BANNER-MARCELO-SARAIVA_4-580x1571Quero começar com um texto que encontra-se no Antigo Testamento e fala sobre intensão do coração, o propósito, nossas motivações.

Mesmo estando no Antigo reflete uma verdade que permeia toda a Bíblia, pois foi um assunto ensinado pelo Senhor nos evangelhos e também por Paulo em suas epístolas.

“Era Amazias da idade de vinte e cinco anos quando começou a reinar e reinou vinte e nove anos em Jerusalém; sua mãe se chamava Jeoadã, de Jerusalém. Fez ele o que era reto perante o SENHOR; NÃO, PORÉM, COM INTEIREZA DE CORAÇÃO.”  (II Crônicas 25.1)

Outra versão diz:

Fez o que Javé aprova, mas não com integridade de coração – Edição Pastoral

É interessante notar que mesmo fazendo o que era reto perante o Senhor, o rei fez sem inteireza de coração. Não há dúvida alguma de que devemos fazer o que é reto, justo, honesto ao Senhor e aos homens, mas devemos fazer com a motivação correta.

“Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste. Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita; para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais”.  (Mateus 6.1-8)

Observe o que o Senhor falou nos versos:

  • 1…com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste.
  • 2 …para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.
  • 5 …para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.

 Jesus de forma alguma está reprovando a pratica dessas coisas, mas a motivação com que se faz. Então percebemos que é possível fazer a coisa certa com a motivação errada.

Outra verdade importante é que o Senhor falou isso relacionado a assuntos triviais, básicos na prática cristã.

Note a advertência que o Senhor fez: “… não tereis galardão junto de vosso Pai celeste; Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa”. 

Quem falou não foi qualquer pessoa, mas o nosso Senhor e se Ele disse isso é a mais pura e simples verdade. Por isso devemos sim, continuar a fazer o que é correto, o que é bíblico com inteireza de coração.

O apostolo Paulo fala do mesmo princípio com outra linguagem, vejamos:

“Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho; de maneira que as minhas cadeias, em Cristo, se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os demais; e a maioria dos irmãos, estimulados no Senhor por minhas algemas, ousam falar com mais desassombro a palavra de Deus. Alguns, efetivamente, proclamam a Cristo por inveja e porfia; outros, porém o fazem de boa vontade; estes, por amor, sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho; aqueles, contudo, pregam a Cristo, por discórdia, insinceramente, julgando suscitar tribulação às minhas cadeias. Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei.”  Filipenses 1.12-18

Paulo tinha o conhecimento de que algumas pessoas estavam pregando a Cristo com a motivação errada, como ele mesmo disse: “inveja e porfia – por discórdia, insinceramente”. Mas diante de tudo isso ele se regozijava, não pelo fato de ter pessoas assim, mas pelo fato de que CRISTO está sendo pregado. O evangelho está sendo anunciado.

Observe esse termo: …proclamam a Cristo…” Eu sei que Paulo aqui está falando de anunciar as boas novas da salvação, mas também podemos perceber que proclamar a Cristo resume em si toda e qualquer atividade ministerial.

Perceba a situação em que esse homem de Deus estava – Encarcerado por pregar a Cristo e isto ele fazia com uma boa consciência, enquanto isso outros estavam livres pregando por inveja e porfia, por discórdia, insinceramente. 

Paulo não perdeu a paz, não ficou decepcionado com Deus pelo fato de saber que havia obreiros de tal nível, nem tampouco pensou em desistir, pois ele tinha uma missão e como ele mesmo disse: “… sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho…”. Mas também e principalmente por entender uma verdade abençoadora que é:

E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, TODAS AS COISAS ESTÃO DESCOBERTAS E PATENTES AOS OLHOS DAQUELE A QUEM TEMOS DE PRESTAR contas – Hebreus 4.13.

Essa verdade estava bem estabelecida no coração de Paulo – Um dia vamos comparecer perante o tribunal de Cristo e receberemos a recompensa que o Senhor tem para nós. Um dia ouvirei as palavras: “Servo bom e fiel…”.

Gloria in excelsisDeo – Glória a Deus nas alturas

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