Verbo FM

Catarina Freitas (Paulista-PE)

Eu nasci em Paulista – PE. Depois fui morar em Olinda – PE. Não conheço meu pai, porque eu tinha 3 meses quando ele faleceu. Eu e minha mãe moramos com minha avó até ela falecer; depois, ficou só eu, minha mãe e minha tia. Fui criada pelas duas. Passei muito tempo passeando em Paulista-PE, porque eu morava em Olinda. Minha infância e adolescência foram lá, até os 18 anos. Quando eu tinha sete anos, eu vinha muito para Paulista, para a casa da minha tia. Ela ia para uma igreja que ficava aqui atrás; então, toda vez que eu vinha passar as férias, eu queria ir para a igreja. Até que um dia, eu perguntei se eu podia aceitar Jesus e ela disse que podia e ficou bem feliz. Foi assim que me converti, aos 7 anos. Uma semana depois, minha mãe também aceitou Jesus. Um ano depois, nos mudamos para a Igreja Verbo da Vida em Recife.

Lembro-me de um dia, em que estava acontecendo um batismo na casa da minha tia e churrasco. Herênio chegou para mim e perguntou: “Cacá, quer se batizar, não?”. Eu respondi: “E eu posso?” Ele respondeu: “Claro que pode!” Então, fui batizada naquele dia pelo Ap. Bud e o Ap. Guto Emery. Mama Jan também estava e decidiu “reafirmar” os seus votos e foi batizada de novo.

Eu tinha uma base boa da Palavra, mas, na minha adolescência, “esfriei”, por causa de influências. Eu não me desviei, pois tinha temor pela Palavra, por tudo que já tinha escutado e pelo que estava dentro de mim – essas coisas me deram forças mesmo. Eu dizia: “eu quero viver uma vida voltada para a Palavra!“ Vinha o pensamento ao decorrer de algumas coisas, mas eu preferi me afastar das amizades que eu tinha e ficar com a Palavra. Minha amiga Julie estudava comigo e ela sempre corria na hora do intervalo para me chamar para estudar a Palavra. Era engraçado que eu, às vezes, me escondia, porque queria ficar conversando. Até que, em um culto, o Senhor falou muito forte comigo, e eu fiquei realmente impactada. Ele me disse: “Cole nela e sirva ao ministério dela”. Quando terminou o culto, eu fui até ela e pedi perdão pelas vezes que tinha corrido dela. Com o tempo, nossa amizade foi “afinando” e, atualmente, somos bem próximas. Sei que eu tenho meu ministério. Sei que tenho o meu chamado individual, mas eu amo servir na minha igreja local. Amo servir ao meu pastor e à família dele. Conhecê-los desde pequena só me mostra o quanto eles são pessoas de caráter, dentro e fora do ministério.

Minha mãe é a base. Ela é muito firme e me ajudou muito na da adolescência, porque eu tive aquela fase na qual não queria ir à igreja. Eu tinha trabalhos e tarefas da escola, mas ela me obrigava a ir. Muitas vezes, eu ia chateada e, quando eu chegava lá, melhorava. Agora, vejo que a postura dela em relação a isso, em relação a muitas coisas na minha vida, foi fundamental. Como vice-líder de jovens, observo a postura de alguns pais e entendo como minha mãe foi guiada e forte! Ela permaneceu firme, porque, pelo fato de não ter um pai, ela podia querer me aliviar um pouco. Ela não é muito de falar ou de conversar, mas eu sei que toda postura que ela toma ou já tomou sempre foi pensando no meu bem. No entanto, quando precisa, ela fala mesmo!

Eu sou formada em Administração. Amo meu curso, de verdade. Eu ia fazer vestibular para área de saúde. Fiz meu primeiro vestibular para a área da saúde, mas não passei. Na época, estava me mudando, saindo de Olinda e vindo para Paulista. Não passei na federal; então, comecei a fazer cursinho para concurso. Fiz curso de informática e estava para procurar um curso de inglês, quando começou o Rhema na cidade. Decidi optar pelo Rhema; fazia cursinho durante o dia e Rhema à noite. No outro ano, meu tio ligou para mim com uma faculdade paga; ele disse: “Eu vou te dar a bolsa, e você faz o curso que você quiser”. Eu sempre quis administração. Não sei porque prestei vestibular para a área de saúde. Fiz o curso de administração e isso me ajudou bastante, porque é um curso muito amplo; com ele, você pode ir para várias áreas. Comecei a trabalhar em uma escola, como auxiliar de professora. Quando eu estava no ano da formatura, minha prima, que era a dona da escola, me chamou e disse: “vamos trabalhar comigo na secretaria”. Assim, comecei a trabalhar na área em que eu estava me formando. Fui me apaixonando cada vez mais pelo curso e, antes de terminá-lo, comecei a pós-graduação em Gestão com Pessoas e Controladoria. A pós-graduação me ajudou muito, principalmente em relação a como lidar com pessoas, como falar e se posicionar; também me ajudou a ver o lado dos outros – aspectos muito importantes para o meu ministério, porque eu era altamente fechada. Com o passar do tempo, depois fui mudando.da outra pessoa. Isso me ajudou muito quanto ao meu ministério, porque eu era altamente fechada, depois eu fui mudando.

No meio de 2014, o Senhor me mandou sair do meu emprego. Eu não sabia o que fazer. Orei muito e pensei: “É só sair!? Ok”. Quando pedi demissão, não acreditaram, porque eu era da família. E eu não conseguia explicar, porque eles não tinham o entendimento e visão da Palavra. Informei que estava saindo para estudar e eu realmente fui para os Estados Unidos. Minha intenção era estudar, tentar alguma coisa e ficar lá. Fiquei naquela nação por um mês. Lembro de um tempo em que fiquei uma semana sem conseguir dormir; só me revirava, pensando: “Meu Deus, o que eu vou fazer da minha vida?” Por mais que as portas estivessem abertas para eu voltar, eu não sabia qual era o próximo passo.

Depois de uma semana, meu pastor ligou para mim e me perguntou se eu tinha pretensão de voltar. Ele disse: “A nossa tesoureira está se aposentando. Eu estava orando e o Senhor me mostrou você”. Ele disse que ia me dar um tempo para orar, para confirmar. Na verdade, eu nunca quis trabalhar na igreja, porque minha vida era fora. Não era tempo integral no ministério. Para mim, eu já estava envolvida nos jovens; então, já estava tudo certo. Porém, o Senhor me disse: “Vai ser por aí mesmo”. Confirmei com o pastor que eu iria querer o trabalho e, quando eu voltei, nem dois dias se passaram e eu já estava trabalhando na igreja.

Às vezes, me acho nova. Eu sou nova, mas, às vezes, eu paro e penso: “Meu Deus, eu acho que eu estou no começo da minha juventude ainda”. Amadureci bastante. Acontece muita coisa na nossa vida durante 30 anos! Você amadurece em todos os sentidos, inclusive na área ministerial. Nunca imaginei que, com 30 anos de idade, eu estaria integralmente no ministério e que eu seria licenciada. Eu imaginava que iria trabalhar e ajudar financeiramente a minha igreja, investindo em pessoas e acreditando nos projetos da igreja. Quando eu saí da escola, tive mais tempo para buscar o Senhor e para me dedicar ao estudo da Palavra. Eu passava o dia trabalhando, estudava à noite e chegava muito cansada em casa. Quando saí do emprego, foi outro ambiente – você começar a ver outras coisas!

Eu vejo essa atual geração de jovens, como uma geração diferente da minha. Na minha época, salvo raras exceções, os jovens não se dedicavam tanto à Palavra. Essa geração de hoje é faminta; é muita sede e muita fome da Palavra. Eles querem e buscam saber e conhecer os porquês cada dia mais. Eu posso dizer que é uma geração não somente questionadora, mas faminta mesmo. Vemos jovens se entregando totalmente. Pelo menos, eu sinto muita diferença. Quando eles querem, eles querem. No entanto, quando eles não querem, eles não querem. É 8 ou 80!

Meu sonho que ainda não se realizou é abrir um orfanato ou uma creche. Eu não tenho vontade de ter filhos, mas eu tenho esse desejo, desde pequena, de ter uma casa, onde eu possa abrigar crianças. Penso que, quando você tem oportunidade de conhecer a Palavra e de estudar, tudo muda na sua vida. Muitas crianças não possuem essa oportunidade. Por mais que a gente vá e evangelize a família, muitas vezes, não acompanhamos de perto. Vemos tantas coisas tristes acontecendo hoje com as crianças…. Então, esse é o meu sonho! Quero ter uma casa grande para abrigar várias crianças. 

Minha mãe é meu referencial. Ela é muito firme nas decisões dela. As minhas tias também são assim! Na verdade, na minha família em si – minhas tias e meus tios – tudo o que eles decidem fazer, eles vão lá e fazem. Eles “metem a cara” e não medem esforços para nada. Acho que eu tenho um pouco da minha avó. Ela era um pouco “braba” – isso é minha base.

Atualmente, tenho uma boa relação com as minhas irmãs da parte de pai. Esse era um dos meus sonhos – me aproximar das minhas irmãs. A gente não tinha contato. Quando me mudei para Paulista, minha irmã veio morar pertinho de mim; então, todos os dias, eu estava na casa dela. Minha sobrinha tinha acabado de nascer; assim, fui me aproximando. Elas ainda não são evangélicas, mas têm aquilo de olhar para as pessoas com um olhar diferente. Elas não olham com um olhar de julgamento. Elas me ensinaram muito isso.

No ministério, tenho Sâmia Rocha como referência. Quando eu era pequena, íamos muito para as conferências de carnaval em Campina Grande – PB; então, cresci com ela e sua família (Sylvia, Gilson, Vó Lau) como inspirações. Quanto ao Pastor Bud e à Mama Jan, nem se fala, né!? Cara, tive o privilégio de escutá-los na minha infância e um pouco da adolescência, sempre quando vinham para Recife. Durante minha juventude, o Ministério cresceu e eles já não vinham tanto para cá, mas, realmente, fui privilegiada. O pastor Valter e também minha tia Cinélia foram muito importantes na minha vida. Ela é uma mulher de Deus! Tem também a família do meu atual pastor, Emílio. Eu aprendo muito com eles. O que é essa família!? Eles têm um amor muito grande pela igreja, pelo seu chamado, e pela família. Eles são ligados à família e são muito unidos, mesmo servindo no ministério e possuindo um chamado. Isso chama a minha atenção. Outras pessoas que admiro são Herênio, Heleninha, Jannayna, Ap. Guto e Suellen.

Meus amigos são a minha família. Sei que parece clichê, mas realmente são a família que eu posso escolher, porque a família de sangue a gente não escolhe. Os amigos são pessoas que estão dentro do meu “padrão”. Tenho muitos conhecidos, mas, quanto a amigos de afinidade mesmo, eu acho que são poucos. Por mais que não nos falemos sempre e por mais que cada um esteja no seu ministério e na sua chamada, somos uma família.

Eu me acho uma pessoa muito determinada, muito submissa à voz de Deus. Quando o Senhor fala algo para mim, independente de qualquer coisa, eu vou seguir, por mais que não seja o que eu queira. Eu posso ter meus sonhos e eu sei que Deus realiza os nossos sonhos, mas Ele tem planos melhores para a nossa vida. Meu sonho antigo era ser uma pessoa de grande importância em uma multinacional, em uma empresa grande; por isso, nunca pensei em abandonar o emprego, mas o Senhor me deu outro direcionamento. Passei um tempo processando, mas eu disse: “Se é o que Deus quer para mim, eu vou fazer e vou fazer bem feito!“ Eu sou assim. Sou determinada no que faço e eu tento ser excelente. Faço as coisas de coração, independente de onde eu esteja. Se estou aqui, vou trabalhar com isso e vou fazer com excelência. É isso que Deus é! Ele é um Pai excelente; então, precisamos segui-Lo.

3 Comentários

  • Que linda!! Como é maravilhoso conhecer você mais. Você é uma mulher inspiradora!! Te amo cacá !!!

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  • És Linda flor .história linda de vida te admiro muito e te Agradeço por tudo . Deus te cobrirá de sabedoria pra alcançar todos os teus sonhos , pois se vc sonhou foi Deus quem primeiro sonhou. Te Amo em Cristo Jesus. Parabéns pela linda mulher que És! !!!!!

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  • como é bom te conhecer mais, Te amo muito você é e sempre será uma referência pra minha vida amiga irmã líder te amo simplesmente te amo ???

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