Deus sempre me alcançou com a história de José, me identifico com ele em muitos aspectos, sendo assim, ao escrever meu primeiro livro “Além da Marca” o Espírito Santo me guiou a escrever um capítulo sobre José. No texto de hoje vou compartilhar um trecho desse capítulo, especificamente o período em que José foi parar na prisão, e o momento em que ele se tornou governador do Egito.
José recusou-se a dormir com a esposa de Potifar, e esta o acusou de assédio, uma vez que havia ficado com as vestes do rapaz em suas mãos. Portanto, José injustamente foi parar no cárcere, e parecia que tudo estava perdido. Muitas vezes parece que vamos de mal a pior, nada muda, transforma ou prospera, todavia, se atentarmos para o que está a nossa volta, ficaremos desestimulados, seremos levados pelos cinco sentidos.
Mas, se erguemos a face e olharmos para cima, perceberemos o ilimitado poder de Deus, que dentro de nós, nos eleva às alturas. Deus é especialista em nos tirar da masmorra das decepções e nos colocar no palácio das realizações, onde nossos sonhos acontecem.
“Estou plenamente certo de que aquele que começou a boa obra em vós há de completá-la até o dia de Cristo.” (Filipenses 1.6)
Entretanto, precisamos perseverar para acreditar, contemplando as promessas, além do que os olhos podem ver. O versículo acima foi escrito aproximadamente mil e seiscentos anos depois, mas essa convicção que Deus era poderoso pulsava no sangue de José.
E na prisão José prosperou, não perdeu tempo com amargura, murmuração, desânimo, pois Deus era com ele e lhe foi benigno, e mesmo como prisioneiro, foram-lhe confiados todos os presos que estavam no cárcere, portanto, José tornou-se gerente no cárcere. Quem já viu isso… só servindo a um Deus que cuida de nós mesmo nas situações mais difíceis (Gênesis 39.21, 22).
Naquela escura prisão, o padeiro e o copeiro de faraó tiveram sonhos e José interpretou os sonhos dos dois, e da forma como José interpretou aconteceu. O padeiro foi executado e o copeiro foi liberto e exaltado. E logicamente, José pediu-lhe “lembra-te de mim, quando tudo te correr bem, rogo-te que sejas bondoso para comigo e faças menção de mim a faraó e me faças sair desse cárcere, porém o copeiro esqueceu-se de José”(Gênesis 40.14).
Mas, Deus não esquece os seus escolhidos, mas vela sobre sua palavra, para cumpri-la e depois de anos, faraó teve dois sonhos e não havia quem interpretasse. Então, finalmente o copeiro lembrou-se do Jovem hebreu, que tinha o dom da interpretação, e Faraó mandou convocar o jovem José, que se barbeou, mudou de roupa, apresentou-se para a oportunidade.
Recorde-se que fazia treze anos que ele vagava longe de sua casa, de sua parentela, apenas fortalecido com os sonhos compartilhados por Deus. Nesses treze anos, José permaneceu inabalável, perseverou, sonhou acordado e preparou-se para o grande dia, em que Deus cumpriria a Sua palavra.
José era um nobre por excelência, sempre com o coração de joelhos diante de Deus, mesmo sendo reconhecido por Faraó que poderia interpretar sonhos, imediatamente respondeu-lhe: Não está em mim, mas Deus dará resposta favorável a faraó. Quanto mais reconhecemos Deus, mais preparado, habilitados pelo céu para a grande oportunidade nos tornamos, porque sem Ele, nada do que temos feito poderíamos fazer.
“Porque dEle e por meio dEle e para Ele são todas as coisas.” (Romanos 11.36)
E com o coração contrito e compungido, José interpretou os sonhos de faraó, mas, ele poderia ter pensado consigo mesmo, “Finalmente Deus lembrou-se de mim, já estava mais do que na hora, não aguentava mais o cheiro de carceragem.” Entretanto, José era um homem distinto, conhecido nos céus, tinha o coração guardado em Deus, e com ou sem resultado, aprendeu a ser fiel ao amado de sua alma.
O impressionante é que José foi chamado apenas para interpretar sonhos, mas, foi além do que esperavam dele, das expectativas humanas e instruiu faraó como deveria administrar o Egito nos anos de fartura e nos anos de seca. Ele soube usufruir da oportunidade e, com sabedoria e humildade, expressar o seu potencial, ensinando todo conhecimento que havia adquirido quando era pastor de ovelhas, mordomo de Potifar, gerente na prisão, até ao ponto que faraó não escondeu sua admiração, falando “acharíamos, porventura, homem como este, em quem há o Espírito de Deus? Visto que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há ajuizado e sábio como tu. Administrarás a minha casa, e a tua palavra obedecerá todo o meu povo, somente no trono eu serei maior que tu” (Gênesis 41.38, 39)
Note que José foi chamado apenas para interpretar os sonhos de Faraó e não para dar-lhe conselhos, instruções, mas durante os anos que a promessa não se manifestava, ele aprendeu a adquirir o máximo de conhecimento, até que um dia lhe foi útil. Quem garante que se o jovem houvesse apenas interpretado, teria se tornado Governador do Egito?
A parte de Deus foi conceder inspiração, mas a parte de José foi nos anos em que aguardava a manifestação da glória de Deus, adquirir conhecimento, o máximo de bagagem possível, e na ocasião oportuna, o conhecimento em diversas áreas como matemática, administração, liderança, abriu-lhe as portas para o palácio real.
A interpretação do sonho conduziu José até a presença de Faraó, mas a sabedoria adquirida nos anos de aflição ajudou-o a permanecer diante do Rei. Enquanto as promessas de Deus não se manifestam em sua vida, aproveite o tempo que se chama hoje para desenvolver habilidades, adquirir conhecimento!
Assim, José tornou-se governador do Egito e nos anos da seca, socorreu a sua família. Os seus irmãos que um dia zombaram: “lá vem o tal sonhador”, reconheceram que o mestre dos sonhos tornou-se um canal para abençoar as suas vidas.
Eu me identifico com José, pois, assim como ele, muitas vezes, eu fui esquecida; mesmo sendo reta, eu fui rebaixada, e também decidi, ao invés de reclamar, retirar o máximo de proveito de cada situação, acumulando experiência, conhecimento, certa de que em ocasião oportuna, iria utilizar essa bagagem.
O propósito de irmos além da marca é nos tornarmos um canal de Deus para a salvação dos perdidos. É sermos inspiração para os conformados. Jesus morreu a nossa morte, para que possamos viver a Sua vida, para dia a dia tomarmos a nossa cruz e seguimos os passos do Mestre do Amor, cumprindo o que Deus tem para as nossas vidas (Lucas 9.23, 24).