Verbo FM

E o coração dos que servem?


Thayanna CunhaThayanna Cunha

Professora do Rhema

Temos inúmeros textos bíblicos que falam sobre o serviço eclesiástico, textos de todos os tipos, que falam sobre o serviço através dos dons ministeriais, ministério de socorros, serviço diaconal, enfim, nascemos para servir.

Na verdade a igreja precisa disso, precisamos de pessoas que trabalhem, liderem os departamentos, de pessoas no som, nas filmagens, no diaconato, no trânsito, na limpeza e pasmem! Elas não são remuneradas para isso.

Que lindo é o poder do serviço, do amor por Deus e pela obra que faz com que nos doemos até o fim para ver mais e mais pessoas ouvindo uma boa palavra!

Porém, mesmo compreendendo e fazendo parte desse grande time de pessoas que servem a Deus porque entenderam sua função no corpo, tem algo que tenho me perguntado nesses últimos meses. O que deve ter antes/durante/depois do serviço?O meu questionamento veio por um fato nada agradável de constatar, pessoas e mais pessoas que estão saindo do Caminho do Evangelho.

Comecei a perceber que uma boa parte delas estava servindo, envolvidas em departamentos, trabalhando em eventos e, de repente, saíram. Parece que a frase “Se estão servindo, estão bem” não é tão verdadeira quanto pensamos.

Temos uma sutil cultura introduzida em nosso meio que parece com o que vemos em empresas e corporações: “Se você está dentro, está, mas se você decidir sair o trem não pode parar para te esperar. Não podemos parar!” Óbvio que não estou generalizando, e me desculpe se você, amado leitor, pode me achar um tanto que agressiva, mas estou apenas juntando ideias para tentar entender a evasão que temos presenciado e que não pode ser maquiada.

Uma das causas que detectei foi exatamente pela expressão que usei acima “o trem não pode parar!” A igreja (não entenda apenas uma denominação, ou igreja específica) bem como a sociedade de modo geral tem vivido dias frenéticos: a tecnologia, a certeza que o Grande Dia está chegando e que temos que cumprir nosso chamado tem nos feitos cegar e esquecer que “O TREM PODE PARAR SIM”.

Temos um exemplo bíblico que nos mostra que uma rotina foi mudada para que um perdido fosse salvo:

Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e não vai após a perdida até que venha a achá-la? E achando-a, a põe sobre os seus ombros, cheio de alegria; E, chegando a casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.(Lucas 15:4-6)

Aí entra um dos meus questionamentos: Porque não estamos nos concentrando em buscar nossas ovelhas perdidas? Não temos nos mostrado tão preocupados quanto deveríamos a respeito daqueles que não estão mais conosco na nossa caminhada Cristã. E você deve concordar comigo que mandar um Whatsapp dizendo: “Paz, irmão! Tudo bem, Qualquer coisa ‘tamo junto’. Abraço” é muito pouco para uma ovelha que deve estar com fome, perdida e com medo. O Pastor da parábola não a encontrou para ver o quanto ela estava suja, mas para pô-la nos braços e levá-la para seu lugar.

Eu entendo que tem pessoas que escolhem não voltar, não querem e elas têm esse direito, dado a todo ser humano por Deus, o seu livre arbítrio.  Mas será que temos nossa mente tranquila diante de Deus como alguém que tentou de tudo para recuperar um filho Dele que se foi?

Outro questionamento que tenho é: Qual é o valor que as pessoas têm para nós?   Sim! Isso mesmo! Qual o valor que seus liderados têm para você que é líder? Que os membros da sua igreja têm para o senhor, Pastor? Qual será o valor que você e eu temos para as nossas lideranças? O que acontece é que, às vezes, queremos ter o braço(serviço), mas não queremos pagar o preço de ter o coração delas também.

Existe um texto que prezo muito no antigo testamento: E, partindo dali, encontrou a Jonadabe, filho de Recabe, que lhe vinha ao encontro, o qual saudou e lhe disse: Reto é o teu coração para comigo, como o meu o é para contigo? E disse Jonadabe: É. Então, se é, dá-me a mão. E deu-lhe a mão, e Jeú fê-lo subir consigo ao carro. E disse: Vai comigo, e verás o meu zelo para com o SENHOR. E o puseram no seu carro.( II Reis 10:15-16) Não adianta termos o braço se não temos o coração. Aprendi um dia com um homem de Deus “Se você tem o coração, o braço vem junto, mas se você tiver o braço e o coração não estiver não demorará, você perderá aquela pessoa”.

Precisamos querer mais que as aptidões de alguém, porque as pessoas não são objetos que Deus coloca em nossas mãos para nos ajudar a construir o nosso edifício, o que Deus coloca diante de nós são corações para serem cuidados e apascentados.

Infelizmente esses são questionamentos que são difíceis de responder, eu mesmo não ousaria fazê-lo dessa maneira, mas nem por isso não estou buscando as soluções. Meu intuito é nos fazer parar e pensar um pouco: O quanto vale o sacrifício de não parar o trem?

 

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