Por: Manassés Guerra
Na esfera da liderança temos vários perfis de líderes. Consequentemente temos também um desempenho diversificado de liderança. O grande desafio é criarmos um ambiente que promova a liderança de seguidores e de líderes de líderes, sem competição ou intimidação.
Um desenvolvedor de líderes propôs, em um experimento, níveis de liderança em categorias, através de uma pontuação que pode ir de 1 a 10. Por exemplo, numa organização podemos ter um líder 2, 6 ou líder 9, convivendo entre si. E esta qualificação numérica não se dá por meio do caráter ou qualidade moral de um líder, mas do seu potencial e abrangência naturais.
A dificuldade que acontece muitas vezes é quando um líder, digamos 6, tem sob sua liderança (ou plano de treinamento e desenvolvimento), um líder também 6, ou 7, ou 8. É o que poderíamos chamar um líder liderando líder de líderes. São casos em que o líder principal se sente ameaçado pela liderança do líder seguidor que desponta bem diante dos seus olhos.
Há líderes que não conseguem desenvolver liderança em um nível líder de líderes pois ele subestima, ou tenta suprimir, qualquer potencial que represente uma ameaça à sua liderança. Líderes estes que não conseguem elogiar, reconhecer ou abrir espaço para quem é ousado, visionário, estratégico e influente. E, infelizmente, esta atitude acaba sendo um boicote contra si mesmo.
Esse tipo de líder, portanto, funciona como uma espécie de “tampa”, oprimindo e limitando a influência de outro líder que possa ter tantos atributos (ou até mais), que o chefe.
Acredito que todo ser humano é, por natureza, um líder em alguma área específica. Também acredito que alguns são, por vocação ou desenvolvimento de si mesmo, líder de líderes. Porém, nem todo mundo descobriu sua área de liderança, e nem todo líder se sente bem quando percebe que tem ao seu lado um líder com visão e capacidade tão elevada quanto a dele.
Fico perplexo ao ver Jesus, um líder nota 10, dizer para os seus discípulos: “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai”(João 14.12). Jesus não tinha medo de ser superado – até porque não existe ninguém maior que ninguém. O que existe, na verdade, é cada qual com a sua vocação e equipamentos necessários para sua missão.
O próprio Jesus, falando certa vez sobre a vinda do Espírito Santo disse: “…Convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei” (João 16.7). O anseio de Jesus era promover e elevar ao máximo o potencial a missão de seus seguidores ou Sucessor. Que esta seja também a nossa meta.