Entender o ministério do Espírito Santo é uma proposta para todo cristão. Não é apenas para líderes do grupo de louvor ou ministros conhecidos. Na bênção apostólica escrita em II Coríntios 13.13, lemos: “A graça de Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós”. Isso não é um jargão. Precisamos conhecer e ter experiências com o Espírito Santo.
Uma das experiências possíveis é a de intérprete. Às vezes, uma pessoa fala em línguas e interpretamos. Também pode acontecer de nós mesmos falarmos em línguas e termos a experiência de interpretar. Porém, em I Coríntios 14.20-26, Paulo nos ensina sobre o intérprete do culto. É possível interpretar o culto antes mesmo de começar. Os profetas do Antigo Testamento faziam isso.
Lembro de uma noite em que Simon Potter – durante a sua ministração – colocou o dedo indicador na boca e, logo após, apontou para cima. Ali, ele estava fazendo uma referência a algo muito interessante na cultura indígena. Os índios tinham o costume de colocar o dedo na língua e levantá-lo alto logo em seguida. Isso servia para identificar de qual direção o vento vinha. Eu declaro que seremos conhecedores da Palavra, mas também seremos conhecedores do vento do Espírito. Saberemos de onde e para onde ele sopra!
Se formos assim, podemos, como Igreja, interpretar as Escrituras e as profecias. Também poderemos, em nosso âmbito pessoal, perceber coisas sobre nossa vida. Isaías 46.10 diz: “Desde o princípio, anunciei o futuro”. Já imaginou você em comunhão íntima com quem conhece o seu futuro? O intérprete, algumas vezes, terá essa experiência. O Espírito Santo é o revelador de mistérios. E, na Nova Aliança, Ele habita dentro de nós para nos ajudar, comunicar coisas da parte de Deus e não nos deixar ser pegos de surpresa.
“E, chegando-se os fariseus e os saduceus, para o tentarem, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal do céu. Mas ele, respondendo, disse-lhes: Quando é chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro. E, pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Hipócritas, sabeis discernir a face do céu, e não conheceis os sinais dos tempos? Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas. E, deixando-os, retirou-se’” (Mateus 16.1-4).
No trecho bíblico, os religiosos desafiavam Jesus pedindo um sinal. Ele responde: “Como não são capazes de interpretar os sinais dos tempos?”. Em outras palavras, Ele dizia: “Vocês precisam se inclinar para o espiritual se quiserem identificar os sinais espirituais!”. Quando temos uma vida devocional, momentos de oração, essa sensibilidade desperta em nossa vida. Às vezes, vamos ficar sozinhos com Ele, até mesmo em silêncio. E Ele vai falar conosco.
É possível que Deus fale e nós estejamos tão imersos nas nossas rotinas que nem consigamos ouví-lO. Mas não fomos chamados para viver assim. Todos os dias eu posso ligar a TV e saber das notícias da semana. Mas eu também posso escolher ligar a TV celestial e ouvir notícias que ecoam na Eternidade, inclusive sobre coisas que ainda nem aconteceram.
Deus nos chama a ser intérpretes do Espírito. Sensíveis a Ele. Guiados por Ele. Às vezes, queremos que as experiências venham até nós sem esforço, mas elas são frutos da Comunhão. O Espírito pode nos ajudar a discernir o que não entendemos, pode nos revelar mistérios e nos tornar sábios de uma forma que não poderíamos imaginar.
“E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito” (Joel 2.28,29).
Se observarmos o mover do Espírito ao longo dos diferentes momentos da história, vemos algo interessante: no período da inocência, o Espírito pairava sobre as águas. Tempos depois, falava através de profetas e sacerdotes. Mas, então, chegou a dispensação da graça – a qual se refere a Palavra escrita em Joel. O Espírito agora se move sobre todo filho de Deus. Vamos conectar isso à passagem em que Jesus apontava os religiosos e dizia que eles não conseguiam interpretar os sinais. E agora? Dentro de nós, será que não percebemos o mundo se contorcendo? Justo nessa época, temos dentro de nós Aquele que pode nos ajudar a discernir os últimos dias. Tanto da humanidade quanto os nossos últimos dias, em âmbito particular.
Deus quer nos ajudar a estar no lugar certo, na hora certa e da forma certa. Desde o Dia de Pentecostes, Ele tem derramado o Seu Espírito. Ele é como fogo, como vento. Você não consegue parar em nenhum momento. Em alguns momentos será força, em outros, assovio. Mas Ele sempre se move. A questão é se estamos ouvindo.
Deus deseja derramar abundantemente da Sua presença. Como se sentiria se – nesse calor – você quisesse muito um banho e eu chegasse para você com água numa xícara? Você se sentiria insatisfeito? Deus nunca nos deixa insatisfeitos d’Ele mesmo. Quem considera as correções de Deus e acolhem o Seu conselho, serão encharcados do Espírito, habitará seguro, tranquilo e sem temor do mal.
O mundo terá temores nos últimos dias. Mas nós – que habitamos com Ele – não sentiremos medo. Estamos com o Senhor que nos guarda, que nos guia e que nos dá livramento. Mas, para isso, precisamos persistir na busca pela presença de Deus.