Na escura madrugada, no jardim que relembrava a tentação no Éden, Jesus teria que dizer “sim” à vida, entregando-se à morte. Somente assim ele viraria o jogo em nosso favor. Nos momentos seguintes, ele seria traído com um beijo, negado três vezes pelo próprio Pedro, condenado como réu de morte, açoitado, espancado, ridicularizado, entregue para ser morto pela justiça romana,  pregado numa cruz e, por fim, abandonado na morte eterna dos pecadores. Se ele não estivesse disposto a beber o cálice, nada disso aconteceria.

E se ele dissesse não, não adiantaria tentarem lançar mão dele, pois eles não o conseguiriam. Nem mesmo ao sinal de um beijo traidor. Ninguém conseguiria detê-lo, jamais poderiam torturá-lo e muito menos crucificá-lo. Nenhum dos homens, nenhum dos mortais poderia encostar as mãos nele, ninguém o alcançaria – a menos que ele dissesse “sim”.

Dizer sim para morte era o mesmo que assumir uma dívida que não era sua. Entregar-se à morte era o mesmo que se lançar num abismo de separação de Deus.

Ele disse sim! Foi assim que ele agiu e foi por esta razão que ele se levantou ousadamente, mesmo em um momento de tanto medo, dizendo: “Chegou a hora! Eis que o Filho do homem está sendo entregue nas mãos de pecadores” (Mateus 26.45 – NVI).

Essa era a maneira que Deus tinha para vencer o diabo no território do mal e resgatar a humanidade encarcerada no cativeiro da morte.

Jesus não tinha pecado para morrer como um pecador, ele se tornaria pecado com o nosso pecado e morreria a nossa morte. E o sim de Jesus foi o portal que ele adentrou, saindo do Reino da Luz em direção ao Império das trevas. Neste momento, não como o poderoso guerreiro de Deus, mas como mais um na grande multidão dos condenados.

O que o diabo não contava era que, um pouco mais a frente, teria de enfrentar aquele que gloriosamente ressurgiria como o poderoso guerreiro de Deus.

No jardim da entrega, Jesus penetrou a escuridão da morte. A luz que veio brilhar para o mundo estava se entregando como oferta pelo pecado do próprio mundo. E somente a partir do momento em que se tornou pecado, Jesus virou presa fácil para todos aqueles que, inspirados por Satanás, puseram as mãos sobre ele para exterminá-lo da terra dos viventes.

Parecia mais uma jornada sem volta. Apesar disso, ele decidiu fazê-la confiando que seu Pai lhe daria a vida de volta. E voltar à vida aqui significava um tipo de ressurreição que ninguém ainda havia experimentado: a ressurreição dos mortos espirituais – “Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia” (Colossenses 1.18).

Jesus se despediu da comunhão com Deus para nos levar de volta aos seus braços. Abriu mão dos seus direitos de Filho para devolver a nós todos os privilégios de pertencer à família de Deus. Tornou-se insignificante, sem nome, filiação e descendência para ressuscitar como o primeiro de uma nova raça de filhos de Deus.

Jesus escolheu, a partir daquele momento, ser como todos os outros para que todos os outros se tornassem como ele. E assim, ele se tornaria o primeiro de uma classe diferente de seres humanos.

“Com julgamento opressivo ele foi levado. E quem pode falar dos seus descendentes? Pois ele foi eliminado da terra dos viventes, por causa da transgressão do meu povo ele foi golpeado… Ele verá a sua prole e prolongará os seus dias” (Isaías 53.8,10 – NVI).

“E, sendo o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, proclamaria luz para o seu próprio povo e para os gentios” (Atos 26.23 NVI).

Extraído do livro “A FESTA DA REDENÇÃO” – Manassés Guerra

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