por Manassés Guerra
Nos tempos antigos o Senhor orientou o seu povo acerca da transmissão das doutrinas da Lei, de pai para filho, dizendo: “E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te” (Deuteronômio 6.7).
Os tempos mudaram, mas os princípios divinos são imutáveis e, portanto, permanecem os mesmos. O apóstolo Paulo orienta: “Permaneçam firmes e apeguem-se às tradições que lhes foram ensinadas, quer de viva voz, quer por carta nossa” (2 Tessalonicenses 2.15). Paulo repassou o ensino das Escrituras, culminando no Evangelho de Cristo, como as tradições às quais deveríamos nos apegar. Na versão Almeida Revista e Atualizada (ARA) está assim traduzido: “guardai as tradições”. A palavra traduzida como “guardai” é o vocábulo grego “krateo” que quer dizer “ter a posse; obter; segurar; apoderar-se; agarrar”. Isso é o que precisamos fazer com a tradição dos céus em nosso coração e mente, a cultura do Reino.
O mundo decaído não vacila na propagação, sem trégua, de uma cultura decadente que é de fato um comportamento anticristo. O apóstolo Paulo também alerta: “… Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá… Vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios. Remindo o tempo; porquanto os dias são maus” (Efésios 5.14-16).
O espírito anticristo – que é contra o ser humano imagem de Deus – está no mundo, disseminando sua cultura e escravizando mentes e corações para a prática da impiedade e alienação da eternidade.
João nos adverte: “E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já agora está no mundo. Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (1 João 4.3,4). Ainda na sua carta, João escreve aos jovens: “Jovens, eu lhes escrevi porque vocês são fortes e em vocês a Palavra de Deus permanece e vocês venceram o Maligno” (1 João 2.12-14).
É nossa responsabilidade ensinar aos nossos filhos as Escrituras, não somente contando as histórias bíblicas de Abraão e Isaac, Moisés e o Mar Vermelho, Gideão, Sansão, Davi e o povo hebreu, a história de Jesus e os seus discípulos e apóstolos, mas mostrando principalmente as tradições divinas de conduta e comportamento do Reino de Deus. Toda Escritura aponta para a nova criação e o estilo de vida de amor, fé, esperança, fruto do espírito e adoração, que nasce do coração recriado, é a gloriosa cultura do céu na terra. Então acontecerá com os nossos filhos o mesmo que aconteceu com Jesus: “E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens” (Lucas 12.32).
Nascemos em um mundo armado até os dentes para sucumbir o espírito humano e educar a mente para um tipo de conduta carnal e egoísta, fora do amor. Assim, é necessário educação na Palavra para que possamos corresponder à instrução bíblica: “Você, porém, fale o que está de acordo com a sã doutrina” (Tito 2.1).