho como uma mãe.

Um tempo depois de casados, fomos fazer o Rhema e comecei a conhecer os jovens. Conheci muita gente boa, como Daniel Jardel, e perguntei como fazer para nos envolver no departamento de jovens e começamos a nos envolver no JIS (Jovens Intercessores), que era o departamento de oração dos Jovens e nos identificamos, foi o tempo que Daniel estava assumindo essa área e não paramos mais, trabalhamos em muitas coisas sempre com o coração de servir, muitos achavam que éramos da liderança pelo fato de sempre estarmos bem próximo da liderança e sempre disponíveis para ajudar em qualquer tipo de necessidade, mas não éramos, muito embora não tenha sido necessário forçar nenhuma porta, um dia surgiu a oportunidade de assumir o diaconato e conselheiros.

Nessa época, começou a minha trajetória no ministério de socorros, porque uma vez diácono, sempre diácono (risos). Foi uma experiência fantástica. O que aprendíamos no Rhema como casal colocávamos em prática no ministério. Até hoje, encontramos o pessoal que serviu conosco no diaconato e conselheiros e, é aquela festa! Pois, nunca quisemos ter apenas uma relação com nossos liderados que ficasse restrita ao serviço, logo fizemos verdadeiras amizades. Temos bastante saudade desse tempo, porque foi um tempo muito intenso e proveitoso, mas entendemos as estações e estamos felizes no que vivemos no Senhor nesse tempo.

Depois desse tempo nos Jovens, servimos ainda no Grupo Familiar e Secretaria de Missões na Igreja sede de Campina Grande. No final do ano passado, tivemos a direção de mudar para a Igreja do Jardim Paulistano, na mesma cidade, onde servimos no diaconato (está no sangue [risos]), Grupo Familiar, Igreja nas Casas e Secretaria de Missões. Tem sido uma experiência muito boa e diferente, uma vez que em uma congregação menor é mais fácil de conhecer pessoas e estreitar laços. Realmente, estamos muito felizes nessa nova estação em nossas vidas.

Thaty é muito observadora, carinhosa, dedicada e empenhada no que faz. Atenciosa, ela presta atenção em detalhes, coisa que não sei fazer. Não sei se é por ser homem, mas enfim, ela é meu ponto de equilíbrio, quando não estou vendo alguma coisa, mas nem sempre damos ouvido, muito embora nos últimos anos, tenho amadurecido no casamento e procurado ouvi-la bem mais (risos).

Todos que a conhecem percebem a sabedoria na vida dela, somos calados, os dois, até hoje a minha mãe diz que Thaty é bem calada, eu sou um pouco introspectivo com quem não conheço, ela também é assim, mas todos sabem que quando ela abre a boca para falar algo, sempre tem uma palavra sábia, um conselho, é amiga, temos uma relação de muito companheirismo. Brincamos muito, procuramos cultivar esse clima e, depois de 9 anos de casados, procuramos manter um clima bom para não ser ranzinza, ao ponto de muitas pessoas acharem que somos namorados e, isso é muito bom.

Um homem casado precisa entender o contexto que ele está inserido, entender a esposa, principalmente se ela estuda e trabalha, que é o meu caso, precisamos entender que estamos em outro tempo e precisamos deixar aquela posição machista de que a mulher tem que trabalhar fora e ainda fazer tudo. Acho que o homem precisa ser compreensivo, ele não pode colocar um peso excessivo sobre a mulher, deve ser companheiro e aprender a dividir as responsabilidades se quiser ter um lar bem estruturado. Certamente, não cheguei na perfeição disso, mas estamos crescendo a cada dia mais nessas questões (risos).

Temos o sonho de ser pais, em especial de uma filha, inicialmente (risos), que há muito tempo tem até nome, Isabela. Estamos tranquilos quanto a isso, Thaty é formada em Matemática, mas não se identificou tanto com o curso, ela até trabalha na área, mas teve vontade de fazer Arquitetura, está cursando, está quase acabando. Tudo deve acontecer no tempo certo. 

Ela tem o sonho de conhecer os Estados Unidos, especialmente Nova Iorque, sonha em andar por aquelas avenidas, cheia de sacolas nas mãos com compras… creio que seja o sonho de muitas mulheres também (risos).

Eu sempre fui uma pessoa desprendida, as oportunidades vão surgindo, eu vou agarrando e fazendo o meu melhor com aquilo. Meu sonho é agradar ao Senhor, ter uma família bem estruturada, cumprir o plano de Deus para a minha vida.

Desejamos fazer a Escola de Missões e ter a nossa filha, vamos ver como conciliar.

Sou realizado na minha profissão. Primeiro, tive o sonho de ser policial, acho que os meninos costumam ter esse sonho, aquele negócio de autoridade (risos)… depois desejei ser bombeiro, não sei o porquê, enfim, depois quis ser médico, cheguei até fazer vestibular e tudo, ai depois acabei  estudando telecomunicações e me encontrei na área de tecnologia. Achava muito massa programar as coisas, desenvolver programas e me identifiquei na área, fiz vestibular para Computação e passei, cursei e, de lá para cá, venho procurado melhorar.

Me realizo no que faço, a mente fica cansada no final de um dia de trabalho devido a ficar à frente do computador, mas profissionalmente sou muito realizado. No mundo que estamos existem muitas demandas nessa área, pois a tecnologia ou a computação se comunica com inúmeras áreas. Sinceramente não consigo me enxergar fazendo outra coisa.

Olhando para frente me vejo com a minha filha e mais alguns filhos, se possível, me vejo na Europa com a minha esposa, na França especificamente, Marselha é uma região que pulsa no nosso coração. Quero estar cumprindo o chamado do Senhor lá e ganhando muçulmanos para Cristo naquela região. Falo de uns cinco anos pra frente…

Me considero um meninão, estou com 31 anos, mas não me enxergo assim, gosto de brincadeiras as mais simples, não sou de fazer muitos amigos, mas os que tenho gosto de brincar, sou sério nas coisas do Senhor, gosto de servir, independentemente de onde for, especialmente nos bastidores, me realizo ajudando as pessoas.

Sei a hora de brincar, mas sei a hora de ser sério, sou um marido caseiro…

Muito do que sou hoje em Deus devo ao meu amigo Robson. Foi ele quem me apresentou ao evangelho. E aos jovens da sede em Campina Grande, lá aprendemos o que é ser corpo de Cristo, o que é servir na igreja local, sou grato a Artur, Monike, Bruno, Verônica e todo o pessoal dos jovens que acreditaram em nós.

Eles nos ensinaram muito do que sabemos sobre ministério de socorros, nos acompanharam, o departamento de jovens foi um lugar de crescimento, hoje estamos em outra estação, mas foi lá que aprendemos.

Agradeço aos meus pais que me ensinaram os princípios éticos e morais, mesmo sem conhecer a Palavra. Que se desprenderam de muitas coisas para que eu pudesse ter a melhor educação possível e mais possibilidades na vida.

Gratidão a minha sogra Maria Auxiliadora, que nos ajudou tanto em tantos momentos…

A minha esposa que é meu ponto de equilíbrio, ela está sempre me ajudando a ser melhor, tolera as minhas falhas e me ajuda a mudar os meus erros.

Gratidão a Helmiton, meu coordenador, fizemos o Rhema juntos, estreitamos os laços de amizade e ele me trouxe para trabalhar no Ministério Verbo da Vida e, sou grato a ele por isso. Alguém que está presente em minha vida hoje.

Gratidão ao Ministério como um todo, que é uma grande família, é fantástico trabalhar ali, não era algo que eu almejava, mas o Senhor foi guiando e acabei chegando aqui. Estou há quase 3 anos e estou muito feliz, pois tenho crescido profissionalmente. Pessoalmente, e acima de tudo, espiritualmente ,através da vida e da unção de cada um que compõe esse ministério.

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