Precisamos compreender o papel que a música desempenha em afetar o ministério do profeta. O terceiro capítulo de II Reis nos oferece uma exemplificação tirada do ministério do profeta Eliseu. Nos tempos do Antigo Testamento, somente os profetas, os sacerdotes e reis eram ungidos pelo Espírito para ocuparem aqueles três cargos, respectivamente. De outra forma, as pessoas não tinham a unção do Espírito de Deus, a não ser que Deus as chamasse de modo especial. Por isso, se precisassem inquirir do Senhor no tocante a algum assunto, precisavam inquirir através do profeta (o ministério do profeta é diferente durante a presente dispensação).
Um inimigo levantara-se contra a nação de Israel, que naquele período estava dividido entre si. Josafá, rei de Judá, estava conferenciando com dois outros reis – Jorão, rei de Israel, e o rei de Edom, sendo que estes últimos dois tinham abandonado a Deus, e se desviaram. Josafá perguntou: “Não há aqui algum profeta do SENHOR, para que consultemos ao Senhor por ele? (v. 11).
Um dos servos do rei de Israel mencionou Eliseu, e os três reis foram ter com este” (II REIS 3. 13, 14): “Mas Eliseu disse ao rei de Israel: Que tenho eu contigo? Vai aos profetas de teu pai e aos profetas de tua mãe. Porém o rei de Israel lhe disse: Não, porque o SENHOR é quem chamou a estes três reis para os entregar nas mãos de Moabe. Disse Eliseu: Tão certo como vive o SENHOR dos Exércitos, em cuja presença estou, se eu não respeitasse a presença de Josafá, rei de Judá, não te daria atenção, nem te contemplaria”.
O profeta Eliseu respeitava a presença de Josafá, porque o próprio Deus tinha grande estima por ele. Deus fará muitas coisas em prol do Seu próprio povo. Josafá queria que Eliseu profetizasse a respeito do povo. Josafá queria que Eliseu profetizasse a respeito da batalha iminente. Eliseu mandou trazer um tangedor, e sua unção foi aumentada.
“Ora, pois, trazei me um tangedor. QUANDO O TANGEDOR TOCAVA, VEIO O PODER DE DEUS SOBRE ELISEU. Este disse: assim diz o SENHOR…”. Eliseu passou, então, a transmitir a mensagem de vitória que Deus lhe dera” (II REIS 3. 15,16).
Veio o poder de Deus sobre Eliseu. Você notou essas palavras? O “poder de Deus” é o Espírito Santo, ou poderíamos dizer: “O poder de Deus” é a unção. Note que Eliseu não podia começar a profetizar em qualquer momento que queria, e por isso disse: “Trazei me um tangedor”. E o poder do senhor veio sobre ele quando o tangedor tocava. A música faz parte do ministério de socorros na lista em I Coríntios 12.28.
O ministério da música é um dos maiores socorros que existem. Graças a Deus pelo ministério de música!
A Bíblia tem muita coisa a dizer no tocante á música em casa quando estamos orando ou estudando a Bíblia, quão grande diferença faz! Quando Davi cantava e tocava sua harpa, o espírito maligno que perturbava o rei Saul afastava se. A música afeta todos os ministérios; tem algo que ver com a unção em todos os cargos. A música pode ajudar todos os ministros – e não somente o profeta – porque todos os ministros devem ministrar sob a unção do Espírito Santo.
O tipo certo de música e de cânticos até mesmo ajudará o mestre a ensinar melhor. Parece me, no entanto, que a música tem mais que ver com o cargo do profeta do que os demais, porque o profeta precisa ser bastante suscetível ao Espírito.
Já vimos que quando o tangedor tocava, “o poder de Deus”, ou a unção, veio sobre o profeta Eliseu, que começou a profetizar. Às vezes, a unção para ocupar o cargo de profeta é tão forte que não preciso de nada – posso entrar direto. Em outras ocasiões, preciso de alguma ajuda, assim como Eliseu.
Às vezes, convoco os cantores e os músicos a cantarem e tocarem. Se, porém, cantarem o cântico errado, estragarão a unção (e o culto). A letra, a melodia, e o ritmo talvez esteja certos, mas o cântico ainda pode estar fora de lugar.
Quando assim acontece, o Espírito de Deus se levanta de cima de mim – vai como se fosse um pássaro que sai voando. Não, o espírito Santo não cessa de habitar em mim como crente, mas aquela unção para ministrar sai para cima. A música afetará a unção. Estamos errando na área do músico.
Frequentemente, os músicos não tem consciência da sua responsabilidade. Ocupam o cargo de socorros. Precisam desenvolver uma suscetibilidade ao Espírito Santo e aprender como fluir com o Espírito. Os cantores não devem colocar-se em pé e cantar, só por cantar. Precisam estar ungidos. O próprio coro deve estar ungido. Mas as pessoas não fazem uma pausa para oração antes de ministrarem através dos cânticos. Entram na igreja, no meio da vida cotidiana, rindo e conversando. Por si só, não há nada contra isso, porque precisamos de convívio – mas, realmente, essa maneira de começar o culto é carnal, e não espiritual. Antes de os cantores ministrarem, precisam tomar tempo para ficar a sós com Deus, ou para orar juntos a fim de obterem unção.
Descobri que quando os músicos realmente fluem com o Espírito, fazem com que venha sobre mim mais fortemente a unção para exercer o cargo de profeta. Sei o que quer dizer a Escritura ao declarar que o tangedor tocou e o poder do Senhor atuou. Em certas ocasiões, quando havia o tipo certo de música, já passei para o cargo de profeta e ministrei durante três horas inteiras. A profecia simplesmente fluía de dentro de mim. Não posso ministrar assim todas as vezes – embora sempre ministre com certa medida de unção – pois existem medidas de unção.
Trecho do livro: Compreendendo a unção de Kenneth Hagin