por: Cristiano Arcoverde
Acho muito interessante a história de José do Egito. Ele sofreu abandono da sua parentela, mas não abandonou a sua confiança no Senhor e Deus era com ele, de forma que a Bíblia diz que ele prosperava em tudo que colocava as mãos porque o Senhor era com ele. Ele foi muito bem sucedido, mesmo tendo sofrido o desprezo dos seus.
“Perdoar não é fingir que nada aconteceu.
Você não sofre uma amnésia!
Você libera seu coração do peso da mágoa”
(Rev. Mauro Freire).
José poderia ter escolhido viver uma vida amargurada ou perseguidora de vingança, mas qual foi sua escolha? Seguir o plano de Deus para a sua vida. Um dia o Senhor me mostrou uma das chaves para ele não ter se perdido no meio do caminho: não guardar ressentimento e isto era tão forte dentro dele que o nome do seu filho primogênito foi Manassés.
José ao primogênito chamou de Manassés, pois disse: Deus me fez esquecer de todos os meus trabalhos e de toda a casa de meu pai. Ao segundo, chamou-lhe Efraim, pois disse: “Deus me fez próspero na terra da minha aflição” (Gênesis 41.51-52).
Que revelação maravilhosa, meu amado leitor! Saber esquecer o que passou é uma chave poderosa para o nosso coração e, consequentemente, para não nos privarmos da graça de Deus. Tem um detalhe em relação a esta palavra “esquecer” que tem trazido conflito no coração de muitos. Se você notar o texto abaixo, quando José reencontra seus irmãos ele fala sobre o que aconteceu, demonstrando que ele lembrava dos ocorridos.
Sim, ele lembrava. Esse esquecimento que José coloca como base no nome do seu filho e que é extremamente significativo, trata exatamente sobre o fato de José não ter peso de amargura, de não lançar em rosto os fatos acontecidos, no sentido de acusação e peso. Ele estava lembrado de toda sua história, mas o que fizeram contra ele não doía mais.
“Então, José, não se podendo conter diante de todos os que estavam com ele, bradou: Fazei sair a todos da minha presença! E ninguém ficou com ele, quando José se deu a conhecer a seus irmãos. E levantou a voz em choro, de maneira que os egípcios o ouviam e também a casa de Faraó. E disse a seus irmãos: Eu sou José; vive ainda meu pai? E seus irmãos não lhe puderam responder, porque ficaram atemorizados perante ele. Disse José a seus irmãos: Agora, chegai-vos a mim. E chegaram-se. Então, disse: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito. Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós. Porque já houve dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem colheita. Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra e para vos preservar a vida por um grande livramento. Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus, que me pôs por pai de Faraó, e senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito” (Gênesis 45.1-8).
José decidiu viver leve, sem peso, não levando em conta os fatos que passaram. Qual a sua escolha? Viver leve e sem peso ou viver amargurado, colocando a culpa em tudo ou em todos, o que chamo coloquialmente de terceirização de culpa. Andando leve, liberando perdão você poderá viver milagres e manifestações da graça divina porque escolheu andar neste caminho.
Filipenses foi escrito pelo apóstolo Paulo enquanto estava preso, foi um período bem difícil da sua vida e o interessante que esta epístola é denominada por alguns estudiosos da Bíblia como a carta da alegria, a carta do contentamento. Alguns versos são bem preciosos nesta carta e um deles é uma grande expressão de como devemos viver nossa vida cristã nesta terra:
“Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3.13-14).
1 Comentário
Gostei demais… expresa a verdadeira face do perdão. “O que ontem vivi e sofri, não me fez cair, e sim avanço espiritual.