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O fim do mundo

Você já teve a impressão de que esse assunto é mais falado nos filmes do que nas igrejas? Foi esse pensamento que me veio um dia desses, quando vi um documentário na televisão sobre o suposto fim do mundo previsto para acontecer em Dezembro deste ano.

Mas, por que será que poucos crentes realmente falam sobre a volta de Jesus, a destruição desta Terra e a nossa eternidade, mesmo sendo um tema tão abordado nas Escrituras e de forma tão clara?

Talvez muitos se prendam às tão famosas “dificuldades” faladas ao se comentar estas questões, como as várias visões teológicas que tentam explicar a sequência de fatos que estão para acontecer. Outros chegam ainda a se basear naquele velho argumento de que “já estão salvos e é isso que importa”. Eu, porém, vejo isso como um sintoma de mediocridade, ou até mesmo de preguiça.

Sim, preguiça, pois nós encontramos visões diferentes acerca de qualquer assunto relacionado à Bíblia, desde nossa salvação, até aos benefícios e poderes que ela nos proporciona. Entretanto, ainda assim nos dispomos a estudar e estabelecer verdades bíblicas sobre estes outros temas, o que prova que essa não pode ser uma desculpa aceitável para não estudar sobre o futuro.

Muitas pessoas não gostam da Palavra “escatologia”, que é o nome dado ao estudo das últimas coisas. Outros, talvez desmotivados pela quantidade de informações diferentes que já ouviram a respeito disto, acabam desistindo e optando por tópicos que classificam como mais “simples”.

Acredito, contudo, que um assunto bíblico torna-se simples à medida que encontramos mais versículos falando sobre o mesmo. Sendo assim, falar sobre a volta de Jesus, o fim deste mundo e o nosso estado eterno, deveria ser o tema mais rudimentar da Palavra, pois encontramos referências a ele em praticamente todos os livros da Palavra de Deus.

De fato, as próprias Escrituras o tratam assim. Em Hebreus 6.1-2, consta uma lista do que seriam os seis princípios básicos da doutrina de Cristo, dentre os quais, dois se destacam pelo seu conteúdo predominantemente futurista: ressurreição dos mortos e juízo eterno.

Não é interessante ver que assuntos assim são colocados na mesma escala de importância que tópicos como “fé em Deus e imposição de mãos”? E se são princípios básicos para os seguidores de Cristo, sua vida e seu entendimento da Palavra nunca vão ser bem definidos se estas bases também não forem fortes.

Além disso, se lermos com atenção o Novo Testamento, vamos verificar que os discípulos sempre falavam sobre a ressurreição de Jesus como sendo uma garantia da nossa própria. Eles desejavam ardentemente o retorno do Senhor! Pedro, por exemplo, no capítulo 3 de Atos, já falava da volta de Jesus pouco mais de uma semana após ele ter sido levado aos céus entre nuvens. Paulo, em suas cartas, manifestou o desejo de estar ainda vivo no dia do arrebatamento da igreja, como se estivesse esperando este dia chegar a qualquer momento (1 Co 15.52; 1 Ts 4.15-17). João falava sobre este dia, animando seus leitores a respeito do que iria acontecer — a verdadeira manifestação dos Filhos de Deus (1 Jo 3.2).

Também é conhecido entre os estudiosos que os cristãos da igreja primitiva tinham o costume de se cumprimentar, semelhante ao que fazemos hoje em nossas igrejas. Porém, eles não se cumprimentavam com “a paz do Senhor”. Ao se encontrarem no templo, nas ruas ou em qualquer outro lugar, eles se saudavam dizendo: “Maranata!”, que quer dizer “o nosso Senhor vem”. Isso mostra que eles estavam sempre lembrando uns aos outros desta promessa, sua bendita esperança, como escreveu o apóstolo Paulo (Tt 2.13).

Outro dado que acho bastante interessante, é que mais de um terço da Bíblia (aproximadamente 37%) é composta por profecias acerca do futuro, das quais praticamente metade já se cumpriu. Bem, só podemos concluir que, se Deus fala tanto sobre o futuro, é porque tem grande interesse em que nós o conheçamos bem (Is 46.9-10).

Apesar disso tudo, eu acredito que o maior responsável pela falta de interesse das pessoas não é aquilo que não está sendo falado, mas é o fato de que o pouco que é dito, tem sido feito de forma superficial e, algumas vezes, distante da verdade.

Muitas pessoas têm uma ideia tão distorcida e, ao mesmo tempo, tão confusa sobre a eternidade, que muitos não sentem o menor desejo de estudar sobre ela e nem mesmo anelam a sua chegada. Fala-se, equivocadamente, de uma eternidade monótona, chata mesmo, onde viveremos como espíritos desencarnados, vagando pelas nuvens e tocando harpas para sempre. É impossível que uma pessoa normal seja atraída por este tipo de pensamento! Muitas vezes, eu me perguntei se essa era a verdadeira imagem do céu, ou se seria a do inferno. E o pior: muitas pessoas ensinam isto nas igrejas.

Todavia, quando expomos a verdade da Palavra de Deus às pessoas, há libertação, inclusive nesta área. Foi Deus mesmo quem colocou o desejo pelo conhecimento da eternidade no coração dos homens (Ec 3.11). Devemos alimentar este desejo, não sufocá-lo com ideias erradas.

A eternidade bíblica será um tempo maravilhoso, se é que posso falar assim, pois lá não haverá mais o tempo. Viveremos não no céu, mas numa Terra nova, talvez parecida com esta, porém não mais presa ao cativeiro da corrupção. Habitaremos numa cidade inimaginável, descrita na Palavra como um grande cubo de ouro e pedras preciosas, arquitetada e edificada pelo nosso Deus, onde Ele mesmo habitará conosco, a ponto de nem mais precisarmos do sol para nos iluminar e onde não haverá mais noite, pois a Sua glória será a nossa luz para todo sempre.

As pessoas não serão como “almas penadas” vagando pelo espaço, mas o projeto inicial de Deus irá finalmente se concretizar — espírito e alma em um corpo imortal, incorruptível, que não mais é atraído pelo pecado e que pode ter plena comunhão com a glória do Senhor. Assim como o nosso espírito foi recriado um dia, uma transformação maravilhosa irá acontecer na nossa carne – a mesma transformação que aconteceu com Jesus, três dias após a csua morte. Seremos iguais a Ele! (Fp 3.21; 1 Jo 3.2)

Que notícias maravilhosas! Como alguém pode saber destas coisas e não ficar animado quanto ao futuro? Como alguém pode saber o que Deus tem planejado para aqueles que o amam e não falar, comentar, ensinar ou pregar sobre isso? Era assim que os apóstolos e os primeiros cristãos viviam: cheios de motivação sobre o que estava para acontecer!

Dessa forma, eles não temiam mais a morte e nem tinham a sua vida como preciosa, vivendo cada dia esperando que fosse o último, não porque tinham uma vida desgraçada, mas por saberem que, por mais que vivessem uma vida abundante aqui, o que iriam experimentar depois seria incomparavelmente melhor.

Acredito que assim como o Velho Testamento foi uma sombra do que estamos vivendo hoje, tudo o que temos, somos e podemos em Cristo, aqui nesta vida, é apenas uma sombra do que está por vir.

Estamos vivendo um tempo único na história da humanidade. Alguns eventos recentes têm facilitado o entendimento das profecias bíblicas e nos dão confiança para acreditar que estamos convivendo com as últimas gerações antes da volta de Jesus. Estamos nos últimos dias, ou melhor ainda, como João escreveu, estamos nas últimas horas. Devemos viver como o outro João, o Batista, neste tempo: preparando o caminho para o Senhor.

O mundo vai acabar sim. Talvez não no fim deste ano, como muitos pensam, e certamente não da forma como os filmes mostram. Mas, com certeza irá acontecer! Claro que não precisamos ficar preocupados com isto, afinal, como o apóstolo Pedro mesmo falou: Deus já acabou com o mundo uma vez, ele tem experiência no assunto (2 Pe 3.5-7).

Nossa posição, portanto, deve ser a de conhecer sobre o futuro para não sermos pegos de surpresa (1 Ts 5.3) e estarmos prontos, vigiando, nos santificando mais a cada dia, levando o Evangelho para o maior número de pessoas que pudermos, para que elas possam participar de todas as bênçãos que estão preparadas para aqueles que creem, e sempre com uma expressão de alegria em nossos lábios: “Maranata”, ora vem Senhor Jesus!

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