*Trechos do Livro Amargura.

“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Provérbios 4.23 – RA).

“Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida” (Provérbios 4.23 – NVI).

Algumas pessoas têm sido norteadas por sentimentos extremamente prejudiciais que as têm conduzido, em suas tomadas de decisões, para caminhos que o Senhor nunca planejou para elas, porque não estão guardando o coração. Muitas delas são cristãs que, em vez de serem guiadas pelo Espírito, estão tomando decisões importantes impulsionadas pela amargura, ira, ofensa, tristeza e o pior disso tudo é que, muitas vezes, sustentam o seu discurso de embasamento de tais decisões com a expressão: “Estou fazendo isso por direção de Deus”.

Certo dia, recebi em meu gabinete pastoral a visita de uma irmã que estava frequentando nossa Igreja há algumas semanas e já estava sinalizando que passaria a congregar conosco. O interessante é que a situação que relatarei aqui ocorreu exatamente no mesmo período em que estava escrevendo esta literatura. Ela estava entristecida com a igreja que fazia parte porque não havia sido, segundo seu entendimento, correspondida por um dos pastores daquela congregação diante de sugestões e solicitações que ela havia feito em um aconselhamento pastoral.

No momento do aconselhamento, comecei a compartilhar com ela sobre a revelação do perigo dos estágios da amargura, assunto sobre o qual, inclusive, eu estava escrevendo naquele mesmo dia e apresentei alguns trechos deste livro, que ainda estava em construção. Foi maravilhoso ver que, à medida que ia compartilhando, seus olhos iam se abrindo para o grande risco que estava correndo. Ela estava prestes a sair de sua igreja, do lugar que o Senhor a havia plantado para que desse muitos frutos, magoada, sem ao menos tentar uma reconciliação com aquele pastor. Ela me perguntou: “Pastor, o que devo fazer diante disso?”.

Disse claramente para ela: “Você está tomando uma decisão com base em um desgosto ocasionado por um mal-entendido, ou até mesmo por incompreensão de sua parte. Você deve procurar essa pessoa para conversar, buscando reconciliação e, assim, limpar seu coração de toda amargura, tendo a clareza para tomar decisões acertadas, guiada, não pelo sentimento de ofensa, mas sim pelo Espírito”.

“A melhor igreja da cidade é exatamente aquela onde Deus o plantou” (Ap. Guto Emery – Conferência de Ministros Verbo da Vida Nordeste, 2017).

Orei por ela, pedindo ao Senhor que concedesse a sabedoria necessária para que ela se conduzisse bem naquela questão. Sabe o que aconteceu? Ela não voltou mais para nossa igreja. Eu a reencontrei, tempos depois, na “sua” igreja, feliz e com outro semblante.

“As pessoas ofendidas reagem a uma situação e fazem coisas que parecem ser corretas, mesmo que não sejam inspiradas por Deus. Se somos obedientes a Deus e Ele não fala conosco, é porque a resposta provavelmente é: ‘Fique exatamente onde está. Não faça nenhuma mudança” (BEVERE, John. 2002, p. 58).

Quero que você entenda bem, amado leitor, em relação à questão de sair de um lugar para outro. Não quero que pense que todos estamos presos, sem a possibilidade de nos movermos seguindo o plano de Deus. Somos livres no Senhor e entendo que existem situações que pessoas são direcionadas a saírem de uma congregação para outra. Porém, o que quero que saiba é que devemos evitar assim proceder, se a razão pela qual estamos saindo é uma chateação, mágoa ou amargura. É interessante procurar tratar essa questão rapidamente, buscando ao Senhor e também o auxílio de um cristão maduro, que possa lançar o bálsamo do incentivo ao perdão e estabelecimento da paz.

“Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5.9 – RA).

Essa questão é bem ampla e entendo que não conseguiremos fazer todas as abordagens de possíveis situações, mas devemos pesar nossas motivações, certamente nos livraremos de muitas decisões precipitadas.

A busca de uma reconciliação é muito importante para mantermos nossa vida bem, diante de Deus e dos homens. Observe o que Jesus disse em Mateus 5.23-25 – RA:

“Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta”.

O texto supracitado é muito interessante, pois trata dessa questão da ofensa. Naturalmente falando, podemos até pensar assim: “Se você está magoado ou ofendido com seu irmão, busque reconciliação”. Mas a compreensão divina nos leva a irmos mais profundo e entendermos que a questão de ofensa, mágoa e amargura é tão séria diante de Deus que Ele mesmo, por meio de Cristo, disse que, se você sabe que alguém está magoado com você, deve procurá-lo na busca da reconciliação. No que depender de nós, devemos ter paz com todos os homens, conforme Romanos 12.18. Vejamos esse verso em duas versões diferentes:

“Empreendei todos os esforços para viver em paz com todos.” – KJA.

“Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens.” – AA.

Observe esta questão: “Pastor, mas se estou magoado devo esperar essa pessoa que me magoou vir se reconciliar comigo, não é? ”. A minha resposta é NÃO e por pelo menos dois motivos:

Primeiramente, você já deve ter vivido ou visto alguém viver uma situação parecida com essa que vou lhe apresentar agora. Um dia, uma pessoa chegou para mim pedindo perdão por ter ficado chateada por algo que fiz para ela. Fiquei perplexo porque eu não fazia ideia de que ela havia ficado entristecida por tal atitude e ainda mais porque minha intenção era a melhor possível tentando, a meu ver, ajudá-la. Graças a Deus que ela me procurou para que eu pudesse esclarecer tudo e ela também se colocar no lugar de restauração pessoal. Percebe que dificilmente eu saberia desse fato, a não ser que alguém me dissesse? E a pessoa mais indicada era ela mesma, que assim o fez e foi uma bênção.

Às vezes, as pessoas até pedem perdão, mas não querem conversar sobre o assunto, achando que, apenas o fato de pedir perdão será suficiente. Sempre aconselho que o(s) motivo(s) deve(m) ser exposto(s), para que haja restauração completa e seja eliminada a possibilidade de uma repetição do erro de modo não intencional. Porque quando os motivos não são esclarecidos, corre-se o risco daquela pessoa repetir o erro, magoando novamente o outro.

Deus está chamando você para dar o primeiro passo no caminho da reconciliação. Entre você e essa pessoa, a maior responsabilidade agora está sobre você, amado leitor, porque a luz do conhecimento está chegando.

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