Por: Manassés Guerra

“E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que odeiem a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta, e maiorais de dez…” (Êxodo 18.21)

Algumas pessoas carregam o que se chama de capacidade inata de liderança: são visionárias, carismáticas, articuladas, cheias de ideias e possuem uma energia fora do comum. São aquelas capazes de motivar e inspirar. Os outros querem segui-las. Mas isso não faz delas, necessariamente, bons líderes. Muitas vezes deixam a desejar em elementos básicos como providenciar orientação e direcionamento, cobrar responsabilidade, lidar com fracassos e recompensar.

É cada vez mais comum encontrar líderes que simplesmente não tomam as rédeas. Não lideram nem muito menos supervisionam. Não deixam claro o que esperam em cada fase do processo e não acompanham desempenhos. Líderes que não corrigem falhas e não recompensam êxitos.

Alguns têm medo de fazer isso e outros não têm vontade de fazer. Por outro lado, alguns outros líderes sequer sabem como se faz. Porém, envolvimento e dedicação faz parte da liderança com resultados duradouros. Isso significa, de outro modo, fazer mais pelas pessoas e, consequentemente, receber mais delas.

Um líder não pode abrir mão de sua autoridade. Quando isso acontece, os efeitos são devastadores. Contudo, autoridade não quer dizer autoritarismo – que é a maneira excessiva de se exercer o poder delgado ao líder. A autoridade de um líder requer uma profunda consciência da responsabilidade em desenvolver pessoas. E isso requer um trabalho contínuo do acompanhamento e avaliação.

Em todo local de trabalho, em todos os níveis de liderança, nas mais diversas organizações, vemos uma profunda carência de direção, feedback, orientação e apoio contínuo aos colaboradores. Para tanto, não é suficiente receber relatórios sobre a situação da empresa e sobre o desempenho dos colaboradores. Relatórios podem trazer cenários equivocados ou estarem errados e nunca substituirão a convivência com as pessoas e os processos que elas desenvolvem.

Conheça sua equipe e sua organização. O líder que se distancia de sua equipe e da realidade do dia a dia da organização, compromete a eficácia de sua liderança. A responsabilidade pessoal só funciona se o membro da equipe souber também, de antemão, que precisará prestar contas de suas ações. É preciso saber o que significa alcançar o alvo e realizar um trabalho satisfatório. É necessário que fique claro o que se espera e o que é exigido de cada pessoa.

Empenhe-se para que as pessoas tenham consciência de sua real situação na organização e na equipe em que atuam. E isso em termos de compromisso, desempenho e de perspectivas, por meio de uma avaliação honesta e objetiva. Afinal, não se consegue melhorar a performance das pessoas sem lhes proporcionar feedback consistente e franco.

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