Depois de 9 meses, aí vem os hormônios

12 de maio de 2010, um dia muito especial na minha vida e na do meu esposo: nosso primeiro filho nasceu! Afinal, não foram apenas os 9 meses de expectativa, mas foi todo o tempo anterior à gravidez, o tempo da decisão, do planejamento, das tentativas, cada mês aguardando o resultado e finalmente o “positivo” do exame de sangue. A partir daí muitos pensamentos, sonhos, idéias de como seria ter um filho. O desejo realizado teve um nome desde o início: Pedro.

Enfim, havia um menino dentro do meu ventre, o qual ia crescendo, mexendo, se esticando e, apesar de tão pequeno, trocava comigo uma experiência única, que nenhum livro de psicologia poderia traduzir tudo o que eu sentia.

Mas, pode acreditar, para mim, muito mais especial do que a gravidez foi ver o rostinho do meu filho, tão pequeno e dependente, um olhar de descoberta e ternura que me fez ainda mais grata a Deus. A todo instante quando olho o meu pequeno, sinto grande alegria e me admiro como nosso Pai foi bondoso ao nos conceder esta dádiva.

Outro dia, eu conversava com uma amiga que faz faculdade de enfermagem e ela me contou que ficou impressionada com os estudos que estava fazendo em seu curso sobre a gravidez e o período pós-parto, em como os hormônios das mulheres são alterados, para gerar o bebê e para trazê-lo ao mundo. Brincando, ela ainda disse algo assim: não sei como sobrevivemos.

Isso é uma realidade, nosso corpo prepara para que a criança se desenvolva de forma saudável, fornecendo todos os nutrientes que precisa e não deixando a mãe debilitada, mas para isso ocorre uma grande variação hormonal. Então, quando o parto acontece, o organismo trata de normalizar essas taxas o mais rápido possível para que agora a mãe possa amamentar.

Com toda essa mudança fisiológica, pesquisas apontam que 13% das mães têm Depressão Pós-parto, um problema emocional que atinge essas mulheres tão logo seus filhos nascem. Alguns exames de sangue podem diagnosticar alterações hormonais que estão causando a depressão. É importante ressaltar que nem sempre essa depressão é grave, pode apresentar de forma moderada, mas precisa ser observada pela família e especialistas que estão acompanhando a mãe e o bebê.

A DPP, como é chamada a doença, pode provocar insônia, tristeza profunda, perda de apetite, variação de humor, excesso ou ausência de cuidados com o bebê, dificuldade em tomar decisões, ansiedade, choro freqüente, perda de memória, sentimento de culpa ou sensação de impotência.

Creio ser importante colocar que tudo que é novo precisa de adaptação, ou seja, quando nasce um filho, nasce uma mãe, mas não uma super-mãe, os dois vão se adaptando, se conhecendo e aprendendo uma nova rotina. Dormir pouco por causa dos choros e das mamadas vai trazer cansaço e, consequentemente, mais irritabilidade. Com o parto e a amamentação, a mulher precisa cuidar da alimentação, talvez até complementar com algumas vitaminas específicas. É claro que ficar o dia todo de pijama, cheirando a leite e descabelada não vai ajudar.

Antes de sermos mães, somos mulheres e esposas, pentear o cabelo fará uma grande diferença quando se olhar no espelho. Fique atenta ao seu comportamento, preste atenção na sua variação de humor, quando eu vejo que estou ficando irritada dou um jeito de deitar e tirar pelo menos um cochilo.

Cuidar de outra pessoa que se torna tão importante para nós e depende inteiramente das nossas habilidades, pode dá insegurança. Na primeira vez que o Pedro soluçou, eu achei bonitinho. Mas, quando percebi que praticamente todas as vezes que ele mamava, ele soluçava, eu quis me desesperar. Até que conversando com outras mães descobri que era normal. Ufa, que alívio! Não era eu que não conseguia fazer com que ele arrotasse, mas era ele se adaptando com a alimentação.

Existem muitos livros e artigos pela internet que podem nos ajudar, além das boas amigas e outras mães para compartilhar experiências. Mas, quando estou sozinha, de madrugada e fico sem saber o que fazer, qual a forma correta de agir que não prejudicará meu filho tenho buscado ficar em silêncio, um silêncio interior, fazendo com que tantas vozes de conceitos estabelecidos, julgamentos, medos e inseguranças se calem para que eu possa ouvir a voz do meu coração. Existe algo superior ao famoso instinto maternal que são os conselhos de Deus para as mães. Ele nos fala: Não temas, Eu Sou contigo, Eu te ajudo, não te desamparo, Eu mesmo te fortaleço.

Não importa a situação que estivermos passando, qual seja nossa dúvida, incerteza ou insegurança, Deus não nos deixa só. Se ficarmos em silêncio, ouviremos os melhores conselhos dentro de nós. Estou aprendendo a me calar por dentro e sei que isso me fará uma mãe mais sábia.

 

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