Verbo FM

Além do orar

por Sergio Rodrigues

(Professor do Centro de Treinamento Bíblico Rhema)

Sim, as pessoas possuem problemas e a Bíblia traz as soluções. 

Não, quando você se converte, nem todos os seus problemas vão desaparecer, mas você sempre terá na Palavra de Deus uma direção para resolve-los e evita-los. 

Porém eu quero falar sobre algo que considero um desequilíbrio que não tem sido tratado no meio Cristão. 

Quantos consideram um absurdo quando alguma denominação ou religião rejeitam a transfusão de sangue usando a Bíblia como referência? 

Quantos acham desnecessário quando proíbem os membros de comprarem televisão porque é do diabo ou los levam a comprarem coisas na igreja, pois comprar em outro lugar é pecado?

Eu sei que são casos extremos, por isso, é fácil se escandalizar, mas ninguém cai em um buraco gigantes (a não ser que esteja distraído ou sem visão).

Quero sugerir um cenário, você descobre que uma pessoa da igreja está com depressão e foi ao psiquiatra. Qual a primeira coisa que vêm a sua mente?  (Lembre-se, você está lendo isso, provavelmente sozinho e, se mentir, estará mentindo para você mesmo e para Deus)

Talvez você pense que ela esteja em pecado, isso torna você religioso, talvez pensou que ela devia ter orado mais, isso também faz de você religioso. Se pensou que a fé dela está baixa, isso nos abre um outro leque, pois se pensou com descaso na fé dela, isso faz de você religioso, mas se pensou em como poderia ajudar, isso faz de você cristão. 

Você pode ajudar orando, se interessando, mandando uma mensagem, procurando saber se a pessoa precisa de algo, se ela tem orado e, na hora certa, auxiliar com a Palavra, mas o que tenho visto, são pessoas tentando forçar uma fé que elas não possuem. 

Elas dizem: “vem cá, vamos orar” e pronto, simplesmente viram as costas e se vão. A Bíblia afirma que a oração do justo pode muito em seus efeitos, mas gosto da versão que diz:

A oração de uma pessoa obediente a Deus tem muito poder. (Tiago 1.18). 

Jesus nos ensina por meio da parábola do bom samaritano que um homem quando foi encontrado por uma situação delicada, precisando de ajuda, foi ignorado por dois e ajudado por um. 

O que me chama atenção foi que tanto o sacerdote quanto o levita o viram, ou seja, reconheceram que havia uma necessidade, mas aparentemente ajudar aquele homem levaria tempo, a religiosidade dizia SOMOS servos, mas as atitudes provavam que não era bem assim.

A questão é que um homem samaritano (odiado pelos judeus), ao ver aquele homem (provavelmente judeu) precisando de ajuda, decide prestar socorro. 

Ele prestou socorro imediato emergencial, levou para hospedaria onde poderia receber os demais cuidados, pagou a conta e ainda ofereceu mais assistência caso fosse necessário. Ele não negou nenhum tipo de ajuda, pelo contrario, fez tudo que esteve ao seu alcance. 

Trazendo para o cenário sugerido, qual o nosso socorro imediato? Oração, mas não para por ai, precisamos continuar ajudando; levando a Palavra sim, mas acompanhando a pessoa.

Uma pessoa ferida (seja emocionalmente ou fisicamente) está com seu coração fechado para a Palavra e precisamos abrir essas portas por meio do amor. 

O amor sabe quando pregar, mas te leva a pregar com a vida antes de usar Palavras. Do que adianta dizer que tudo vai ficar bem, virar as costas e ir para casa, achando que fez muito, mas a pessoa continua lá e precisando de alguém. 

Precisamos ser sábios para entender que, antes de plantar uma semente eu preciso preparar a terra, preciso retirar as ervas daninhas. Preciso entender como a pessoa está, em que nível de fé está, e ajudá-la no que ela precisa. 

Jesus quando abordado pelo pai de um menino endemoniado, disse que tudo era possível ao que crê, mas o pai reconheceu que sua fé era fraca e Jesus o ajudou a partir desse nível. 

Não podemos forçar as pessoas a estarem em nosso nível de fé (às vezes nem nós estamos no nível que pensamos), mas devemos ajuda-las sempre, a partir de onde elas precisam. 

Encerro com três verdades que recebi dessa parábola: 

  1. Devemos ajudar uma pessoa, ainda que ela seja responsável pelo que está passando. 
  2. Devemos identificar as necessidades e não julgá-las
  3. A nossa ajuda precisa ser prática e não apenas sentir pena, e essa prática vai do nível da pessoa e não do meu.

 

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