por Pr. Edilson de Lira
São muitas as mulheres que têm perguntado sobre esse assunto nos últimos dias, e a pedido do portal verbodavida.com, vou deixar meu parecer não apenas como pastor, mas principalmente como médico. Antes de tudo, a atual situação é completamente nova na história da medicina, e por ainda estar sendo estudada, o que for falado aqui pode estar desatualizado um dia após a publicação da matéria.
Bem… Antes de tudo, o que é o zika? É um vírus transmitido principalmente através da picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite os vírus da Dengue e o vírus Chikungunya. Pela primeira vez na medicina mundial, vemos um mesmo vetor para três vírus diferentes, com potencial de epidemia tríplice. Ele não é um vírus novo: sua descoberta aconteceu na floresta Zika, em Uganda, na década de 50 do século passado. Existem duas variantes conhecidas, a africana e a asiática (micronésia e Polinésia francesa), e os estudos até o momento mostram uma semelhança maior entre o vírus “brasileiro” e o asiático (derrubando o mito de que o vírus foi “trazido pelos africanos” na Copa do Mundo).
Clinicamente, até onde se sabe apenas 18% das pessoas infectadas apresentam sintomas. Eles se assemelham aos da dengue, porém com mais exantemas (“manchas vermelhas”), mais “conjuntivite” (olhos vermelhos) e um pouco menos de dor muscular. Até esse ponto, infelizmente as autoridades de saúde no Brasil não se preocuparam-se tanto com o novo surto, já que a maioria das pessoas fica curada em poucos dias de forma espontânea. O maior problema veio ser percebido depois, quando médicos em Pernambuco e na Bahia começaram a notificar um grande aumento no número de bebês nascidos com microcefalia (diminuição do crânio devido a uma redução de massa encefálica) e uma possível ligação com a infecção por zika durante a gravidez.
Sendo agora menos técnico, o que é importante que a população em geral saiba? Existem muitas perguntas ainda a serem respondidas pelos cientistas, mas parece que o zika é sim o responsável pelos casos de microcefalia. O maior risco está nos primeiros três meses da gravidez, onde os cuidados devem ser dobrados: evitar locais com mosquitos, usar roupas claras e com mangas compridas, repelentes (principalmente à base de ircaridina), e erradicar os focos de mosquitos num raio de ao menos 50 metros. Apesar de a epidemia aparentemente ter sido iniciada no Nordeste, o vírus já circula no território nacional, e não sabemos, como médicos, qual será o desfecho dessa história.
E às mulheres que desejam engravidar agora? A recomendação médica atual é EVITAR, se possível, engravidar nesse momento. Precisamos entender melhor a situação, e é mais prudente adiar os planos até uma orientação diferente do Ministério da Saúde. Biblicamente falando, como pastor, entendemos perfeitamente como a fé funciona, mas também entendemos o que o próprio Jesus foi quem disse: “não tentarás ao Senhor, teu Deus”. Mas quem já está grávida? Além dos cuidados acima, e do acompanhamento com seu médico, não se esqueça que a gravidez e a saúde do seu bebê é muito mais que um mosquito a menos: cuide da sua alimentação, faça atividades físicas regulares, e lembre-se que a ansiedade e alterações emocionais também podem repercutir na saúde do seu bebê.
Lembre-se também do Senhor a quem serve, e que Sua Palavra continua verdadeira: “Tu criaste o íntimo do meu ser, e me teceste no ventre de minha mãe” (Sl 139.13). Ele cuida da formação do seu filho desde a gravidez, e lembra do seu filho antes mesmo de nascer: “Antes de eu nascer o Senhor me chamou; desde o meu nascimento ele fez menção de meu nome” (Is 49.1b). Deus já tem um propósito para o seu filho! Não abandone a sua confissão, e você provará do que a Bíblia garante: “Aquele que teme o Senhor possui uma fortaleza segura, refúgio para os seus filhos” (Pv 14.26), e: “mas a semente dos justos escapará” (Pv 11.21b – Edição Revista e Corrigida de Almeida).
