Neste post, irei descrever em formato de diário de bordo uma viagem recente e marcante que fiz. Explico: Canrobert Guimarães, supervisor das escolas Rhema Brasil, perguntou se eu poderia acompanhar Jan Wright em uma das formaturas na qual ela seria paraninfa, em Teresina-PI. Aceitei imediatamente, certa de que teria uma oportunidade para aprender muito e, para isso, me dediquei a anotar situações que vivenciei com ela.

Existem coisas que precisam ser escritas, porque não podemos confiar 100% na nossa memória, pois as lembranças não são formadas somente de coisas que aconteceram, mas é uma equação mais ou menos assim: “fatos + percepção x emoção = o que se torna real para nós”.

E, para não perder nada daquilo que eu tinha certeza de que o Senhor queria que eu aprendesse, foi que eu anotei algumas das várias lições aprendidas nestes dias.

Antes mesmo da viagem começar, como passaríamos 6 horas no aeroporto de Recife em uma conexão, perguntei a Jan se queria que eu ligasse para alguns dos nossos pastores nesta cidade para que ela pudesse descansar um pouco, talvez na casa de um deles, ao invés de ficarmos no aeroporto. A primeira reação dela foi me perguntar qual seria o dia da semana. Sem entender respondi que era uma quinta-feira, então, Jan disse que o ideal seria ficar no aeroporto, pois nas quintas temos culto nas igrejas e ela não queria interferir no trabalho dos pastores. Depois de insistir um pouco, ela escolheu a família do pastor que morava mais perto do aeroporto, pois entendia que atrapalharíamos menos a rotina dele.

É claro que quando liguei para o Pr. Valter ele ficou muito feliz em recebê-la e ainda usou a expressão: “minha casa é dela, aqui Jan é quem manda”. Tenho certeza de que esta seria a reação de muitos que tem gratidão pela vida do Ap. Bud e Jan, e reconhecem que o que possuem é pela força e poder desta Palavra que aprendemos com eles. Mas, fiquei pensando quantos ministros tem a convicção de que eles precisam ser servidos, e seria óbvio serem recebidos na casa de qualquer pastor ou irmão, pelo simples fato de terem um chamado ministerial. Enquanto Jan, mesmo pela posição que ocupa e podendo se sentir no direito de ser recebida, me ensinou que servir uns aos outros não significa interferir em suas vidas, ser um peso em qualquer proporção e que o trabalho na igreja e para o corpo de Cristo é mais importante do que atender aos caprichos de ministros mimados, os quais esqueceram de ler e aprender o que Jesus nos ensinou em Mateus 20:26-28:

“Mas entre vocês é bem diferente. Todo aquele que quiser ser um líder, deve ser servo. E se vocês quiserem chegar bem alto, devem servir como um escravo. A atitude de vocês deve ser igual a minha porque Eu, o Messias, não vim para ser servido, mas para servir e dar minha vida por muitos” (Bíblia VIVA)

Não parou por aí. Vi Jan se alimentando com simplicidade e sem exigências, respeitando seu corpo sem excessos, preferindo alimentos saudáveis em uma mesa farta, trocando pratos requintados em uma mesa bem decorada, por um iogurte. E o comendo em pé na cozinha, contando suas histórias, fazendo mulheres rirem e chorarem, se identificando com sua vida, força e determinação.

Também assisti Jan ministrando, com ousadia e unção exatamente 1 mês depois da morte do Ap. Bud, repetindo sempre que ela tinha paz e alegria, não que não sentisse a falta do esposo, pois se pegava achando que ele ia entrar a qualquer momento no quarto ou ainda procurava presentes para ele no shopping.Porém, ela perguntava:“como posso ter um vazio dentro de mim se o Espírito de Deus habita em meu coração?”.

Senti-me pequena e egoísta todas as vezes que a ouvia dizendo isso, porque convivi com o Ap. Bud por apenas 6 anos e ainda me pego chorando, assistindo nas formaturas os vídeos de homenagem a ele, mesmo já os tendo visto várias vezes e quase decorado as falas.

Pude aprender também como uma viagem pode ser proveitosa e quantas oportunidades temos para falar sobre o evangelho, mas,às vezes, deixamos escapar. A vi falando sobre a Palavra até mesmo para as vendedoras das lojas que passávamos e, no final do atendimento, ela agradecia e até beijo dava de despedida. Jan sabe mesmo aproveitar o tempo, ela sempre vê os e-mails e responde as mensagens do facebook. Gosta de comprar coisas boas, porque pode tê-las, e se alegra ainda mais de presentear as pessoas. Tem um coração para dar, mas me ensinou que dar é tão importante como  saber receber.

O que mais me marcou foi a sua simpatia. Ela chega nos lugares e cumprimenta todas as pessoas, todas que ela pode alcançar. Chegamos na igreja e ela ia de um por um, distribuindo beijos e abraços. Quando ela saía do quarto (maquiada e bem vestida,combinando a cor do sapato com a calça, blusa e os brincos), sempre havia pessoas esperando por ela, para servi-la e ouvi-la. Todos recebiam beijo, um sorriso, uma palavra de agradecimento. Confesso que percebi que eu me considerava uma pessoa reservada, algumas vezes, justificando-me por ser “uma mineira desconfiada”, por isso,nem sempre me sentia a vontade para distribuir beijos e abraços.Mas, nesta viagem, eu entendi que minha naturalidade deve ser a celestial e a minha principal característica o amor. Jan é uma americana muito “abrasileirada”, mas a sua essência não tem relação com o país que veio ou que mora, se é nordeste ou sudeste, mas com o caráter de Deus, pois Deus é amor.

O avião atrasou? Sim! Mas, não ouvi nenhuma murmuração! Pelo contrário, ela se alegrou dizendo que teria tempo para fazer uma massagem… O vôo foi cancelado! Ouvi um:“glória a Deus que eles identificaram o problema do avião em solo e não enquanto estávamos no ar”. Viajar de ônibus por causa do cancelamento durante 5 horas, de Recife para Campina Grande? Sim! Novamente nenhuma palavra de reclamação. O cansaço era óbvio, a fome também. Mas, no final, um lindo sorriso e um agradecimento.Ela me disse: você é uma ótima companhia de viagem”.  Que honra e alegria!

Deus sabe o quanto eu precisava desta viagem. Para ser uma mãe, esposa, mulher e ministra melhor. Sou grata a Ele pois pude não somente ouvir a Palavra revelada, mas ver a Palavra em ação. Ouvir a Jan é muito bom, mas estar associada com ela é mil vezes melhor.

2 Comentários

  • Quando ouvi você lendo esse texto, a única coisa que conseguia pensar é, preciso ser 10% do que ela é, Mama Jan é assim, mesmo muito especial e nos trata como filhos como de sua própria família, e ela nem exige minimamente qualquer tipo de convívio, sempre tem um sorriso e um elogio.Muito boa essa observação e que não poderia passar despercebida e registrada.Parabéns.

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