Verbo FM

Maurício José de Oliveira (Brasília-DF)

Antes de conhecer meu pai, minha mãe tinha uma vida estável na roça. Seu nome é Guilhermina. O encontro da minha mãe com o meu pai se deu porque estava sendo construída uma ferrovia em frente à fazenda da minha avó. Na época, meu pai era construtor de ferrovia. Ele viu minha mãe na fazenda, brincando; os dois acabaram se apaixonando. Depois de um tempo casados, eles saíram de Goiás e foram para Brasília-DF. Da Vila do IAPI, eles foram para Ceilândia. Quando foram para Ceilândia, minha mãe estava grávida de mim. Eu sou o caçula de seis filhos. Nessa época, a mais velha estava com dez anos.

Após um tempo, meu pai abandonou a família. Conheceu outra pessoa e deixou minha mãe sozinha para criar todos os filhos. Algumas pessoas da família até queriam adotar alguns dos filhos para ajudar a criar, mas ela bateu o pé e acabou criando todos nós. Além de ter dado conta de todos os filhos, acabou adotando mais dois. Minha mãe foi pai e mãe! De uma família de seis filhos, fomos para oito; estão todos crescidos agora.

Mesmo assim, nossa família era muito sem sonho, sem referência de homem dentro de casa, sem referência de pai. Não possuíamos expectativa de vida. No entanto, um dia, um casal de pastores bateu no portão da minha casa. Hoje, eles são meus amigos; inclusive, já foram meus pastores e líderes. Eles pregaram o Evangelho para nós. A partir daí, houve uma mudança, um conhecimento da Palavra em nossas vidas. Minha mãe começou a ir para igreja, e nossas vidas mudaram totalmente. Conseguimos sair de um estado de miséria, por causa da Palavra. Conseguimos construir uma casa. Nossas vidas tiveram uma mudança completa, por causa do Evangelho trazido por meio de um trabalho Evangelístico.

 

Minha mãe foi uma supermãe! Uma mulher muito sábia, amorosa e acolhedora. Falar da minha mãe acaba sendo complicado, pois é tanta coisa boa! Ela foi uma heroína, para criar oito filhos sem desistir de nenhum. Um dia, ela me falou algo que me marcou muito; ela me disse: “Quando seu pai me pegou na casa da minha mãe, eu era uma mocinha. O que mais me doeu foi subir em um caminhão, usando uma bota para trabalhar de enxada”. Isso me marcou, pois eu percebi que eu não poderia nunca me divorciar, vendo o dano que uma separação, um lar destruído causa. Tenho irmãos que, até hoje, não conseguiram superar a separação dos nossos pais. Dois irmãos meus até morreram, pois não conseguiram se estabilizar na vida; não tiveram referência de homem dentro de casa. A separação dos pais pesa muito. O que mais me marcou foi, então, ela ter me falado, um dia, sobre como ela teve que trabalhar de sol a sol, por causa da rejeição do meu pai. No entanto, ela superou tudo isso.

Outra situação que me marcou muito foi o fato de, depois de 25 anos, meu pai ter voltado e ela o ajudou. Minha mãe nunca tirou a aliança. Ela até recebeu propostas para recomeçar sua vida, mas tomou a decisão de não casar de novo. Um dia, meu pai bateu na porta; ele já tinha ido lá algumas vezes, mas nunca tinha entrado em casa. Ele entrou e falou que estava doente; estava com câncer. A família dele o tinha abandonado. Ele estava com câncer na garganta, e nós passamos a cuidar dele. Tivemos duas semanas com o meu pai, pois ele teve que ficar conosco. Foi muito bom ter nosso pai dentro de casa! Foi um presente que ele nos deu durante duas semanas. Nessa época, eu tinha quase 30 anos. Nesse tempo, perguntei sobre Jesus a ele. Preguei a ele sobre a necessidade de aceitar Jesus. E ele aceitou.

Eu conheci Marineide com 18 anos. Como éramos jovens, um dia, nosso pastor pediu que escrevêssemos, em uma carta para Deus, que tipo de pessoa queríamos como marido ou esposa. Eu pedi uma morena com cabelo comprido. E ela queria um homem branco que fosse músico e pastor. Éramos da mesma igreja e da mesma equipe de louvor e acabamos nos tornando amigos. Na época, eu trabalhava no quartel, e ela trabalhava no Carrefour. Então, eu sempre tinha a desculpa de ir no mercado comprar biscoito! (risos) Ela trabalhava no caixa. Quando nossos expedientes terminavam, voltávamos juntos no mesmo ônibus.

Um dia, eu criei coragem e a pedi em namoro. Eu era muito tímido. Todo domingo, pensava em pedi-la em namoro, mas nunca criava coragem. Um dia, eu pedi para levá-la em casa, junto com uma outra amiga dela. As duas casas eram na mesma rua, mas a casa da menina era antes da casa da Marineide. Quando chegamos na casa dela, eu a pedi em namoro. Namoramos por dois anos e, depois, nos casamos.

Marineide foi a minha primeira e única namorada. Desde o início do namoro, eu a amo muito mais hoje. Ela me deu três filhos maravilhosos, incluindo um casal de gêmeos – Micaela, Hadassa e Asafe. Dos três, a Micaela é a mais quieta e a mais tímida. Ela é uma menina dengosa. Ela também é muito obediente e muito fácil de se lidar. Ama servir na igreja e nunca reclamou do chamado do pai. Ela é uma benção! Sempre nos apoiando. Com relação aos gêmeos, a Hadassa é muito inteligente. Na escola, ela é famosa, mas não é falante nem bagunceira. Ela é famosa por ser muito educada, comportada e gentil. É a melhor aluna da sala. Também é muito carinhosa e fala com todo mundo. O Asafe é bagunceiro. Ele é o mais extrovertido dos três, sendo também muito brincalhão. Não gosta de futebol nem nada disso; só gosta de coisas eletrônicas. 

Assim que nos casamos, possuíamos um acordo de não ter filhos. Então, durante os seis primeiros anos, não tivemos filhos. Mais tarde, Marineide descobriu que possuía dificuldades para engravidar, mas, no começo, nem ligávamos, pois não queríamos ter filhos. No entanto, quando Marineide ficou grávida da Micaela, tudo mudou. Micaela foi um milagre! Sete anos depois, vieram os gêmeos. Nossos filhos são muito especiais para nós! Mudaram nossas vidas!

Antes dos meus filhos, eu ainda era muito infantil, apesar de já ter 28 anos quando Micaela nasceu. Não tinha noção do que era ser pai. Quando ela engravidou, ao mesmo tempo em que fiquei feliz, também fiquei assustado. No entanto, o que mais me impactou foram os gêmeos, pois foi durante o início de um trabalho em Planaltina-GO. Quando fomos enviados para lá, ela estava grávida dos gêmeos. Então, quando eles nasceram, um dormia de minutos e acordava, e o outro dormia dez minutos e acordava. Ficávamos de dez em dez minutos acordando. Também tínhamos em estruturar a obra; era tudo novo. No entanto, vencemos o desafio! Depois de dois anos, pegamos o jeito. Tudo voltou ao normal.

Eu conheci o Rhema com a Lilian, minha sobrinha. Ela fez o Seminário Teológico Carisma em Belo Horizonte (na Igreja da Lagoinha). Um dia, ela chegou e me falou: “O que eu aprendi em Belo Horizonte está em Taguatinga, mas com o nome Rhema”. E eu vim e fiz a matrícula, pois isso era tudo que eu queria. Eu queria um treinamento! Eu precisava de um treinador. Eu comecei a fazer antes da Marineide, mas, quando eu chegava em casa, ela sempre parecia chateada. Um dia, ela me revelou que também tinha o interesse de fazer o Rhema. Conversamos com Ana Helena e ela autorizou Marineide começar já na segunda matéria. Fizemos parte da segunda turma de Taguatinga. Depois do Rhema, nossas vidas mudaram totalmente, pois o que eu mais desejava era ter um referencial. Com o passar do tempo, esse referencial de Palavra e de pessoas veio com o Rhema. Tudo passou a fluir muito melhor.

Meu referencial de liderança é o pastor Joselito. Ele é o pai que eu nunca tive. Eu sempre tive essa carência de pai. E sempre orei para Deus colocar uma pessoa para me ajudar, para ser meu treinador – uma pessoa que me ajudasse e me posicionasse. Quando eu cheguei aqui, vi isso no pastor Joselito. Ele é um amigão, um cara que fala a verdade e que me corrige. Se ele não me corrige, eu acho ruim! Eu dou graças a Deus pela confiança que o pastor tem em mim. Eu sei que tenho um chamado, mas as minhas orações a Deus têm sido assim: “Pai, eu abro mão do meu chamado para ser um suporte para o pastor Joselito”. Eu creio que isso tem acontecido. Sei que, um dia, serei enviado – e esse é o desejo do meu coração – mas, por enquanto, eu estou tranquilo no que diz respeito a trazer paz para o pastor, para que ele fique livre para cuidar de outras áreas em prol do crescimento da igreja. Deus tem colocado uma equipe muito boa de pessoas leais no diaconato, departamento que lideramos. Algumas pessoas brincam que o diaconato é uma igreja, mas eu não brinco com isso, pois não existe igreja dentro de igreja. Igreja é a igreja com um único pastor. O diaconato é um departamento dentro da igreja.

Maurício é um homem que, de inicio, é tímido, mas que se solta depois. Eu sou brincalhão também. Sou muito apaziguador. Eu me acho uma pessoa companheira, que pega junto. Dificilmente, eu desisto; se alguém me chamar para fazer algo, eu irei até o final. Eu não sou de abandonar nada. Eu também me considero um paizão para os meus filhos e um bom esposo. Nunca tive olhos para outra mulher. Sou um homem que sempre ora pela família, para que nenhum dos meus filhos se perca. Eu procuro sempre ser amigo das pessoas; quando vejo que alguém não vai com a minha cara, eu oro e sempre tento conquistar a pessoa. Deus colocou a habilidade em mim de juntar pessoas; eu fico na porta da igreja integrando elas, tentando colocá-las o mais confortável possível dentro da igreja. Eu também não aguento ver ninguém parado dentro da igreja; quando vejo pessoas talentosas no banco, fico doente. Estamos em uma época em que não podemos perder ninguém! Então, eu sou um mediador e um integrador.

Eu também gosto de jovens! Antes, no diaconato, quase não havia jovens, mas já conseguimos arrebanhar alguns jovens. Isso foi muito bom! Além de jovens, nosso diaconato também é composto por idosos. Eu procuro envolver cada um deles – mulheres, homens, senhoras, senhores e jovens. Eu gosto de mexer com gente! Gosto do desafio de mexer com gente! No meu tempo livre, quando eu não tenho mais nada para fazer, gosto de soltar pipa. Esse é o meu único esporte! Tenho um grupo de amigos da minha idade que soltam pipas; vamos para alguma área livre para disputar. Essa é a minha diversão! 

10 Comentários

  • Meu pai espiritual, foi meu lider de jovens em uma igreja em Ceilandia DF e por intermédio dele, hoje estou no Verbo da Vida, onde eu nasci novamente. Meu amigo pastor Maurício

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  • Agradeço ao nosso Pai generoso pela vida do grande amigo, irmão e conservo em Cristo Pr Mauricio, um homem de honra, colaborador e cooperador da parte de Deus. Família abençoada.

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  • Pastor Mauricio é um grande referencial de homem de Deus para mim. Essa família é um grande sucesso!

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  • Pr. Maurício é e sempre será um sucesso em tudo que se propõe a fazer. Muito dedicado e manhoso, quando percebemos já estamos envolvidos por seu amor. Não consigo passar por ele sem abraçá-lo.

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  • Grande homem de Deus ,nunca desistiu do chamado de Deus na sua vida!

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