Olhos de saudade

Saudade é um sentimento característico da natureza humana. Todos nós, temos saudade das melhores lembranças de nossa vida, do colo da mãe, da casa dos avós, dos amigos que não temos mais por perto e, de momentos preciosos na presença de Deus. Nesse início de ano, eu passei duas semanas sozinha em casa, e no silêncio facilmente senti saudade de tantas coisas boas que já vivi e, de pessoas que passaram na minha vida e deixaram marcas de crescimento.

De acordo com o dicionário Aurélio, saudade é uma lembrança nostálgica, e ao mesmo tempo suave, de pessoas ou coisas distantes. Nas minhas palavras, saudade é o desejo de viver novamente os momentos mais felizes, registrados na memória do coração!

Não é errado sentirmos saudade, afinal, as pessoas que cruzaram nossas vidas, as estações que vivemos, são peças do quebra-cabeça da nossa história. Ainda assim, não podemos ser dominados pela saudade, o que vivemos ficou para trás, é necessário olharmos adiante e aproveitarmos ao máximo o presente.

Entretanto, quantos de nós insistimos viver estações que passaram, relacionamentos que não temos mais a graça de Deus para continuar?

E deixando bem claro, eu não estou falando sobre pecado, mas, daquela sensação que algo deixou de fluir, seja uma amizade, uma parceria ministerial e etc. Se quisermos crescer é essencial identificarmos pelo espírito o que é pra hoje, quem são as pessoas para a estação de agora, quais são os hábitos que precisamos deixar e os que devemos adquirir.

Se não tivermos cuidado, viveremos uma profunda saudade, ao ponto de estacionarmos naquilo que Deus tem para as nossas vidas. E não conseguiremos nos desligar fisicamente de pessoas e situações e, disso eu sei o que estou falando, para mim é difícil desconectar das pessoas que amo.

Mas, ao longo da caminhada, eu tenho aprendido que é impossível levar todas as pessoas pelo resto da vida, a maioria delas “deixaremos pelo caminho” não por vontade, mas, por incompatibilidade de estação. Isso não é fácil, mas, se as marcas que construímos em cada uma delas tiverem sido no espírito, regadas com amor e sinceridade jamais serão apagadas. Pare um pouco e pense: Que tipo de marcas, estamos deixando uns nos outros?

Além do mais, o Amor de Deus não é egoísta, não quer as pessoas apenas para si. É um amor que nos ensina a construir relacionamentos e, quando necessário, deixá-los partir, e a distância cultivá-los com as atitudes certas, o respeito e admiração.

Também, não podemos viver com eterna saudade de outros tempos de crescimento e avanço no Senhor ao ponto de nos conformarmos com o que foi bom, mas, passou. Todos os dias devemos ser gratos pelo o que vivemos no Senhor e desfrutarmos do renovo, do maná que está disponível para hoje.

Precisamos nos esquecer de uma vez por todas, daquilo que não deu certo, que parecia arrancar um pedaço de nós, o que nos feriu; Chega um momento que é necessário darmos um basta nessas lembranças que nos perseguem e ameaçam a nossa alegria, senão, seremos como museus empoeirados, cheios de coisas velhas. E essa não é a vontade de Deus, Ele nos chamou para vivermos em novidade de vida, que começa em nosso espírito recriado em Cristo Jesus, mas, alcança a nossa alma, as nossas emoções.

Enquanto abro meu coração nessa mensagem, as lágrimas escorrem na minha face, a cada dia que passa, estou mais convicta que não tenho tempo para perder, tenho tempo apenas para amar e viver sem arrependimentos, gerando o máximo de vida para o Reino de Deus!

O tempo passa rápido e não volta atrás!

Que a saudade do que vivemos nos ensine a valorizarmos tudo que o Senhor fez em nossas vidas, as pessoas que passaram e as que hoje estão por perto. E nos motive a continuarmos servindo a um Deus tão maravilhoso!

“Uma coisa faço, essa é minha única aspiração: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás, avanço para as que estão adiante, prossigo para o alvo, para ganhar o prêmio supremo e celestial, porque Deus em Cristo Jesus está me chamando para cima!” (Filipenses 3.13,14 – Versão amplificada)