“Há um mover do Espírito Santo que pode ser perdido na nossa geração, a não ser que seja transmitido através de preceitos e exemplos.”
Precisamos dos dons em manifestação no nosso meio. Precisamos deles através de preceitos e exemplos e eu queria que você guardasse bem essas duas palavras. Preceitos significam ensinamentos. É necessário que falemos sobre o Espírito, ensinemos sobre os dons, mostrando na Palavra onde está. Exemplos é demonstrar isso na prática. As pessoas precisam ver as manifestações do Espírito acontecendo. Não pode ser só uma teoria, não pode ser só um conceito bonito. Elas têm que experimentar!
Rick Renner disse que o Evangelho, sem as manifestações do Espírito nos dias de hoje, vai ser parecido com um conto de fadas, uma história muito bonita, mas que parece fantasia, bem diferente da nossa realidade. São as operações do Espírito Santo, no nosso tempo, que fazem com que a Palavra se torne viva e a gente entenda que, o que aconteceu e foi registrado na Palavra, no Livro de Atos por exemplo, pode acontecer nos nossos dias também.
Aqui, quero tocar em três bases: como sermos guiados pelo Espírito, sobre o batismo no Espírito Santo e sobre os dons espirituais.
Batismo no Espírito Santo
Não sei como tem sido na sua igreja, mas por aqui, por um tempo, vimos muita gente nascer de novo nos cultos. Mas pouquíssimas pessoas vinham à frente quando fazíamos o convite para o batismo no Espírito Santo. Precisamos ensinar mais sobre isso e praticar mais a oração em outras línguas no nosso dia a dia.
O batismo no Espírito Santo não é algo opcional para um crente, é essencial para você ter uma vida bem-sucedida aqui na terra. Em João 20, no primeiro dia depois que Jesus ressuscitou, os discípulos estavam reunidos e Jesus, de repente, aparece no meio deles e sopra sobre eles o Espírito Santo. Naquele dia, os discípulos estavam recebendo o novo nascimento, a aliança que Jesus tinha acabado de conquistar na cruz, eles estavam recebendo o Espírito dentro deles. E ao final dos 40 dias que Jesus esteve com eles, Ele mostra que aquela experiência não era o suficiente. Jesus deixou claro que aquela experiência maravilhosa com o Espírito, que é incrível e traz salvação, não era suficiente, não era a única.
Em Lucas 24.49 está escrito: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder”. Em Atos 2.39, depois que os discípulos foram cheios, Pedro fala a mesma coisa: essa promessa é de Deus para todos nós. O batismo no Espírito Santo não é pontual, não é algo que Deus dá para alguns, é uma promessa para todos aqueles que são Seus filhos.
Se você prestar atenção, Jesus só começa seu ministério depois de ter sido batizado no Espírito, em Mateus 3 vemos isso. Vamos ver algumas características do Espírito Santo para que você possa entender: primeiro, quem batiza é Jesus. Não é o pastor, nem os conselheiros, é Ele. Jesus que nos batiza com o Espírito Santo e com fogo, afinal a promessa foi dele. Ele quem disse que não nos deixaria órfãos, Ele quem prometeu outro consolador.
Segundo, quem pode ser batizado? Todo aquele que for filho. Se faz necessário apenas ter nascido de novo e crer no batismo. Não dá para viver a vida que Deus tem para nós sem o revestimento de poder do batismo no Espírito, não estaremos prontos para expressar a natureza de Deus, aqui, sem isso. Esse poder é o que nos capacita a fazer o que Deus quer que façamos.
Eu fico muito cuidadoso quando nos expomos a ministros que não creem no batismo. Tenha muito cuidado com as ministrações que você tem ouvido fora da nossa visão, ou melhor, nem as ouça! Procure ouvir pessoas que creem como você crer, porque por mais que alguns possam conhecer a Teologia, pode ser que não conheçam Aquele que inspirou o que está escrito.
É o ministério do Espírito em nós (o novo nascimento) e o ministério do Espírito sobre nós (o batismo no Espírito), essas duas experiências que nos habilitam a viver a vida de Deus aqui na terra. É possível conhecer Jesus e não conhecer o Espírito Santo, assim como é possível ser salvo e ir para o céu sem conhecê-lO, mas você vai perder muito.
Sabe quanto tempo alguém tem que esperar para ser batizado e ser cheio do Espírito Santo? É o tempo que leva para crer nisso. Fé não é tentativa, fé é certeza, é convicção. Se alguém crer é batizado na mesma hora.
Falar em outras línguas é a prova concreta de que alguém foi batizado pelo Espírito. Essa é a evidência, vemos isso em Atos 19.6 e em Atos 10.44-46. As línguas vêm do nosso Espírito, não é da nossa mente, podemos orar em línguas e pensar em outras coisas. Então, por isso se faz necessário controlar nossos pensamentos. Ore mais alto do que os seus pensamentos, se concentre, tenha foco. Em momentos de oração é que respostas, provisões e direções chegam.
Mas outro equívoco muito comum é das pessoas acreditarem que o batismo no Espírito se refere somente à oração em línguas, mas não é bem assim, tem muito mais! O batismo vem para que você possa ser fortalecido e alcançar outros. Rios de água viva começam a fluir de dentro de nós. A oração em línguas nos carrega por dentro para que possamos ir e destruir as obras do diabo. Existe muito mais além da oração, vêm também os dons e habilidades.
Lembre-se: não podemos ficar somente na teoria, precisamos ir para a prática. Se prepare para Deus usá-lo durante os momentos de culto, na sua casa, nas suas redes sociais. Esteja sensível ao que Deus vai fazer, porque você tem o Espírito Santo e Ele está dentro de você para que você seja uma testemunha, e testemunha precisa falar do que viu e ouviu.
Os dons do Espírito
A Palavra fala que a manifestação do Espírito é concedida a cada um visando um fim proveitoso. Rick Renner diz que essa expressão “a cada um” significa a todos individualmente. Não fica ninguém de fora. Todo mundo no Corpo de Cristo pode ser usado nos dons do Espírito. Agora, cada um, em algum dom diferente. Mas Paulo diz que todos, na igreja, podem falar em línguas e todos podem profetizar. Esse não é um dom muito seletivo. É por isso que Paulo fala para desejarmos esse dom.
Em I Tessalonicenses 5.19-21, a Bíblia diz: “Não apagueis o Espírito. Não desprezeis as profecias. Julgai todas as coisas. Retende o que é bom”. Estudiosos conectam o apagar do Espírito com desprezar as profecias.
Se desprezamos a profecia, se não damos o lugar de evidência que ela precisa, estamos, de alguma forma, apagando o Espírito Santo.
Quando estudo os capítulos de I Coríntios 12, 13 e 14, fico me perguntando: Por que Paulo dava tanta ênfase à profecia? Por que ele fala dos nove dons, mas, no capítulo 14, ele enfatiza muito o profetizar. Ele diz: “Deseje todos os dons, mas principalmente o de profecia”. O dom de profecia tem um lugar primordial que não pode ser desprezado. Estamos aqui colocando alguns trilhos para que você, como um trem, ande.
O profeta não é o único chamado, o único dom ministerial que pode atuar nos dons espirituais, mas o profeta tem uma sensibilidade para algumas coisas nessas áreas, que podem estar aguçadas, mas podem também estar sendo abafadas no nosso meio.
Às vezes, vejo os profetas como um monte de locomotivas na igreja, mas sem trilho, inibidas de andar, desgovernadas de alguma forma. As instruções e os preceitos vêm para servir como trilhos para a locomotiva. Uma locomotiva sem trilho estará parada ou desgovernada. Não queremos nenhum tipo de profeta desse jeito na nossa igreja. Eu não quero um profeta inerte, nem quero um profeta desgovernado.
Precisamos ter profetas maduros, cheios do espírito. E quando digo atuando, queria que você pensasse nisso nos cultos, no púlpito, mas, também, creio que muitos vão receber palavras para dar de forma particular às pessoas sem ser necessariamente no culto. Nem todo mundo precisa pegar no microfone. Nem todos precisam subir no púlpito. Todo mundo que crer pode ser usado em profecia. Os dons são sobrenaturais, mas nem sempre eles precisam ser espetaculares. Eles podem ser transmitidos de forma simples.
Você é chamado para o ofício do profeta? Seja ousado! Eu prefiro ter comigo profetas que preciso frear do que profetas que preciso estar empurrando. Seja ousado e faça aquilo que Deus colocar em seu coração. Não abafe as direções que Deus tem lhe dado. Precisamos do seu chamado atuando na igreja. Precisamos dos dons em manifestação, principalmente o de profecia.
A Bíblia diz que o Espírito realiza e distribui os dons como lhe apraz. É como o Espírito quer e na hora que Ele quer. A palavra “realizar” significa ser eficaz, produzir ou mostrar poder, efetuar. Às vezes, as pessoas ficam presas nesse versículo que diz que o Espírito faz como quer para limitar a Sua operação no culto. Mas acredito que, quando as pessoas se reúnem, o Senhor está sempre querendo fazer algo e trazer edificação. É tanto que Paulo fala seis vezes nos capítulos 12 e 14 que devemos procurar e desejar os dons, como também diz que devemos orar para sermos usados neles e que não devemos ser ignorantes com relação a eles. Tem uma parte que é do Espírito e é quando Ele quer. Mas parece que a nossa parte é a que está mais em falta.
O Espírito está sempre querendo abençoar as pessoas. Eu acredito que não existe um culto, uma reunião da nossa igreja em que o Espírito não queira se mover com os seus dons. A pergunta é: nós estamos procurando? Nós estamos desejando? Nós estamos orando para sermos usados? Nós estamos buscando conhecer?
Paulo começa I Coríntios 12, dizendo: “Quero que vocês não sejam ignorantes a respeito dos dons espirituais”. Não podemos desejar algo que não conhecemos. Precisamos estudar sobre os dons. Precisamos entender o que a Palavra fala sobre isso, que o dom não é um fim, mas é um meio. Sabemos que os dons são apenas um instrumento ou ferramenta para alcançar pessoas, para edificá-las, para trazer transformação, e é isso que queremos que aconteça no nosso meio.
Crente maduro não é aquele que fica procurando as reuniões onde os dons estão operando. O crente maduro é aquele que vai para a reunião e faz os dons operarem.
Eu já vi pessoas dizendo que sentem falta dos milagres acontecendo e eu creio que vamos ver curas sobrenaturais acontecendo, mas quando Paulo manda desejar os dons, ele diz que é principalmente o de profecia. Não é o de milagres, não é o de cura. Não. Talvez, porque o de profecia é melhor, mais importante do que os outros, mas talvez porque seja o mais simples de atuar. E, se estivermos ignorando a profecia, com certeza, não vamos poder nos manifestar nos outros também. A profecia é como uma porta para os dons do Espírito.
Existe uma progressão dos dons. Eu creio que, cada vez que somos usados no dom do Espírito e nos entregamos para aquele dom acontecer, vamos tendo mais convicção nisso, vamos ficando mais maduros e mais experientes. Eu lhe digo uma coisa: Deus não vai mandar você levantar um aleijado se, quando Ele diz pra você dar uma palavra pra alguém, você se recusa.
Precisamos ter ousadia nas pequenas coisas primeiro, fazer isso crescer dentro de nós e ficarmos sensíveis à operação do Espírito. Daqui a pouco, operar em milagres vai ser tão fácil quanto interpretar as línguas.
Somos um ministério pentecostal. O Ap. Guto falou sobre isso na Conferência de Ministros do Sudeste. Nós cremos no batismo no Espírito Santo e nos dons do Espírito. Isso é uma marca do Verbo da Vida. Isso não pode morrer. Isso não pode ficar abafado, não pode ser secundário.
A oração em línguas não é uma ferramenta para usarmos de vez em quando, em uma emergência ou quando não temos o que fazer. Sem isso, o Evangelho perde o elemento sobrenatural. Sem essas coisas, vamos estar ignorando o ministério do Espírito Santo na nossa vida. Longe de nós, isso!
2 Comentários
”Deus está nos preparando como igreja, para o último e grande ato final de seu Espírito na terra.”
Excelente reflexão!