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Wivian Klart (Campina Grande-PB)

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Nasci em Garanhuns-PE, tenho 34 anos. Eu nem sabia que existia Campina Grande-PB, mas, soube que tinha faculdade de educação física aqui. A minha família é toda de Pernambuco. Fiz o vestibular em Recife e tive a ideia de vir fazer vestibular em Campina Grande-PB (confesso que fiz só por fazer mesmo), lá eu fiquei na lista de espera e em Campina eu passei. A minha mãe me orientou: “vai para Campina, vai cursando e depois você vê onde quer ficar”. Vim, gostei e estou aqui até hoje.

Moro nessa cidade que amo e a minha casa é o lugar onde mais gosto de estar. Lá é meu lugar de descanso, refúgio; é onde estão as pessoas que mais amo. Não só os que moram, mas sempre os que amo estão por lá. Minha mãe, meu irmão, minha sogra, meus cunhados que são como irmãos. Nem me refiro ao lugar físico, a casa, porque tem muito a melhorar, mas me refiro ao lar.

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Tive uma infância muito boa em minha cidade. Sempre gostei de brincadeiras de rua tipo: pega-pega, pular-corda; aquelas brincadeiras que não vemos mais hoje em dia. Cresci dentro da igreja, meus pais trabalhavam com coral, eu morava em uma vila militar. Era bem seguro e, por isso, brincávamos na rua mesmo. Vivíamos no serviço da igreja local, até a minha adolescência.

Meu pai serviu o exército muito tempo e em casa era meio general. Tudo tinha hora para começar e acabar, hora para dormir; isso ajudou muito na minha formação. Hoje, na criação do meu filho vejo reflexos da minha criação.

Meus pais hoje são separados, mas eu sinto muitas saudades daquele tempo. Quando meu pai saia para jogar futebol e me levava com meu irmão. Uma infância tranquila, eles me ensinaram muitas coisas, a minha mãe amava a casa, amava meu pai, desde cedo ela me ensinou a cozinhar, a fazer as coisas e sou muito grata a ela por isso.

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Meu irmão é uma benção. Não consigo falar dele sem chorar e às vezes digo a minha mãe que era para ela ter tido 10 filhos, porque é muito bom ter irmão. Eu sei que um dia a ordem lógica e natural das coisas é que os pais partam primeiro, mas, esperamos que sejamos todos arrebatados. Fomos criados na igreja, hoje, meu irmão está afastado dos caminhos do Senhor, contudo, todos os dias eu oro pela volta dele e sei que isso vai acontecer. Meu irmão é um pedaço de mim e eu o amo muito.

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Sou educadora física e escolhi essa profissão, porque sempre gostei de trabalhar com pessoas. Sempre gostei de cuidar da saúde. Eu gosto muito de grupos específicos como crianças e idosos. Sempre fui muito animada e esses grupos de pessoas eram com os quais eu queria trabalhar. Praticava exercícios físicos sempre e só afinei a ideia.

Amei o curso, era o que eu sonhava. No início, eu tinha medo, porque vim de uma cidade do interior e, quando entrei na faculdade, as meninas da minha idade diziam que entravam nos cursos e se decepcionavam. Eu vinha de uma família muito simples e essa era a minha chance, se eu não gostasse, sabia que tinha que fazer até o final. A família apostava em mim, não podia decepcioná-los. Quando vi, era aquilo que eu queria. Me realizei profissionalmente e trabalhei nisso por um tempo, mas, atualmente, já não trabalho mais na área.

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Sempre sonhei em casar, ter a minha casa. Isso foi quebrado um pouco quando meus pais se separaram. Confesso que fiquei meio decepcionada com casamento. Até namorava, mas dizia: “casamento é ilusão, uns dão certo, outros não”. Claro que nessa época eu ainda não conhecia a Palavra como hoje. Fiquei meio desiludida, mas depois, o Senhor foi apascentando a minha alma e eu fui voltando a ter vontade de casar e ter filhos. Quando decidi que queria mesmo, foi muito bom.

Jason, meu esposo, foi ser o guitarrista da banda que eu era a vocalista. Nos conhecemos por causa da música. Ele se tornou meu melhor amigo inicialmente. O ambiente da música favoreceu a amizade e, posteriormente, o namoro.

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Quando duas pessoas se casam, eu acho que um dos maiores desafios a enfrentar são as diferenças da criação mesmo, a educação que cada um teve. Tem algumas coisas que nós somos bem parecidos, o fato das famílias serem cristãs, crescemos em um lar cristão e isso faz diferença. Amando o Senhor, o serviço ao Reino de Deus, a igreja, a questão do respeito aos mais velhos, as lideranças, nisso nos parecemos muito. Mas, nas coisas do dia-a-dia éramos bem diferentes.

Costumo dizer que ele não foi educado para ser esposo, ele é filho de pais sertanejos, que têm a tradição da mãe colocar a comida no prato para ele, para todos os homens da casa. Já eu, fui educada de maneira diferente. Meu pai dividia o serviço doméstico com a minha mãe, ele cozinhava por vezes, enquanto ela arrumava a casa. Então, a minha mãe nunca ficou sobrecarregada. Quando ela estava doente, meu pai assumia todo o serviço da casa e, para mim, o maior impacto no casamento foi esse. Porque eu estava acostumada com isso. E Jason, estava acostumado com a cultura dele. A cultura que a mãe faz tudo e o pai trabalha e supre as necessidades de casa, mas não ajuda muito no lar. Ao longo do tempo fomos ajustando e hoje está tudo bem.

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Temos um filho e confesso que até me arrependo de não ter tido antes, porque depois dos 30 anos já estamos mais cansados e, por isso, queria ter tido antes, para ter mais pique… Se eu pudesse, teria 5 filhos. É algo muito bom, apesar de todo o trabalho, filho é uma benção. Meu filho, Pedro, é do jeitinho que eu pedi, ele é uma benção na minha vida.

Ser mãe é maravilhoso. Conheci uma parte peculiar do amor de mãe. É um amor diferente, você não consegue explicar… Só sendo mãe para saber. Todos os dias é um desafio diferente, tem um gostinho diferente, é bem cansativo no começo, tive as minhas dificuldades, mas o Espírito Santo me ajudou muito. Já tenho vontade de ter outro e outro… Sempre quis ser mãe de um menino e Jason ser pai de uma menina, mas já estou começando com a vontade de ser mãe de menina. Vejo algumas mulheres grávidas de menina e fico pensando como seria, estou aberta para o que Deus mandar.

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2017… Eu costumo dizer que o Espírito Santo não deixa ninguém enganado. Ele já estava me dando algumas pistas do que iria acontecer. De inicio ,eu não estava entendendo, mas sabia que algo estava para acontecer. Percebi sinais que eu precisava me preparar para um tempo novo na área do louvor local. Eu estava me submetendo o tempo todo, seguindo as direções dos meus líderes e, quando chegou o convite para liderar o louvor da igreja sede em Campina Grande-PB, eu fiquei impactada. Porque na minha mente só vinha a figura de Cris (Cristiane Stefani).

Apesar de ser desafiador, eu e Jason aceitamos, porque é algo que amamos, e estamos nos divertindo. Se não tivermos cuidado, só falamos e respiramos Ministério de Música. Se não cuidarmos, vamos viver em grupos de WhatsApp do Ministério de Música. Quando vem os problemas, procuramos resolver, tem mais graça e sei que tem muito mais, é apenas o começo.

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Tenho o sonho de viajar. Muitas pessoas perguntam: “por que você não fez um CD ainda? Por que não gravou ainda? Por que não viaja e vende esse CD?” Percebo que todas as vezes que nos preparamos para fazer esse trabalho (até já fizemos orçamento e repertório), eu sentia um freio e esse freio ainda existe. Não sinto um start ainda para isso, mas o sonho de viajar pelo mundo com a música está aqui em meu coração; quero servir as pessoas. Temos alguns projetos como o ‘Reino’, e acredito que a música é uma ferramenta para servir e levantar as pessoas. Mas sem amor, será apenas um barulho como diz I Coríntios 13.

Quero ir às nações, mas também às tribos, quero ir ao sertão, tenho um carinho pelo sertão em especial. Pela música do nordeste, quero ajudar e abençoar as pessoas, levantar as pessoas que estão no campo missionário, a música é uma ferramenta poderosa para levantar a emoção das pessoas, talvez, eu chegue e só cante para eles, quero viajar eu meu marido e meu filho e as pessoas que quiserem estar junto conosco nesse projeto.

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Amizades… acho que todos já tiveram decepções com amigos, com relacionamentos, e, por isso, acabei limitando a meu esposo e a minha mãe as amizades mais chegadas. Como sempre fui muito atarefada, não tinha muito tempo e acabei me fechando para novas amizades. Mas o Senhor tratou comigo que eu precisava me abrir, porque existiam pessoas que eu poderia e deveria confiar para eu crescer, e assim, Deus tem me mostrado essas pessoas. Decidi: já que é para eu ter amigos, que sejam amigos bons. Saudáveis, amigos que creiam mais que eu, que orem junto comigo, que acreditem em meus sonhos e não amigos que amanhã desacreditem de mim ou trapaceiem. Porque eu me decepcionei muito, mas o Senhor me ajudou e tenho me aberto para novas amizades, é tudo bem novo e estou ainda meio que “pisando em ovos” mas estou caminhando. O Senhor tem me mostrado as pessoas em sonho, está acontecendo…

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Quero falar mais da minha mãe. Ela é uma mulher guerreira. Após a separação, ela teve que tocar a vida com a gente. Lembro que ela teve uma depressão e eu tive que tomar a responsabilidade da casa, porque ela estava desfalecendo e como meu irmão era mais novo, eu tive que crescer de todo jeito. Passamos por problemas financeiros, tive que trabalhar, e trazer mantimento para casa e fazer as coisas acontecerem. Me formei em educação física e fui em busca de emprego e foi bom, cresci nessa época e cresci rápido. Assumi tudo, minha mãe costurava e tive que costurar com ela. Depois que tive meu filho, larguei a atividade física como profissão, mas foi bom, me realizei, hoje, tenho outras prioridades. Eu fui feliz naquele tempo, mas hoje sou muito mais.

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Jason é a figura de Deus aqui. Ele representa Deus muito bem para mim. É um companheiro que não tenho palavras para descrever. Ele sempre quer o melhor para a família, trabalhador, não é preguiçoso (eu tinha medo de casar com um homem preguiçoso), mas ele é determinado. Cuida bem de mim e do nosso filho, é um homem muito inteligente e sempre o admirei por isso. Ele é amigo, e eu sou muito grata a Deus por ele, já passamos por muitas dificuldades, mas as vencemos juntos.

Quando acontecem dificuldades, muitas mulheres são tendenciosas em colocar a culpa no marido, pelas fases ruins que passam, e dizem: “ah porque meu marido é assim…”, mas os momentos difíceis que passamos sei que fui culpada também, e chamo a responsabilidade para mim.

Ele é um homem que gosta de promover a minha vida. Gosta de promover e levantar outros. Ele sempre vê o lado bom das pessoas. Se ele pudesse, daria tudo para ver as pessoas felizes.

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Eu tinha receio de casar com um homem que não amasse a sua mãe. Porque minha mãe dizia: “observe como ele trata a mãe dele, porque ele a tratará exatamente da mesma forma“. E, como eu disse antes, ele era meu melhor amigo e eu frequentava a casa dele, conhecia a família, via como ele falava e tratava a mãe dele. E dizia: “A mulher que casar com Jason vai ser muito feliz”, porque ele honra e respeita muito a mãe. Por sua mãe ser uma mulher de oração, uma mulher de Deus, eu pensava: “ele vai seguir as orientações dela e se dará muito bem”.

Como eu sempre tive o desejo de ter vários irmãos, e quando vi o amor dele pelos irmãos, eu via como eles são ligados um ao outro. Essa ligação não é só fisicamente, mas na alma e no espírito e, quando um olha para o outro, já sabe o que o outro está passando, pensando… Não tem competição entre eles, inveja, ciúme, porque um conquistou algo e o outro não, porque um comprou algo e o outro ainda não. Não existe isso. Achava isso lindo e, hoje, falo deles do mesmo jeito do meu irmão; eu ganhei irmãos e uma segunda mãe com a chegada da minha sogra. Um segundo pai (meu sogro) amo demais meus cunhados e o fato deles tocarem também nos uniu nem sei se eu merecia.

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Como falei, a música chegou cedo na minha vida. Meus pais já serviam nessa área, eles cantavam nos corais e cresci nesse ambiente. A primeira vez que cantei na igreja eu tinha apenas 4 anos de idade. Essa é uma das poucas que lembro na minha infância. Cantei em um projeto missionário e estavam várias crianças na minha frente. Minha tia tocava violão e eu cantava nesse evento, e, desde esse dia, o Senhor foi me mostrando, pessoas profetizavam na minha vida na área da música, minha mãe comprava aqueles discos com louvores da garotada e eu escutava para cantar no domingo na igreja. A música é minha paixão. E a minha história está atrelada a música.

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É fácil falar de outras pessoas, mas não é fácil falar de nós mesmos. Eu acho que eu sou uma pessoa forte, determinada. Sou feito um Pit bull, quando estou com um osso na boca, não solto por nada. Tudo o que colocam nas minhas mãos, eu procuro fazer. Não sou uma pessoa muito sonhadora, sou mais realista, mas quero cumprir o que Deus me confiou. Quero fazer o meu melhor.

Amo meu marido, meu filho, a minha mãe, a minha casa.

3 Comentários

  • Que coisa linda! Parabéns Vívian por deixar nascer no seu coração os sonhos de Deus! E quanto ao esposo, Deus foi maravilhosamente bondoso com vc, Jason é um pessoa ímpar, lembro da nossa adolescência na igreja e observava como ele amava o que o Senhor confiava a ele, então eu não tenho dúvidas do amor dele por vc, vcs são lindos!

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  • Deus te abençoe!!! Eu fui tremendamente impactada por sua vida na conferencia de musica no ano passado!! Avance!Você é uma benção! é so o começo de coisas ainda maiores!

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