A salvação em Cristo não anula a vocação divina que faz do ser humano um “obreiro”. O Deus que disse “você é minha imagem e semelhança” também disse “governe e domine”. Somos filhos pela natureza de Deus e obreiros por causa da vocação original e individual que o próprio Criador plantou em nosso coração.
Dons e talentos evidenciam o toque do amor de Deus através das nossas ações. O amor do tipo de Deus é ação. A fé do tipo de Deus é ação. E a graça não significa seres humanos apáticos, inanimados, inválidos, subestimados. Significa seres humanos graciosamente em ação.
Podemos ver ainda na Antiga Aliança Deus dizendo para Josué: “Eu fiz a promessa. Você é responsável a partir de agora para fazê-la se cumprir!” (Josué 1.6).
O Jesus que disse: “Tua fé te salvou”, também disse: “Ide por todo mundo…“. Ou seja, as obras humanas não reconquistam a natureza original de filhos (somente a Obra dEle nos devolve isto). Porém, uma vez que somos filhos, somos de novo obreiros – filhos empreendedores.
Paulo disse: “ninguém consiga remover você da obra de Deus” (I Coríntios 15.58 – tradução literal). Assim, a graça não anula o nosso potencial para realizar obras. Antes, inspira o potencial. Obras, não para tentar ser alguma coisa, mas, por causa daquilo que já somos nEle.
O Sangue de Jesus nos coloca na eternidade. Mas, as nossas obras colocam em nossas mãos uma recompensa (na eternidade).
Deus nos recriou em Cristo “para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado” (Efésios 1.6). E a maneira que temos para tornar isso real é manifestando, por meio de ações, a nossa adoração a Deus. E a palavra manifestAÇÃO explica-se a si mesmo.
A fé e a graça de Deus nos põe em ação para sermos frutíferos. Ou seja, fazedores das obras que vêem da natureza dEle em nós. Fazer não só por fazer mas, sob a inspiração da graça de Deus, a intuição do dom e a direção do Espírito Santo.