Trechos do Livro “Livres da amargura”

A iniciativa deve ser nossa de lançarmos para bem longe todo sentimento contrário à vontade de Deus em nosso coração. Em Marcos 11.24,25 – RA diz: “Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco. E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas”. Perceba, então, que a liberação da mágoa, ofensa, amargura deve ser feita, também, pelo sujeito magoado. Aproveito para lembrar que Jesus, em Seus ensinamentos, nos mostra que o “não perdoar” torna-se um empecilho para uma vida de oração bem-sucedida.

Você poderia, então, diante disso, dizer: “Posso perdoar em oração, sem nem precisar chegar até essa pessoa para me reconciliar”. Lembre-se que, se de fato você perdoou como diz a Bíblia, suas atitudes com aquela pessoa deverão demonstrar sua compreensão de que ela pode ter falhado com você sem ter percebido ou até mesmo estar ofendida sem que você esteja sabendo. Portanto, torna-se importante e prudente que você busque conversar com sabedoria sobre o que aconteceu, lembrando que deve ser levada em consideração a ocasião oportuna e o modo como abordará a questão.

Ao longo dos anos, tenho percebido que a maioria dos problemas conjugais, ministeriais e até mesmo profissionais tem a ver com esta grande armadilha do inferno. Armadilha essa que, quando alguém é fisgado, não apenas sua vida é atingida, mas a de outros começa a ser afetada, à medida que isso cresce. Não podemos falar de qualidade de vida se o coração está amargurado. Há alguns anos, recebi um casal que vivia em constantes conflitos. A esposa estava muito resistente a vir ao aconselhamento pastoral. Ele era membro de nossa igreja e ela não estava congregando conosco. Aquele homem, muitas vezes, se questionava do porquê de tantos conflitos, de tais atitudes da sua esposa, pois isto o deixava extremamente entristecido.

Percebendo a necessidade de uma conversa, solicitei ao mesmo que viesse com ela para um momento de atendimento pastoral. Isto o deixou apreensivo, pelo fato de perceber que sua esposa possivelmente não estaria disposta a vir. Mesmo assim, falou com ela e sua resposta foi: “De jeito algum irei para um gabinete pastoral conversar sobre nossos problemas”.

Quando o esposo veio muito triste trazer a notícia, de pronto solicitei-lhe que tentasse mais uma vez convencê-la a vir conversar e, para sua surpresa e nossa alegria, ela decidiu vir. No dia esperado, ela veio. Existe algo muito importante que quero destacar para você, querido leitor (a): buscar ajuda adequada é de grande valia diante de certas dificuldades na vida.

Todos nós precisamos ser mentoreados, ajudados por uma cobertura espiritual adequada, pois isto fará toda diferença. O apóstolo Paulo chega a tratar com a igreja de Coríntios sobre a paternidade espiritual e a atenção que aquelas pessoas deveriam ter nesse quesito:

“Não vos escrevo estas coisas para vos envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar como a filhos meus amados. Porque, ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus” (1 Coríntios 4.14,15 – RA).

Isso faz toda diferença! A Palavra diz, em Efésios 4.11-15, que os dons ministeriais têm o objetivo de aperfeiçoar o corpo de Cristo.

“Lembrem-se dos seus líderes, que lhes falaram a palavra de Deus. Observem bem o resultado da vida que tiveram e imitem a sua fé. Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria e não um peso, pois isso não seria proveitoso para vocês” (Hebreus 13.7,17 – NVI).

“Obedeçam aos seus líderes e sigam as suas ordens, pois eles cuidam sempre das necessidades espirituais de vocês porque sabem que vão prestar contas disso a Deus. Se vocês obedecerem, eles farão o trabalho com alegria; mas, se vocês não obedecerem, eles trabalharão com tristeza, e isso não ajudará vocês em nada” (Hebreus 13.17 – NTLH).

Existem doenças que poderão ser tratadas em casa, outras em uma rápida passagem num ambulatório e outras só em um bloco cirúrgico, com acompanhamento especializado. Em casos que envolvem questões espirituais, um apoio pastoral, um conselheiro espiritualmente maduro é muito importante para quem está enfrentando certos conflitos. Em algumas situações específicas, até mesmo um acompanhamento psicológico ou psiquiátrico poderá, de algum modo, contribuir. Buscar uma ajuda adequada lhe levará a obter maiores resultados em menos tempo.

Sabe o que aconteceu com aquele casal? Quando aquela senhora entrou em minha sala pastoral, a cumprimentei e apenas iniciei com uma saudação. Não precisei falar muito, a unção do Espírito Santo começou a operar na vida daquela mulher e ela começou a relatar mágoas que há mais de dezessete anos guardava do seu esposo. Coisas que nunca havia expressado, estavam extremamente entranhadas em sua vida. Quase que diariamente ela vivenciava aquelas lembranças, o que a fazia, muitas vezes, agir asperamente com ele. Neste caso, ela estava sendo dirigida por sentimentos que a atormentavam durante anos. Quanto tempo eles perderam, quando poderiam estar vivendo os melhores dias da sua vida! Por causa dessa mágoa, muitos anos foram roubados, mas graças a Deus que houve um abrir de coração para o restaurar das feridas.

“Um ao outro ajudou e ao seu próximo disse: Sê forte” (Isaías 41.6 – RA).

Não seja dirigido pela mágoa, mas guiado pelo Espírito Santo de Deus. Se percebe que não consegue livrar-se sozinho de algo, busque a ajuda do Senhor e dos homens espiritualmente maduros, para que possam lhe ajudar a lançar para bem longe isso que tanto causa sofrimento em sua vida.

“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados” (Romanos 8.14-17 – RA).

“Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei. Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam. Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gálatas 5.16-25 – RA).

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