Algum dia, você já se perguntou se era normal? Eu confesso que, às vezes, me pergunto isso. A verdade é que sempre procuramos estar dentro de um padrão de normalidade para nos sentirmos confortáveis e justificadas quanto ao que somos e fazemos.
Com a experiência da maternidade, eu estou buscando constantemente informações para saber se o que faço ou deixo de fazer é, ou não, o correto. Mas, para que isso seja possível, preciso investigar como as pessoas têm feito e, pela maioria, vejo se me adéquo ou não.
Outro dia, fui trocar a frauda do Pedro e achei muito estranho a cor das fezes dele (sim, agora me preocupo com a cor do “cocô” feito pelo meu bebê, mas isso também é maternidade!), por isso, resolvi não jogar a frauda fora naquela hora para ter uma opinião sobre aquilo, que era novidade para mim. A primeira pessoa a quem perguntei, disse que, com certeza, ele havia levado um susto. Já a segunda afirmou que ele estaria sofrendo de mau olhado. Nestas horas, nós queremos uma resposta de conforto ou pelo menos mais científica para nos tranqüilizar, mas podemos ouvir de tudo e até nos contaminar com opiniões que não são corretas.
Todos os bebês se espremem? Mas, mesmo dormindo? Será que meu filho não tem feito mais do que os outros? É cólica? Estava com receio de ouvir crendices ou afirmações negativas a esse respeito, mas, ao mesmo tempo com vários pensamentos sobre esse “dilema de mãe de primeira viagem”, quando, de repente, um amigo me perguntou se o Pedro estava fazendo muito barulho. Na verdade, não havia comentado nada com ele sobre isso, mas, em seguida, ele me disse que seu filho fazia tanto barulho no início que ele e sua esposa não conseguiam dormir à noite achando que era algum problema, mas que isso passava.
Reconheço que foi um alívio ouvir que outros bebês se espremem muito. Somos tendenciosos a buscar semelhança entre as pessoas, mesmo que seja sobre coisas ruins. Essa nossa busca pela igualdade também é conhecida como busca de identificação, que também a usamos para nos aproximar das pessoas e fazer amigos, por exemplo.
Você já percebeu como os adolescentes se vestem e falam parecido dentro dos seus grupos? A mesma moda, as mesmas gírias. Isso é a prova que aquele grupo se identifica.
Com os adultos não é diferente, estamos sempre nos aproximando de pessoas que vivem de forma semelhante a nós, quando começamos a namorar passamos a sair mais com casais; quando nos casamos, os solteiros muitas vezes não participam de tudo que desejamos fazer; se temos filhos, se os filhos crescem ou se chegam os netos, queremos conversar com quem fala a mesma língua, para trocar experiências e, por que não, para buscar a normalidade dentro dos comportamentos, verificar se o que eu passo, todos passam, e não me sentir sozinho nas situações, sejam elas de alegria ou de tristeza.
Porém, isso não é um problema, não se preocupe, isso é normal. Paulo até utilizou desse recurso para pregar o Evangelho, em I Co. 9.22 lemos: “Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns”.
Se demonstrando parecido e compartilhando dos mesmos pensamentos ou deixando de fazer coisas para não escandalizar as pessoas, Paulo conseguiu conquistá-las para Cristo.
O Ap. Bud Wright ministrou outro dia sobre o cuidado que devemos ter com pessoas que tem pensamentos negativos, pois isso pode contaminar a nossa fé. Para entender, na prática, como funciona, vamos imaginar uma pessoa com problemas no casamento estando perto de pessoas que também estão vivendo esse drama, por causa da necessidade de identificação. O que poderia acontecer? Pessoas trocando más experiências e maus conselhos.
Esse é o único problema quando se busca a normalidade através da identificação. Quando estiver no meio de uma crise, não converse apenas com quem esteve ou está na mesma situação, mas procure pessoas que obtiveram sucesso no que você tem dificuldade.
Dificilmente, uma pessoa que está passando por uma crise no casamento conseguirá dar bons conselhos sobre isso, pois seus pensamentos estarão ocupados com as dificuldades. Mas, quem vive um bom casamento sabe dizer como pode manter um bom casamento e ainda incentivá-lo a permanecer firme. Precisamos nos resguardar dos maus conselhos, das opiniões negativas e das falsas verdades e crendices.
Esteja por dentro da informação correta, seja ela do médico, do especialista, do científico ou do bem sucedido, mas, acima de tudo, das verdades da Palavra de Deus. Ela é que mostrará para você o verdadeiro padrão de comportamento e a normalidade no olhar de Deus, nosso Pai. Só assim nós seremos fortalecidas com a Verdade e saberemos distinguir o que é correto, antes mesmo de nos contaminarmos com os maus conselhos.