O que podemos dizer nos casos de pessoas que não vivem em retidão e ainda ministram a Palavra?
Primeiramente necessitamos entender que o poder está na Palavra e que quando a semente, que é a Palavra, alcança a boa terra, o poder da semente entra em operação. Na parábola do semeador (Mateus 13.3-23), diz que o semeador saiu a semear.
O semeador é o instrumento, o potencial da planta está na semente. Desta mesma forma acontece com a Palavra de Deus. Ela irá promover transformação e milagres, quando lançada e encontra alguém que crê e a recebe com bom e reto coração. Deus, na Sua misericórdia pelas vidas que estão recebendo a Palavra, faz os milagres, produzindo os resultados necessários.
Agora não podemos nos esquecer da consequência drástica, para estes que estão vivendo uma vida leviana e se colocando na posição de ministrar às vidas. O apóstolo Paulo, em 1 Coríntios 9.27, afirmou: “Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão para que, pregando a outros, eu mesmo não venha ser reprovado”.
“Examinai-vos a vós mesmos, se permanecei na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados.” (2 Coríntios 13.5–RA)
Não seja hipócrita! Pelo contrário, queira, deseje ser de fato, e seja um cristão autêntico, pois de outra forma você poderá até mesmo possuir uma boa técnica de oratória, uma boa preparação do seu sermão, mas terá sua vida reprovada diante de Deus.
Portanto, devemos produzir frutos dignos de arrependimento, conforme Mateus 3.8 – RA. Ao contrário do que muita gente pensa, o fruto não está necessariamente relacionado com os resultados do seu ministério, no que diz respeito a quantos milagres aconteceram, a quanto dinheiro arrecadou, ou quantas oportunidades teve. É nos bastidores da sua vida que o fruto real será exposto e isto é o que fará a diferença diante de Deus.
Gosto muito de uma frase do Pr. João Roberto, líder da Igreja Verbo da Vida, em Campina Grande-PB: “Deus suporta sua vida pública e recompensa sua vida privada”.
Assim, tenhamos muito cuidado e procuremos sempre avaliar-nos a nós mesmos.
Que possamos ser no altar, de fato, o que somos na vida. Não é da vontade de Deus que você se perca e por isso Ele te diz: “examine sua vida, seus princípios e propósitos para que, depois de ter ganhado a muitos, você mesmo não venha a ser contado com os reprovados”.
“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.” (1 Timóteo 4.16 – RA)
Não quero, com estas palavras, trazer condenação para a sua vida e a de quem quer que seja. Na verdade, quero sim que estas palavras sejam um incentivo para uma autorreflexão e, assim, ser uma bênção, de fato, para muitos e, principalmente, para você mesmo. É bomdeixar claro que esta reprovação não está relacionada unicamente com Deus, mas, muitas vezes, vai se estender para os homens também. É muito triste ouvir: “aquele homem é excelente no discurso, mas um zero à esquerda na vida.
Eu quero é distância”. Misericórdia! Uma situação como esta é uma vergonha para o Evangelho, por isso tenha cuidado para não estar sendo motivo de escândalo.
“Disse Jesus a Seus discípulos: É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm.” (Lucas 17.1 – RA)
Sem desmerecer os conceitos e técnicas que trataremos nos próximos capítulos, gostaria de concluir com a frase de um grande amigo, Pastor Edimilson Nunes, do Rio de Janeiro, que sintetiza bem o que foi tratado até aqui: “Meu Deus, como me impressiona a exegese do bom caráter, a hermenêutica do exemplo, a homilética do temor e a oratória da integridade! Como fico perplexo com as pregações ministradas sem palavras!”
Trecho extraído do livro: Vou ministrar a Palavra. E agora?