Verbo FM

Vai… mas, volta!

Por Perilo Borba

“Enquanto durar a terra, não deixará de haver semeadura e colheita” (Gênesis 8.22)

Esta é uma lei natural, podemos plantar uma semente e ter uma colheita. Claro que observando as condições certas e tendo os cuidados necessários. Mas, esta é também uma lei espiritual, se é que posso chamar assim o que o apóstolo Paulo escreveu inspirado pelo Espírito Santo:

“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos” (Gálatas 6.7-9)

Isto me ensina que preciso atentar bem para o que estou semeando: ações, intenções, palavras, etc. Note que Paulo escrevia sobre “fazer o bem”. Aquilo que eu faço é uma semente que eu planto. Outras passagens bíblicas nos indicam que palavras faladas também são frutos, ou seja, originadas de uma semente (Pv. 18.20, Mt. 12.34-37). O próprio Jesus também usou esta metáfora referindo-se a Palavra de Deus na famosa Parábola do Semeador.

Muitos estão focados demais em ter uma boa colheita, mas se esquecem de que, para isto, precisam de uma boa semeadura. Outros, porque se cansam de fazer o bem, acabam não recebendo a colheita completa. Por outro lado, se eu “me cansar” de fazer o mal (arrependimento) pode ser que eu não chegue a receber a colheita completa, mas certamente terei sofrido alguns danos. Minha terra (que pode ser: coração, corpo físico ou até reputação, etc.) de alguma maneira ficará marcada negativamente por aquela semente maligna e levará tempo para restaurá-la.

Assim como leva tempo para colhermos, qualquer que seja a nossa semeadura. Salomão escreveu que muitos permanecem dispostos a fazer coisas erradas porque o juízo não vem imediatamente (Ec. 8.11).

No início do seu ministério, Jesus foi logo tratando de nos ensinar: “Aquilo que você quer que os homens lhe façam, faça você primeiramente para eles” (Mateus 7.12).

Temos que ter cuidado com o que temos feito, porque aquilo pode se voltar contra nós. É um princípio. Uma lei. Daí que surgiram expressões do tipo: “um dia é da caça, outro do caçador”. Não temos que ser os responsáveis dos outros colherem aquilo que plantaram contra nós, isto é vingança. Temos que aprender com Jesus a não revidar e nos entregar ao que julga retamente (I Pe. 2.23).

Aquilo que fazemos e, principalmente, a motivação pela qual fazemos o que fazemos, será como um “bumerangue”. Aquele objeto que, quando lançado, pode retornar ao seu ponto de origem. Ou, como se você estivesse parado em cima de uma roda em movimento. O que você solta nela pela frente, após rodar (girar) voltará lhe atingindo pelas costas. Daí pode ter surgido a expressão: “o mundo dá voltas”.

Roda é o significado da palavra Gilgal. Nome hebraico de um monte famoso no Velho Testamento. Foi lá também onde Samuel despedaçou Agague, dizendo o seguinte: “Assim como tua espada desfilhou muitas mulheres, a tua mãe ficará desfilhada também” (I Sm. 15.33).

Outras duas histórias no Velho testamento também nos mostram esse tipo de colheita:

No livro de Ester, Hamã preparou uma forca para que Mordecai vinhesse a morrer nela. Mas, depois “da roda girar” ou do “bumerangue voltar”, quem morreu lá foi o próprio Hamã. Isto me ensina que se eu preparo uma forca para que outros morram, na verdade, eu a estou preparando para a minha própria morte.

Os presidentes e sátrapas armaram contra Daniel, a fim de que ele fosse para a cova dos leões. E ele foi. Mas, Deus fez justiça! Ele saiu de lá vivo, sem dano algum. Qual o fim da história? Aqueles que o acusaram foram os que morreram naquela mesma cova. Moral da história? Se você prepara uma cova para alguém, esse alguém pode ser você mesmo.

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