Deserto

Não é muito comum ouvirmos, ou lermos uma mensagem que fale sobre deserto, uma vez que somos da palavra da fé estamos propensos a ouvirmos numa frequência maior pregações sobre quem somos, o que temos e o que podemos. No entanto, essa mensagem sobre deserto arde no meu coração, e é exatamente disto que estarei tratando de agora por diante.

A Palavra de Deus descreve que algumas pessoas, ou grupos estiveram no deserto. Um dessas pessoas foi Moisés, que fugiu para o deserto após ter assassinado um egípcio que maltratava um hebreu. No deserto, no meio de uma sarça ardente Deus se apresentou a Moisés e o chamou para libertar os Israelitas do domínio de Faraó. Então, perceba que foi a desobediência de Moisés que o colocou no deserto, mas ali ele aprendeu a ser um homem manso, e a ouvir a voz de Deus.

Um grupo que também esteve no deserto foram os Israelitas, após serem libertos do senhorio de Faraó, passaram quarenta anos no deserto antes de chegarem à terra prometida. Doravante, sabemos pela história que eles poderiam ter chegado a terra que mana leite e mel em poucos dias, mas a sua atitude de murmuração, de rebelião, e incredulidade fez com os que os mesmos andassem em círculos, até que aprendessem a honrar o Senhor.

Esse deserto é resultado da desobediência, da incredulidade, e murmuração em face a direção de Deus. Se estivermos passando por esse deserto, é necessário que nos arrependamos, e retornemos ao lugar certo, uma postura de obediência, de motivação correta diante do Senhor. E certamente ouviremos do Espírito Santo a direção de como voltar aos pastos verdejantes.

Mas, o deserto que estou querendo tratar nessa mensagem é o mesmo enfrentado por João Batista, e Jesus Cristo. É o deserto que é fruto de todos aqueles que estão comprometidos com Deus, em obedecê-lo a despeito de todas as circunstâncias. Por exemplo, João Batista pregava no deserto da Judéia, se vestia de pêlos de camelo e um cinto de couro, se alimentava de gafanhotos e mel silvestre, era a voz que clamava no deserto por arrependimento.

Tudo isso para que uma promessa da parte de Deus se cumprisse, estava prescrito que ele seria a voz que clamava no deserto, e prepararia o caminho do Senhor (Isaías 40.3).  Agora se imagine no lugar de João Batista, comendo gafanhotos e mel silvestre, ele não estava se alimentando disso porque era o mais atrativo, contudo era sua única opção.

Já pensou, João Batista tinha uma promessa que seria o precursor de Jesus, mas era no deserto que essa promessa se cumpriria! Eu não sei você, mas no lugar dele eu não sei se eu teria vontade de gritar “Aleluia”, ou “Glória a Deus”. Mas,  João Batista tinha duas opções, murmurar no deserto ou se alegrar enquanto comia gafanhotos e mel silvestre. Eu creio que ele decidiu se alegrar, porque é mais fácil passar pelo deserto se alegrando, do que murmurando.

Afinal de contas, era Deus que tinha destinado o deserto como lugar de cumprimento da promessa na vida de João Batista. Então, ou ele decidia confiar no Senhor, ou simplesmente ia viver seus dias chutando pedra no deserto, e se lamuriando porque Deus teve que levantar outro para preparar o caminho do Senhor.        Talvez querido, o tipo de ministério, carreira que Deus tem pra você é aquele tipo que se cumpre no deserto, um lugar onde você tem apenas Deus para recorrer, e pra te alimentar.

E assim como João você tem duas escolhas, passar o resto da vida se lamuriando, porque a sua vida não é como é a do seu vizinho, que tem literalmente a grama mais verde, o leite mais branco. Ou, então você pode simplesmente decidir se alimentar da dieta disponível para você, aprendendo que o deserto é o seu lugar de aperfeiçoamento, é onde sua visão periférica é desenvolvida.

Que possamos desenvolver a visão melhor  na qual enxergamos os mínimos detalhes, vendo com mais precisão, com uma maior sensibilidade. O tipo de ministério, ou carreira que se constrói no deserto, longe de todos, é exatamente o lugar, onde a visão espiritual periférica é aguçada.

Jesus após ser batizado por João Batista, ocasião em que o Espírito Santo desceu sobre Ele, foi enviado pelo Espírito ao deserto, para que fosse tentado. Ali, Ele passou quarenta dias jejuando, teve fome e sede, e o diabo apareceu pra ele, tentando-o, mas Jesus resistiu as tentações por meio da palavra de Deus. Depois desse episódio Jesus começou seu ministério, operando milagres, curas.

Veja bem, o Espírito Santo não levaria Jesus para o deserto apenas para que ele fosse tentado. No entanto, o deserto foi um lugar de treinamento para Jesus, naquele lugar ele foi tentado, mas também ousadamente resistiu toda oposição pela Palavra. E quando saiu do deserto a glória de Deus operou sobre sua vida.

Possa ser, que assim como Jesus você esteja num deserto, um ambiente de treinamento, onde suas emoções estão sendo confrontadas; um tempo em que parece  que você estar solitário, mas ouse utilizar essa estação para crescer, deixando que a palavra da verdade saia da sua boca.

E mesmo que você esteja sozinho porque não tem ninguém por perto, saiba que assim como Deus enviou anjos para servir Jesus, Ele também enviará pra te servir. Sem contar, que certamente a próxima estação que te aguarda é um tempo de glória maior, uma vez que uma estrutura esta sendo forjada dentro de você.

De acordo com o dicionário Aurélio, deserto é um lugar desabitado, descampado, solitário, pouco frequentado. Se o deserto é resultado da sua desobediência, arrependa-se, retorne ao lugar de obediência, esse é o lugar da benção. Mas, caso seu deserto seja um ambiente de treinamento, não resista, pelo contrário deixe o oleiro Espírito Santo moldar sua vida para que a glória de Deus seja manifesta através de você.

Entretanto, se o seu deserto é simplesmente o mesmo que muitos de nós enfrentamos em nossa caminhada cristã, um estado em que não temos todas as respostas, que parece que não temos clareza sobre o próximo passo que devemos tomar. Escolha nesse ambiente, erguer os olhos para o céu, e aguardar que do céu vem tudo que você precisa. Nesse deserto o Espírito Santo está conosco nos consolando!