Por: Manassés Guerra
Será que a certeza de que Deus nos ama incondicionalmente não nos levará à libertinagem ou à preguiça espiritual? Ou será que, quanto mais mergulharmos no amor de Deus mais aprofundaremos a nossa fé?
Por anos de “religião cristã” nos acostumamos com um relacionamento com Deus baseado no medo. Afinal de contas, aprendemos de antemão que não havia outro método mais eficaz que o medo para manter o pecado sob controle nos tempos da Antiga Aliança.
O medo do inferno e do juízo final sempre nos manteve sob controle. Porém, uma vez que o medo desvanece, então a transgressão imediatamente vem à tona novamente. E aí, para manter a conduta correta, é preciso impor mais medo.
Porém, como teremos prazer em nos relacionarmos com una pessoa da qual temos medo? João declara em sua carta que no amor não existe medo e o verdadeiro amor lança fora o medo (1 João 4.18).
Um pregador disse certa vez: “Quando o medo de Deus nos é útil, é difícil desistir dele. É como se o amor não fosse suficiente para nos manter ‘sob controle’”. Mas, o amor de Deus nos dá confiança e segurança em Sua presença. Confiando no Amor, não correremos dEle mas em sua direção, em direção ao Trono da Graça para recebermos a ajuda que precisamos no tempo oportuno (Hebreus 4.16).
O amor humano é egoísta e egocêntrico. Porém, o amor de Deus, demonstrado na Cruz, é o amor que abre mão de si mesmo. O amor de Deus liberta o coração e a mente e restaura a dignidade do filho. Esse é o amor que não depende de uma condição para se evidenciar.
Livre do medo e apegados ao amor, não teremos restrições para nos expor sem reserva, sem máscaras ao Deus de amor e, ao invés de escondermos nossas falhas e fraquezas, seremos afetados por aquilo que o Amor é. E quanto mais amamos a Deus, mais amaremos com o Amor de Deus.
Muitos que são tidos como deuses impõem o terror. E embora estejamos acostumados com um Deus que impõe temor, Deus não impõe o medo para obrigar a nossa submissão. Ao contrário disso, o nosso Pai está em busca do nosso amor.
Na definição simples, mais profunda de João, “Deus é Amor”. O medo nos convence a agir contra a nossa vontade. O medo não nos transforma. Diante do amor perfeito, os nossos maiores medos são aniquilados. O amor nos insere em um processo de transformação e aperfeiçoamento de dentro para fora.
Só amando a Deus, e não tendo medo dele, nos tornamos completos em Cristo. O medo da rejeição, o medo do futuro, o medo de errar, perde sentido diante da confiança que o amor de Deus nos inspira.
Que sejamos profundamente influenciados pela amizade de um Deus que nos ama mais que tudo. Que possamos adquirir os traços desse amor.