por Eliezer Rodrigues
“Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação (intrometer-se secretamente), os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios (destituído de temor reverente a Deus), que transformam em libertinagem (luxúria desenfreada, excesso, licenciosidade) a graça de nosso Deus e negam (não aceitar, rejeitar, recusar algo oferecido) o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo”. (Judas 1.4)
A Graça de Jesus não veio para fazer o homem desregrado. Alguns cristãos, de forma errônea, acreditam que a Graça do Senhor Jesus é a liberdade para pecar sem condenação, a extinção de regras, leis e comportamentos, dando aos cristãos uma certa “licença” para pecar sem que eles precisem se preocupar com confissão de pecados.
A teoria da Graça “Radical” ou “irresistível” é tão desequilibrada e cheia do “fermento libertino”, que ela mesma se contradiz trazendo insegurança, falsa esperança e efeitos destrutivos para todo aquele que acredita nessa teoria. Eu não acredito, na maior parte da teologia tradicional, a pregação da condenação como a lei de Moisés aplicava. Mas também não acredito em uma teoria ou suposta “doutrina” que induz aos cristãos viverem no outro extremo, para uma vida sem temor, sem arrependimento (confissão de pecados) e uma falsa liberdade.
Creio que precisamos andar NO CAMINHO e não nas extremidades. Como diz o Irmão Kenneth Hagin “Todo extremo é abismo”. Jesus, a Graça de Deus, não apenas diz: “perdoado estão os teus pecados” mas complementa: “Vá em paz e NÃO PEQUES MAIS!”.
Jesus, a Graça de Deus, trouxe a memória de Pedro as suas próprias palavra quando disse: “jamais te deixarei, darei a minha vida por ti” no momento em que Jesus pergunta três vezes: “Pedro tu me amas?”. A Graça estava condenando Pedro? Não! A Graça nos guia para uma vida de santidade e ajustes diários na consciência de quem somos em Cristo.
Pregar contra o pecado não é desvalorizar a Graça de Deus e valorizar o pecado. Pelo contrário, é valorizar o poder da graça que nos tirou de uma vida pecaminosa e nos capacitou a viver sem a prática do pecado.
A teoria da “Graça radical” ou “irresistível” romantiza uma mentira e leva a Graça de Cristo além da verdade do evangelho. Ora, Graça sem verdade continua sendo lei! A Graça “radical” de Cristo é “Não pequeis!” e não o contrário! Porém, SE, alguém pecar (algum filho de Deus) confesse e deixe o pecado, consciente de que a confissão do seu pecado a Deus é o reconhecimento de que aquele tipo de comportamento pecaminoso, não é o padrão da vida divina que a Graça nos oferece.
Confessar pecados e não pecar mais os mesmos pecados, é simplesmente se arrepender e reconhecer que a Graça me capacita a viver a vida abundante na prática da verdade de Cristo.
Quando erramos, ouvimos a voz da Graça “tu me amas?”, ou seja a Graça requer de nós uma confissão: “Sim Senhor, eu te amo verdadeiramente, tu sabes que eu te amo”. Se a Graça sabe que amamos Jesus, por que ela nos inspira a reconhecer o erro e confessar? Porque todo o princípio de liberar coisas espirituais está ligado a CRER COM O CORAÇÃO E CONFESSAR COM A BOCA.
Talvez você pense: “Mas pastor Eliezer, Jesus já não levou sobre si todos os nossos pecados, ele já não nos perdoou de todos os nosso pecados?” Eu lhe respondo: Sim! No aspecto LEGAL (ou posicional) sim! Mas, Jesus não perdoou apenas todos os nossos pecados, ele também levou todas as nossas doenças, nossas pobrezas, tristezas, fracassos e etc. Jesus, de fato e legalmente, já fez tudo a nosso favor! Porém, ainda não somos perfeitamente maduros (recomendo que leia o livro “Zoe” do irmão Kenneth E. Hagin), por isso temos que crescer espiritualmente, renovar as nossas mentes e subjugar os nossos corpos à verdade de Cristo, e a Graça é a habilidade, capacitação divina para fazer tudo isso através de nós com a nossa decisão.
A Graça não renova a minha mente, ela me capacita a renovar a minha mente pela Palavra.
A Graça não subjuga minhas vontades carnais, ela me capacita a subjugar as minhas vontades carnais à verdade de Cristo.
A Graça não me faz andar no Fruto do espírito sem que eu não queira! A Graça me capacita a andar no Fruto do espírito, mas sou eu quem decido andar ou não.
A Graça não me enche do Espírito Santo, a Graça me capacita a me encher do Espírito Santo! Sou eu quem devo orar em línguas para me encher e permanecer cheio do Espírito! Você entende?
Então, da mesma forma o pecado! Espiritualmente, você, nascido de novo, não é mais um pecador, você é justiça de Deus. Porém, você tem um corpo com uma natureza terrena, tendenciosa aos prazeres carnais. E, por isso, a Graça lhe capacitou, equipou com armas espirituais poderosas para resistir ao Diabo e fugir do pecado, das impurezas.
Para que o apóstolo Paulo falaria sobre: “Fugir da impureza” se eu já fosse perdoado dos pecados da impureza?
Por que os apóstolos colocaram regras: não minta, não roube, submeta-se ao marido, ame a esposa, respeite as autoridades, não seja dado ao vinho, seja marido de uma esposa, submeta-se as autoridades, não ande nas obras da carne e etc. Se a “Graça radical” diz que não há regras na dispensação da Graça?
A Graça vai lhe livrar da multa se você passa além dos limites de velocidade em um radar? Não! A multa vai chegar, porque você passou dos limites!
A Graça de Jesus não vai lhe inspirar a andar fora dos limites da verdade de Cristo!
Veja bem, a Graça fez coisas que você nunca poderia fazer sozinho. Como, por exemplo, SE salvar. Mesmo assim, você precisou fazer algo: crer e confessar a Jesus como o seu único Senhor e Salvador, para que a Graça fluísse.
A Graça de uma cura divina vem porque alguém decidiu crer! Você entende? Existe a nossa parte no fluir da Graça, é quando fazemos o que ela nos inspira e nos ensina a fazer de acordo com a Palavra de Deus.
A Graça de Cristo lhe capacita a viver e fazer o que é certo, a andar como Cristo andou (viveu). Ser imitador de Deus, manifestando o seu caráter divino aqui nesta Terra.
Graças a Deus por sua maravilhosa Graça que graciosamente nos inspira a viver santidade!