Por: Manassés Guerra
Você já foi servido por alguém ostentando um título que não condizia com a missão desempenhada? Por vezes nos deparamos com situações como esta: Alguém que tem um cargo mas que não traz consigo a missão esperada para o título que carrega. Por outro lado, nos deparamos com pessoas que se sobressaem ao título, realizando com tanto amor e dedicação a sua missão que dizemos: “Esta pessoa nasceu para esta missão!”.
E o meu foco aqui não é tratar sobre vocação ou talento. É claro que encontramos pessoas que decidem realizar determinada atividade apenas por causa dos ganhos financeiros ou materiais. Tais pessoas acabam frustrando a si mesmas e aos outros pois estão desconectadas do seu potencial e dos resultados que realmente valem a pena. A minha intenção portanto é falar sobre a disposição do coração de servo que precisamos ter para dar à missão que descobrimos como sendo nossa, o verdadeiro sentido de serviço à humanidade.
Deus nos fez para governar e administrar recursos, mas para servirmos ao próximo. E o ser filho de Deus não anula a vocação divina que nos faz servos uns dos outros. É assim que devemos desempenhar nossa vocação e chamado: começando não pelo reconhecimento, mas pelo serviço que recebemos como missão para o mundo. Quando desempenhamos o serviço, seremos consequentemente chamados por aquilo que fazemos.
Quando Jesus veio à terra para nos servir, com uma missão tão especial confiada por Deus às Suas mãos, Ele não se apegou ao título e a glória que tinha antes nos céus. É assim que o apóstolo Paulo nos ensina: “Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros. Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus.” (Fl 2.4-6).
Jesus se apegou à missão com a qual se comprometeu e serviu ao mundo com integridade e paixão. E na Sua grandeza ao servir temos o grande exemplo que Ele mesmo deu ao praticar suas própria palavras: “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Mc 10.45). E outra vez: “Mas o maior dentre vós será vosso servo” (Mt 23.11).
Alguém poderia dizer: “Isso quer dizer ficar o resto da vida fazendo a mesma coisa sem ser reconhecido?” Posso lhe garantir que não. O serviço de coração e com excelência nos promove para que sirvamos de maneira cada vez mais abrangente e recompensadora. E falo de um tipo de recompensa proporcional ao senso de dever cumprindo e realização pessoal.
Com Jesus não foi diferente. Ele se sentiu realizado com o que realizou e foi elevado a uma posição de destaque e reconhecimento: “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome” (Fl 2.9). Que posição de destaque é esta sobre a qual estamos falando? Um lugar onde você terá cada vez mais possibilidades de fazer acontecer a sua visão e cumprir a missão que lhe faz servo de uma maneira peculiar, na humanidade.