Imagine um grupo de crianças no qual todas elas serão submetidas a uma circunstância de stress, angustia e medo de fracasso. Pense em como elas reagiriam. Creio que umas chorariam, outras tremeriam e algumas poderiam até ficar estáticas, sem reação, sentindo-se sozinhas e sem amparo.
Agora, para tentar ajudá-las, uma parte delas assistiria um filme, próprio para a idade delas, como uma atividade lúdica. Outro grupo receberia um abraço confortante. Por fim, a terceiro parte receberia um telefonema, da mãe, acalmando, ouvindo e falando palavras de carinho.
Qual grupo você acha que melhoraria primeiro, saindo daquele sentimento de angústia para uma sensação de conforto e tranqüilidade?
Acertou quem disse o segundo e o terceiro grupo. Isso foi uma pesquisa, publicada na revista “Proceedings of the Royal Society B”, em que o principal objetivo era analisar o que aconteceria física, emocional e fisiologicamente com estas crianças.
Você já ouviu falar em um hormônio chamado “ocitocina ou oxitocina”? Bem, não se preocupe se este nome é totalmente estranho, porque se nunca ouviu já o sentiu várias vezes. Ele é chamado o “hormônio do amor”.
Ele é muito citado relacionando ao nascimento de um filho e a amamentação. Quando a mãe entra em trabalho de parto, o seu cérebro aumenta a produção deste hormônio e durante a amamentação facilitará o aumento da produção de leite e o vínculo entre mãe e filho. Mas, os pais não precisam ficar enciumados, pois quando o pai pega seu filho nos braços a primeira vez, aquela sensação diferente e tão gostosa de felicidade se deve também a este hormônio.
A relação desta tal ocitocina com a experiência que citei acima é simples: Da mesma forma que um abraço pode trazer uma sensação de afago e proteção (efeitos da liberação deste hormônio), palavras amorosas também transmitem segurança e podem mudar o comportamento, não apenas das crianças, mas também dos adultos.
Muitos pais se sentem culpados por não terem tempo suficiente para seus filhos e tentam suprir isso comprando presentes e fazendo passeios, quando, na verdade, um telefonema durante o dia e palavras de afeto ditas também pessoalmente podem estimular suas crianças a serem adultos mais seguros. Estar presente é muito importante, mas saber o que dizer quando se está presente também é.
Fiz este teste com meu filho várias vezes, se ele cai e machuca eu dou um abraço, um beijo e digo algo de forma afetuosa e pronto! O choro pára na hora! Mesmo se ainda está doendo, mas a segurança que passo para ele é como se ele pensasse “ainda está doendo, mas a minha mãe vai resolver este problema”.
Quantas vezes desperdiçamos a chance de simplesmente tocar, dar um abraço amigável e verdadeiro, demonstrando apoio?
Se soubermos a diferença que isso fará na vida das pessoas em que convivemos, daremos mais telefonemas, mesmo que rápidos; apertaremos as mãos uns dos outros de forma mais segura, olhando nos olhos, falando com os gestos e, conseqüentemente, despertando não apenas descargas hormonais, mas abrindo uma porta na mente daqueles em que convivemos para que eles possam dar passos seguros sabendo que, por trás deles, alguém poderá ampará-los sempre que precisarem.
Fico pensando em como Deus é perfeito… O amor não é apenas “sentido na mente”, mas também no corpo, como uma confirmação, um conjunto de sensações tão agradáveis que imediatamente as identificamos como algo que deve ser sentido novamente. Então, ficamos animados a amar, pois isto faz bem para o corpo, melhora nosso humor e nos faz desejar a amar mais e mais.