Verbo FM

Construindo nossa identidade

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Ravine Keidann

Professora do Rhema Brasil

No aperfeiçoamento da nossa vida e desenvolvimento da nossa identidade, podemos identificar qual é a principal (ou as principais) causa(s) da imaturidade cristã e emocional. É fácil perceber que a imaturidade na idade adulta é a causa de muitos fracassos.

Devo dizer que somente em Deus nos descobrimos plenamente. Na nossa identidade eterna a paternidade é dele, Ele nos conhece como ninguém e pode nos conduzir ao nosso propósito de maneira plena. Deus nos deu responsabilidades, ferramentas e instrumentos que nos auxiliam nessa jornada.

A nossa personalidade é um instrumento maravilhoso. Ela pode nos ajudar a transformar tudo em uma oportunidade de crescimento, ou pode também nos distanciar dessas experiências geradas no relacionamento interpessoal. Diariamente lidamos com desafios, mas pensar apenas em nós mesmos e nas nossas questões não é suficiente para determinar quem nós somos.

O homem é um ser que projeta seu futuro, que se relaciona, que sonha com suas conquistas e objetivos, e tudo isso faz com que ele vá além da condição existencial que tem no momento presente, ou seja, a existência do ser humano contempla constantemente a transcendência. Esse sucesso depende do relacionamento e da conexão com as pessoas e com o mundo. Não tem como alguém perceber a si mesmo se não for com a ajuda de Deus e através do relacionamento com as pessoas. Existe uma centelha divina na humanidade.

Concluímos que na infância o indivíduo é voltado para o “eu”. O tempo passa e na adolescência o ser humano é capaz de incluir o “outro” no seu sistema de valores e em suas relações com o universo, o “eu” é particular da criança e é pequeno demais para incluir “outros”. Na adolescência há uma expansão do “eu” e torna-se necessário a inclusão de outros. Por isso, os adolescentes procuram grupos, tribos e afinidades. Procuram se conectar ao mundo de alguma forma: cabelos, roupas, linguagem e comportamentos.

Há cristãos que são como crianças. Nunca querem expandir o seu “eu”. Vivem como meninos na fé, na oração, na comunhão e nas emoções, recusam-se a crescer, estão sempre procurando uma religiosidade assistencialista e de autovalorização. São pessoas que já estão no evangelho há 5, 10, 20, 30 anos e nunca saíram do leite espiritual. E não crescem emocionalmente, não se conectam. Consideram os conflitos uma perda de tempo e focam no desgaste, ao invés de privilegiar o fato de que ninguém passa por eles e fica da mesma forma.

Paulo, em 1 Coríntios 3:1-2, diz: “Eu, porém, irmãos não vos pude falar como espirituais, e sim como carnais, como crianças em Cristo. Leite vos dei de beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podeis suportá-lo”.

Há pessoas cheias de mimos e lamentos, não sabem como se conectar com o mundo e com as pessoas, não sabem como fazer diferença no mesmo. São homens e mulheres frágeis na fé, na comunhão e nas emoções. Crentes cheios de querer e de exigências, que espiritualizam e/ou demonizam tudo e todos.

É preciso crescer e assumir as responsabilidades da maturidade. Para muitos é mais interessante viver como criança, preferem estar em igrejas com pessoas que facilitam o desempenho através de práticas e costumes, dogmas e liturgias confusas. Apreciam dizer coisas como “Eu sou assim!”, “Se não for do jeito que eu quero eu nem me envolvo”. Verdadeiros jardins de infância, que de fato estão aí para cumprir aquilo a que se propõem.

Paulo, em 1 Coríntios 14:20, diz: “Irmãos, não sejais meninos no juízo; na malícia, sim sede crianças; quanto ao juízo, sede homens amadurecidos”.

A extensão do “eu” é um sinal de maturidade. É preciso fazer a diferença neste mundo globalizado: manter amizades dentro e além das igrejas, de forma interdenominacional, envolver-se em fatos sociais, desenvolver a segurança emocional, ser capaz de autocrítica, ousar experimentar outras perspectivas, e não ocultar a realidade em troca de fantasias. Não existe “eu” se não tiver o “outro”.

Uma pessoa madura tem um relacionamento de liberdade com Deus e não foge às responsabilidades desta liberdade. Uma pessoa madura se conecta com este mundo e sabe lidar com as pessoas, com a ciência, com a arte, com a política e com o próximo. Ama o próximo sem segregar ou julgar, mas com misericórdia.

Temos o hábito de culpar o diabo pelos fracassos e por tudo, porém Paulo, em Efésios 4:14, diz: “… pela artimanha dos homens, pela astucia com que induzem ao erro”.

O texto não diz que é o diabo que provoca a imaturidade na igreja, mas sim “homens astutos que induzem ao erro.”
Ao invés de homens que induzem ao erro, devemos estar aptos a introjetar valores bíblicos que auxiliem na construção da identidade tanto espiritual quanto emocional. Esse é um dos principais atributos que a Bíblia determina para alguém que deseja ser um pastor. Os ministros de um modo geral também devem cultivar esse atributo:

“É necessário, que o bispo seja (…) apto para ensinar.” (1 Timóteo 3:2)

Ensinar a bíblia é revelar a realidade da natureza humana – espírito, alma e corpo –, mas sendo eficaz em estabelecer que para termos sucesso na vida devemos considerar a totalidade dessas dimensões do homem, integrando espírito, alma e corpo. Revelando a plenitude da humanidade. esta metanoia (mudança de mente) proporciona um crescimento tanto na vertical (para Deus), quanto na horizontal (para os homens) tornando-o a luz do mundo e o sal da terra, entendendo quem é e para que veio ao mundo.

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