Verbo FM

O divórcio é comum para você?

teresaTeresa Cristina
Diretora do Centro de Treinamento Bíblico Rhema na Lapa, São Paulo-SP

Comemoramos 20 anos de casados dia 31 de maio de 2017.

Olhando para trás posso agradecer a Deus por ter uma família estruturada e uma vida familiar equilibrada.

Ter uma família não é só ter o mesmo sangue correndo nas veias, não é só estar debaixo do mesmo teto, não é só ter uma certidão de casamento. É dividir a vida, é ter os mesmos sentimentos e comprometimentos.

Eu tive que renunciar muita coisa para dividir minha vida com Francisco, e ele teve que renunciar mais ainda por minha causa, a começar casando com uma mulher divorciada, mãe de três filhos.

Ter uma vida familiar exige renúncia, exige esforço, exige sacrifício a cada dia, mês e ano, não é uma única vez.

Quando nos conhecemos, éramos os dois divorciados, eu tinha acabado de nascer de novo, uns 5 meses provavelmente, e Francisco nem nascido de novo era. Foi um encontro “até do mundo”, posso dizer assim. Eu brinquei com ele no trânsito para que ele conhecesse uma amiga minha, ela estava um tempo sem namorado, e eu estava compadecida, ele me pareceu uma pessoa boa só de olhar. Mas, Francisco não quis saber da minha amiga, me fez passar o maior “mico” dizendo que o seu interesse era em me conhecer. Ainda bem que ele fez isso, eu ia perder o melhor de Deus para a minha vida, depois de Jesus, claro!

Eu experimentei da misericórdia de Deus e tivemos a oportunidade de começarmos de novo, agora com Deus fazendo parte da nossa vida familiar. Eu creio que o fato de que éramos desconhecedores da Palavra de Deus foi um dos fatores principais para termos esta nova chance, pois Deus não leva em conta o tempo da nossa ignorância.

Tenho observado o número de divórcios que a cada dia aumenta na igreja de Cristo, e é assustador.

Tanto eu como Francisco sempre dizemos aos casais que querem se divorciar: Se tivéssemos conhecido a Palavra de Deus antes de termos destruídos nossos casamentos, jamais teríamos feito isso. O mesmo Deus que cura as enfermidades, prospera, é o mesmo Deus que socorre os casamentos, basta que deem uma oportunidade a Ele.

O fato é que muitos não estão querendo dar esta oportunidade a Deus, e por conta do livre arbítrio os divórcios estão ficando cada dia mais “comuns” e “normais” entre os filhos de Deus. Só que isso é um engano, porque deveria ser exceções para os casos onde sabemos que a vida de alguém está exposta a riscos até de morte.

A Palavra que acompanha um divórcio se chama destruição. Alguém vai ser destruído no término dessa relação, e muitas vezes são os filhos.

“Como imagina em sua alma, assim ele é…” (Provérbios 23.7a)

Eu posso dizer que meu primeiro casamento acabou por causa disso, minhas emoções, meus pensamentos todos desalinhados com a Palavra de Deus. Hoje sei que não existe o homem perfeito, a perfeição só existe na Palavra de Deus, e ela faz o imperfeito ir “se tornando” perfeito.

Francisco era um homem bem sério, calado, e eu uma mulher barulhenta, animada, as chances do nosso casamento dar certo eram mínima. Em quatro meses de namoro decidimos morar juntos, mas em menos de trinta dias, ao acordar no meio de uma madrugada me senti como se não fosse merecedora do amor de Deus. Só de pensar nisso, eu comecei a chorar e pedi perdão a Deus. Apesar de não conhecer a Palavra, “algo” estava me dizendo que não estava certo permanecer assim, sem estar casada legalmente.

Eu acordei o Francisco e contei a ele o que estava sentindo, disse que se não fosse para casarmos direitinho, eu iria alugar um apartamento para morar com meus filhos. Ele não entendeu nada e voltamos a dormir.

Naquela manhã eu reforcei o que havia dito na madrugada. Se ele não quisesse casar, que eu preferia ser infeliz por ficar longe dele, do que continuar vivendo como estávamos e entristecer Aquele que havia entregue a vida por mim. Então, combinamos que a noite decidiríamos. Passei o dia no trabalho em jejum. Eu tinha ouvido falar que se alguém ficasse com fome, Deus ouviria sua oração, Graças a Deus que conhecimento da verdade chegou a respeito disso.

Minha oração não foi para Francisco casar comigo, foi para que a vontade de Deus fosse feita na nossa vida. Eu havia ficado 15 anos casada com o pai dos meus filhos, havia acontecido tantas coisas erradas nesse casamento, não era submissa, quando meus filhos nasceram meu mundo girava somente ao redor deles, deixava meu ex-marido de lado, fui traída, e imagino que foi por causa disso, e não havia Deus na nossa história. Dessa vez eu queria somente que Deus fosse o centro de tudo, que não fosse o nosso amor o maior peso da nossa decisão, mas algo muito maior que isso.

Nos casamos trinta dias após aquela noite, e foi aí que conhecemos os limites um do outro. Sim, existem limites num casamento, e se não são respeitados a confusão é formada.

Francisco detesta gritos, e eu gritava muito. Eu tinha o costume de chamar os meninos dentro de casa: Marcelooooo, Marciooooo, Tiagoooo… Era como se eu tivesse um megafone nas mãos.

Francisco vinha e dizia: “Teresa, vá até onde eles estão, você sabe que não gosto de gritos“.

Eu ficava “virada no giraia” porque ele me repreendia e imediatamente pensava: “Como casei com ele?”.

Um dia, logo após eu ter feito tudo isso, gritado, ficado brava porque ele reclamou, fui orar por algo que estava crendo com toda a minha fé, e a voz da minha consciência falou: “você quer que Deus responda sua oração, quando você nem ouve um pedido do seu marido de não gritar dentro de casa?”.

A partir desse dia, eu passei a me esforçar para não gritar, estava tão habituada a fazer isso que precisou esforço. E ele percebeu, e então não reclamava quando acontecia, esperou pacientemente que eu não fizesse mais, e graças ao meu ajudador, o Espírito Santo, venci.

É muito fácil apresentar a família:

Este é meu marido. Esta é minha esposa. Mas, será que são mesmo um do outro, ou são somente apresentações?

Nós decidimos não cometermos mais os mesmos erros dos casamentos anteriores que tivemos.

Francisco também tinha uma história de separação, isso aconteceu quando sua filha tinha três anos de idade. Ela sofreu, ele também sofreu, pois com a vida de executivo que tinha quase não podia vê-la e quando ela chegou na adolescência foi estudar para fazer medicina e com isso se distanciaram mais ainda.

Graças a Deus o relacionamento foi restaurado, mas tem coisas que não se recupera, como a intimidade, o dia a dia que foi perdido, e isso é algo que precisa ser colocado na balança na hora de se pensar num divórcio, sobre as perdas que isso causará. Perder os melhores dias dos filhos de cada estação de vida de um filho é uma perda irreparável.

Eu e Francisco sempre tivemos a consciência que vida familiar é uma construção. Construímos dia a dia um espaço de confiança e apoio incondicional. Sabíamos que nesse espaço, cada membro teria acolhida, carinho e compreensão, sem importar as falhas pessoais. Este lugar teria que ser um antídoto para a solidão, o desespero e a tristeza.

Por falar em tristeza, lembro de um período de quase um ano e meio no qual tive depressão e pânico. Foram os piores dias da minha vida. Mas foi o tempo em que vi meu marido me amando muito mais e me sustentando em pé com seus cuidados.

Eu cheguei um dia a planejar morrer e foi ele que Deus usou para impedir que isso acontecesse.

Eu estava internada, já era a terceira vez naquele ano, e Francisco havia montado um escritório dentro do quarto de hospital, estávamos internados a dez dias. Ele internava junto comigo, só quando precisava viajar por causa do trabalho me deixava com enfermeiras. E eu numa noite fiquei me culpando de estar causando a ele uma vida tão restrita. Afinal, ele era um executivo de sucesso e não podia desfrutar de nada disso, tinha uma esposa doente.

Eu havia feito uma cirurgia de extração de útero, junto com uma abdominoplastia, e no sétimo dia após a cirurgia comecei a ter hemorragia, e os médicos não descobriam de onde vinha a hemorragia. Com isso eu cheguei a um grau de stress tão alto que desencadeou essa doença maligna, a depressão e pânico.

Na noite que eu havia planejado a minha morte, mentalmente, o Espírito Santo usou a própria vida do Francisco para me guardar.

Estávamos internados no hospital mais bem conceituado da América Latina, e dentro da minha bolsa havia uma caixa de calmantes tarja preta, e ninguém sabia.

Eu pensei: assim que Francisco dormir, eu tomo esta caixa toda de medicação. Ele dormia em um sofá-cama que ficava a pouca distância do meu leito, e entre nós havia um criado mudo, onde estava minha bolsa. Para minha surpresa, nessa noite ele arrastou o sofá-cama até ficar bem mais perto do meu leito, só que com isso ele prendeu a porta do criado mudo, e eu não conseguiria mais pegar minha bolsa.

Eu perplexa perguntei a ele: Por que você fez isso?

Ele sorriu e respondeu: Porque te amo, e vou te proteger para sempre. Me beijou e deitou.

Não foi ele que disse isso, foi o próprio Jesus!

Eu contei ao Francisco o que eu estava disposta a fazer e, como ele havia salvo a minha vida.

Francisco me contou que “algo” como um “pensamento com uma voz” estava dizendo para ele dormir mais perto de mim, e ele assim o fez. Choramos juntos, oramos e desde aquela noite em diante a cura foi se manifestando dia após dia, e eu fui curada totalmente.

Casamento é na alegria e na tristeza. Na saúde ou na doença. Isso não são frases ditas somente na hora da cerimônia, são promessas que fazemos.

É impressionante como as pessoas querem que as promessas de Deus se cumpram na vida delas, mas não querem cumprir as promessas que fazem diante de uma nuvem de testemunhas.

Eu decidi investir mais tempo da minha vida de oração focando os casamentos. Eu decidi não mais ficar só assistindo divórcios, mas fazer algo para que o número deles retrocedam, e não mais cresçam.

Não tenho a pretensão de obrigar ninguém a ficar casado, se Deus não faz isso, muito menos eu. Mas, pretendo contar em detalhes o que Deus pensa a respeito disso na Sua Palavra. Deus não aprova o divórcio, a bíblia deixa claro que isso acontece por causa da dureza dos corações.

O que são corações duros? Corações que não se rendem a Palavra de Deus. Corações que não se rendem as pessoas. Corações que são egoístas, que só pensam em si mesmos.

Se você está lendo este artigo e sua vida familiar não está boa, corra para a Palavra de Deus, corra para a oração, para o jejum. Não corra para um advogado para fazer a partilha dos bens, se divorciar.

Talvez, você até já tenha dado uma chance para seu marido, ou esposa mudar. Não é isso que estou dizendo. Dê uma chance para Deus “trabalhar” do jeito Dele no seu casamento.

Não comece pedindo para Deus mudar o seu marido ou esposa, peça para o Espírito Santo lhe ajudar a mudar você mesmo (a).

Não foi Francisco que mudou, eu mudei, e como eu mudei, ele mudou. Ele hoje é muito mais risonho, muito mais falante, aliás, como ele diz: você está ficando muito séria.

O amor tudo crê, tudo espera e tudo suporta. Essa é a nossa história!

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