Verbo FM

O dever da misericórdia

por Bia Guedes
(Graduada do Centro de Treinamento Bíblico Rhema)

Tenho um irmão mais novo com idade de 12 anos, o Carlinho. Certo dia, fiquei incumbida de contar a história antes dele dormir e decidi colocar um desenho bíblico para que víssemos. Fiquei tão emocionada com aquele simples vídeo e o Senhor tratou algumas coisas comigo que gostaria de compartilhar.

A trama aproximava as narrativas de Jesus com o jovem rico, Zaqueu e Bartimeu para ilustrar os tesouros do céu. Vou tentar resumir um pouco do que propôs o desenho. O Bartimeu da história tinha dificuldades com o publicano, que pegava suas esmolas e, por
não ser o suficiente para quitar o débito (corrupto) que ele propunha, o levou a detenção.

Ao chegar no cárcere, o cego encontrou com Zaqueu (o mesmo publicano corrupto) e pediu
que o deixasse ir ver Jesus. Ele poderia passar o resto da sua vida preso, mas primeiro tinha que falar com o mestre, porque garantia: “se eu conseguir falar com Ele, ficarei curado”. Ele então o deixou ir.

No encontro com a multidão, Bartimeu teve problemas porque ninguém informava se Jesus
estava ou não ali, e tentavam calar a sua voz. Até que com as suas forças se esvaindo começou a clamar pelo messias (ele sabia quem estava chamando): Filho de Davi, tem misericórdia de mim. Foi empurrado e maltratado pelo povo que acompanhava o sermão.

Jesus, ouvindo-o, tirou-o do chão, ergueu o homem e perguntou o que ele queria que o
fizesse. Prontamente, o cego declarou: “que eu retorne a ver“. E Jesus respondeu “vai, a tua fé te curou”. Imediatamente ele recuperou a visão.

O publicano cruel estava observando tudo aquilo e surpreso voltou as suas posses descobrindo que seu ouro tinha perdido a cor, porque nada superava o valor da misericórdia e do amor.

Sei que nem tudo corresponde perfeitamente a narrativa bíblica pelo fato de ser um desenho infantil, mas com essa simplicidade o Espírito me ensinou. Jesus consegue ver com olhar de misericórdia as nossas fraquezas e defeitos, nossos anseios…

O nosso lado mais humano: a incapacidade de produzirmos resultados sozinhos. Ele oferece Seu braço fiel e enxerga o potencial onde só podemos ver nossas fraquezas.
Não somos nossos erros, somos muito mais. E só Ele é capaz de nos redimir de uma vida
deformada.

É isso que as pessoas precisam encontrar, um evangelho que não as condene pelos seus erros. Já existe quem faça isso (e muito bem, o acusador). A misericórdia! essa é a riqueza da vida. O amor que constrange e transforma.

“Pois será exercido um juízo sem misericórdia sobre quem também não usou de compaixão. A graça triunfa sobre o juízo”. (Tiago 2.13 (King James))

Somos a manifestação dessa graça e misericórdia. Viemos manifestar o ano aceitável do
Senhor e anunciar que as pessoas valem mais do que as coisas que podem comprar. Julgar não é nosso papel. A misericórdia triunfa sobre o julgamento. Seja branco, negro, gay ou prostituta. Jesus pagou o preço em sangue pela humanidade. Somos embaixadores dessa boa nova!

Misericórdia segundo o dicionário é sentir dor e solidariedade com relação a alguém que sofreu uma tragédia pessoal ou que caiu em desgraça. É dó, compaixão, piedade. E tem um ato concreto de manifestação desse sentimento, podendo ser perdão, graça ou clemência.

A queda causou todo esse ambiente de pecado que o mundo vive. E a compaixão (aquela pela qual Jesus era movido) tem, uma ação de graça! Não só pelos que ainda estão perdidos, mas também se algum irmão for encontrado em falta.

Conhecemos bastante o versículo de Hebreus 3.12-13, mas ele traz consigo uma grande
responsabilidade nossa, veja:

“Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado”.

Outras traduções trazem “encorajem-se” no lugar de exortar. Sabe, amigo, a maior prova de amor que você pode dar para alguém é não expor. O amor encobre multidão de pecados e isso não significa encobrir para que a pessoa continue no erro, mas é seguir a lei: o amor nos constrange.

Pessoas podem ser tentadas a desanimarem e a desenvolverem um coração incrédulo, mas
não deixaremos! Somos o corpo de Cristo. Família! Somos responsáveis uns pelos outros.
Pregue a misericórdia com um abraço, uma mão estendida e não um dedo apontado. Viva
o amor! este é o sentido do evangelho.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Destaques da semana​

Estude no Maior Centro de Treinamento Bíblico do Mundo!

Relacionados