“Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Filipenses 1.21).
Nessa passagem, vemos o apóstolo Paulo abrindo seu coração, com muito desejo de estar com Cristo. Ele tinha uma consciência de eternidade muito grande, por isso fez o que fez e enfrentou o que enfrentou, dando muitos frutos. Se você quiser viver por uma causa, precisa desta consciência: somos eternos. Você deseja a volta de Jesus? Ele está voltando e podemos ser arrebatados a qualquer momento. E Paulo desejava isso.
A mesma consciência de eternidade que Paulo carregava, trazia também uma grande responsabilidade. Não era só a vida dele que dependia disso, mas o destino de muitas outras pessoas também estava interligado. Em Atos 20, Paulo fala que não tinha a vida dele como preciosa.
Vou destacar algo que o Pr. Thiago Borba falou: “Quando a sua vida não é preciosa para você, será preciosa para muitas pessoas”.
Paulo tinha um grande desejo! Na Bíblia, versão Amplificada, fala que ele tinha um ardente desejo de estar com Cristo, o que considerava incomparavelmente melhor. Mas ele tinha uma causa que não era por ele nem para ele, mas pelos outros. Viver por você não vai ter a mesma graça do que viver pelos outros.
Não podemos ficar debaixo da consciência de querer apenas o benefício só para nós. Deus não nos chamou para ter compaixão de nós mesmos, mas para termos compaixão das outras pessoas. Deus não o chamou para pensar e nem para viver para si mesmo.
Não é sobre nós
Quando eu tinha dezessete anos, já servia na igreja e entendia o chamado de Deus para a minha vida, mas eu precisei renunciar algumas coisas, coisas lícitas, inclusive. Outros jovens faziam e viviam de um jeito, mas eu entendi que para a responsabilidade que eu carregava, não poderia fazer o mesmo. E isso nem sempre era fácil. Lembro-me de um momento de oração em que eu chorava e dizia para o Senhor: “Por que eu não posso viver a vida como todo mundo? Por que eu?”. E aquela voz mansa e suave falou ao meu coração: “Perilo, da sua consagração depende a vida de muitos!”. A partir daquele dia, eu entendi que minha vida não era sobre mim e nem era para mim.
Paulo entendia que a causa que ele carregava não era sobre ele, mas sobre as pessoas. Deus me trouxe do Brasil para lhe dizer que existem pessoas que dependem de você! Você não pode viver do mesmo jeito. Devido a causa que Paulo tinha, era mais necessário ele permanecer nesta terra. Apesar do grande desejo que ele carregava, ele trocou o que mais desejava pelo o que era mais necessário.
Troque o que você mais deseja pelo o que é mais necessário! Esta é uma notícia que pode não ser tão boa: nem sempre o que é mais necessário é o que você mais está desejando. Deus quer que você troque o que você mais deseja pelo o que é mais necessário. Mas você só vai decidir isso quando agarrar a sua causa e viver por ela. Saia da sua zona de conforto e faça o necessário para cuidar das pessoas e levar para elas aquilo que você recebeu de graça por parte do Senhor. O que mais “arde” em você? A sua própria vontade? Do que você tem mais fome: do que mais deseja ou do que é mais necessário? Jesus disse certa vez: “Uma comida eu tenho para comer, que é cumprir a vontade de Deus”.
“Pela fé Moisés, já adulto, recusou ser chamado filho da filha do faraó,preferindo ser maltratado com o povo de Deus a desfrutar os prazeres do pecado durante algum tempo. Por amor de Cristo, considerou sua desonra uma riqueza maior do que os tesouros do Egito, porque contemplava a sua recompensa” (Hebreus 11.24-26).
Nesse texto está o segredo de trocar o que mais deseja pelo que era mais necessário. A fé faz você viver a vontade de Deus. E para fazer o necessário, você precisa de fé, vivendo não pelo o que você sente, mas por aquilo que Deus fala para você. Você nunca vai recusar algo que precisa recusar enquanto você não preferir mais uma outra coisa. Muitos jovens não estão conseguindo recusar algumas coisas que precisam recusar porque eles ainda não estão preferindo o que precisam preferir. O que você está preferindo? Moisés recusou porque preferiu, mas ele só preferiu porque considerou algo mais valioso do que aquilo.
O que é mais valioso para você determina o que você vai preferir. O que você vai preferir, vai determinar o que você vai recusar. Para preferir você precisa considerar. O que você está considerando? Qual a maior riqueza que você tem? Quando Moisés se deparou com a sarça ardente, ele considerou o chamado de Deus como algo mais valioso.
São as mesmas palavras
Aquilo que Deus planejou para você, quando você estava no ventre da sua mãe, nunca mudará. Nada do que você pense, do que você diga para Ele ou até mesmo o que você faça, não fará Deus mudar de ideia. O chamado d’Ele é irrevogável. Ele não tem um plano B, Ele tem apenas um plano. Depois que Moisés recebeu o chamado de Deus, ele apresenta algumas desculpas ao Senhor:
“Moisés respondeu: “E se eles não acreditarem em mim nem quiserem me ouvir e disserem: ‘O Senhor não apareceu a você’?” (Êxodo 4.1).
A primeira desculpa de Moisés: “As pessoas vão dizer tal coisa…”.
Quando você tem uma causa e você a agarra ela, você precisa se livrar do medo do que as pessoas vão dizer. Não importa o que as pessoas digam para você, importa o que Deus já disse!
A segunda desculpa de Moisés: “Eu tenho tais falhas…”.
A terceira desculpa de Moisés foi se comparar com os outros.
Mas nenhuma dessas desculpas fez Deus mudar de ideia. Não importam as suas desculpas, Deus não mudará Seu plano. Para todas as suas desculpas, Ele sempre terá uma resposta. Talvez a resposta de Deus para você hoje é que você precisa trocar o que você mais deseja, pelo o que é mais necessário. Percebo em meu coração que Deus está pedindo alguns “Isaques”. Quando Deus pediu Isaque a Abraão, Ele não queria Isaque, mas Abraão. Não importa o que Deus está lhe pedindo, Ele quer você.
“Jonas obedeceu à palavra do Senhor e foi para Nínive. Era uma cidade muito grande, sendo necessários três dias para percorrê-la” (Jonas 3.3).
Não importa o quanto você tenha fugido, você não vai ouvir uma palavra nova, uma direção diferente. Deus não vai lhe pedir uma coisa diferente, porque Deus não muda de ideia. A mesma palavra, o mesmo chamado, a mesma direção. O que mudou na história de Jonas? O próprio Jonas. Deus não vai mudar, mas quem precisa mudar somos nós mesmos. Jonas trocou o que ele queria pelo o que era mais necessário. Pode ser que para alguns, assim como foi com Jonas, Deus está falando por uma segunda vez, com uma segunda chance. Para outros pode ser a terceira vez, a décima vez… Mas vai ser a mesma palavra. Nada vai fazê-lo mais feliz do que viver o que Deus falou para você!
*Trechos da mensagem de 26 de outubro de 2023, no JPN Europa.