Vinícius Misael
Secretário da Coordenação Doutrinária e professor da Escola de Ministros

Talvez, você possa considerar esse assunto não muito espiritual, mas, a verdade é que, ao olharmos para a Bíblia vemos que ela é repleta de ensinamentos e princípios sobre a boa administração do dinheiro. Na verdade, Deus é o maior administrador de recursos que existe.

Como um grande administrador, Ele dividiu a história do homem em períodos de tempo organizados, nos quais foram dispensados recursos específicos. Chamamos esses períodos de dispensações, ou como está escrito no grego: “oikonomia” (οικονομία), que pode ser traduzido literalmente como economia.

Como imagem de Deus na terra, nós fomos criados para sermos seus imitadores (Gênesis 1.26; 2.15; Salmos 8.1-9; Salmos 115.16). A ideia de Deus é que sejamos diligentes na administração dos recursos que Ele coloca nas nossas mãos. Devemos ser mordomos fiéis.

Quanto mais fiéis somos na administração dos recursos, volumes cada vez maiores de recursos chegarão às nossas mãos.

Assim, poderemos financiar a expansão do evangelho por todo mundo. Gosto do que o irmão Hagin fala, no livro O Toque de Midas: “Na economia de Deus, prosperidade é o meio para um fim: evangelizar o mundo”.

Precisamos sempre entender que por mais que existam princípios espirituais sobre o que fazer com o dinheiro, existem também princípios naturais que regem a administração financeira. Por esse motivo, quero trazer aqui 5 princípios naturais que podem ajudar você a administrar melhor suas finanças:

  1. Planeje

Salomão foi um dos homens mais ricos que já existiu e, inspirado por Deus, trouxe princípios preciosos sobre planejamento. Em Provérbios, capítulo 21 e versículo 5. ele disse: “Os planos do diligente tendem à abundância, mas a pressa excessiva, à pobreza”. Na versão parafraseada da Bíblia A Mensagem está escrito da seguinte forma:

“O planejamento cuidadoso dá a você a dianteira na longa corrida; a pressa e a correria deixam você para trás”.

No Novo Testamento, Jesus falou que ninguém constrói um edifício sem antes parar para calcular os custos, ou nenhum rei vai à guerra sem antes saber se tem recursos suficientes para vencê-la. Alguém que faz isso pode ser chamado de insensato (Lucas 14.28-31). 

Da mesma forma, precisamos elaborar um planejamento financeiro para nossas vidas, que reflita nossos princípios, prioridades e valores. Para fazer um bom planejamento é necessário responder a três perguntas: Onde estou? Onde quero chegar? Como faço para chegar lá?

  • Onde estou?

Faça um diagnóstico situacional de como está sua vida financeira. Reflita: de onde vem e para onde está indo o meu dinheiro? De onde vem é fácil identificar, pois geralmente as famílias possuem poucas fontes de recursos. Por outro lado, é comum as pessoas não saberem o quanto gastam e como gastam seu dinheiro todo mês. Você tem ideia de como suas despesas têm se comportado neste ano? Você sabe quais itens consomem a maior parte de sua renda?

Para responder essas perguntas, você precisa fazer um registro de tudo que você (ou sua família) ganha e o que gasta durante um período, em geral, em um mês ou um ano. Você pode utilizar um aplicativo ou uma planilha para isso, busque a ferramenta que fique mais fácil para você.

Uma vez feito esse controle, você terá uma boa visão de sua real situação financeira, bem como, quais são os desperdícios que precisam ser eliminados. 

  • Onde quero chegar?

Estabeleça objetivos de curto, médio e longo prazo. Objetivos considerados de curto prazo são aqueles com menos de 6 meses, como o pagamento de dívidas. Objetivos de médio e longo prazos são todos os que excedem os 12 meses. Por exemplo: fazer a viagem dos sonhos, comprar uma casa, fazer uma poupança para educação dos filhos, etc.

  • Como faço para chegar lá?

Elabore um plano com as ações necessárias para atingir os objetivos desejados.  Um bom plano deve deixar claro tudo o que deverá ser feito, como e quando, valor e o porquê da realização de cada ação.

  1. Ganhe com diligência

A maneira mais básica de ganhar dinheiro é trabalhando. Alguns cristãos têm a atitude errada de que não temos que fazer as coisas muito bem, do ponto de vista natural, porque simplesmente Deus abençoará e fará diferença. É claro que devemos confiar em Deus e crer em sua provisão na nossa vida, no entanto, devemos ser excelentes em ambos os níveis: o natural e o espiritual. Fazemos o melhor que podemos e depois confiamos em Deus para fazer o que não podemos.

O apóstolo Paulo escreveu diversas vezes sobre a importância do trabalho, para que não sejamos pesados a ninguém (1 Tessalonicenses 4.11-12; 2 Tessalonicenses 3.10-12; Efésios 4.28). Em Provérbios 10.4 diz que: “o que trabalha com mão remissa empobrece, mas a mão dos diligentes vem a enriquecer-se”.

  1. Gaste com sabedoria

Na administração financeira, gastar bem é tão importante quanto ganhar. Muitas vezes, os cristãos culpam o diabo por problemas financeiros que eles mesmos criaram ao gastarem mais do que podem, comprando coisas que não precisavam, para agradar outras pessoas, por descontrole emocional ou somente por um status social.

Muitos problemas surgem, também, ao tratar desejos como se fossem necessidades. Necessidade é tudo aquilo de que precisamos, independentemente de nossos anseios. São coisas absolutamente indispensáveis para nossa vida. Por sua vez, os desejos podem ser definidos como tudo aquilo que queremos possuir ou usufruir, sendo essas coisas necessárias ou não.

Por exemplo, todo ser humano precisa se alimentar, logo a alimentação é uma necessidade. Entretanto, caso você queira fazer sua alimentação em um restaurante de luxo desfrutando de pratos finos, isso é um desejo.

É claro que precisamos ter sonhos e desejos, mas o problema é tratá-los como necessidade. Pensando assim, é impossível alcançarmos uma boa saúde financeira, pois os desejos são ilimitados, mas os recursos são limitados.

Nossos recursos financeiros devem satisfazer nossas necessidades, e, na medida do possível, nossos desejos. Antes de realizar qualquer gasto, pergunte para si mesmo:

  • Isso realmente é necessário neste momento? Ou é apenas um desejo?
  • Já verifiquei a relação custo x benefício?
  • Eu posso comprar isto?
  • Haverá despesa de manutenção? Posso suportar tal despesa?

Jamais compre algo por status ou para impressionar.

  1. Poupe com disciplina

Um dos objetivos básicos da boa gestão financeira pessoal é que seu orçamento seja superavitário, ou seja, que você gaste menos do que ganha. Quando isso acontece, você tem algo que chamamos de poupança. A poupança é exatamente a diferença entre as receitas e as despesas.

Receitas – Despesas = Poupança

Ao poupar, você acumula valores financeiros no presente para serem utilizados no futuro. Muitos cristãos pensam que é errado guardar parte dos seus recursos. No entanto não é isso que a Bíblia ensina. Em Provérbios 21.20, na versão Bíblia Viva diz que: “O homem de bom senso economiza, e tem sempre bastante comida e dinheiro em sua casa; o tolo gasta todo seu dinheiro assim que o recebe”.

Salomão exaltou o exemplo da formiga que diligentemente trabalha, durante o verão, para ter como se alimentar no inverno. O inverno pode ser interpretado metaforicamente como um período em que as coisas estão mais difíceis (Provérbios 6.6-11). Portanto é bíblico guardar parte dos nossos recursos para serem usados no futuro.

Existem vários os motivos para poupar, podemos citar alguns como: precaver-se diante de situações inesperadas; preparar para aposentar-se; realizar sonhos.

Quanto devo guardar da minha renda mensalmente? Geralmente, recomenda-se que um décimo (10%) dos seus rendimentos seja poupado. Segundo Tony Cooke, no livro Qualificados: “Uma boa regra de ouro, para aqueles que buscam administrar sabiamente o seu dinheiro, é dar 10% para Deus, colocar 10% na poupança e viver dentro de 80% dos seus recursos”.

  1. Invista com responsabilidade

Existe uma forma de você fazer o dinheiro poupado, todos os meses, trabalhar para você. É isso mesmo, você pode encontrar um bom emprego para ele, que gere uma renda extra para você. Isso é o que chamamos de investimento. Podemos defini-lo também como a aplicação dos recursos que poupamos, com a expectativa de obtermos uma remuneração por essa aplicação.

As opções de investimento são variadas. Para saber qual produto escolher você precisa responder às seguintes perguntas:

  • Quanto tenho para investir?
  • Por quanto tempo quero deixar meu dinheiro investido?
  • Qual o retorno deste investimento?
  • Quais são os riscos envolvidos neste investimento? Estou disposto a correr esses riscos?
  • É possível resgatar esta aplicação com facilidade?

Uma vez respondidas essas perguntas, você poderá se informar sobre as modalidades e os tipos de investimentos disponíveis no mercado e verificar qual o mais adequado às suas necessidades.

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