por Perilo Borba
Conselhos para um uso adequado das mídias sociais contra os enganos das “fake news”:
“Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra, igualmente a mim me pareceu bem, DEPOIS DE ACURADA INVESTIGAÇÃO DE TUDO desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído” (Lucas 1.1-4).
Muito me chama a atenção o fato de Lucas ter feito uma “acurada investigação de tudo” que ouvira, antes de poder compartilhar com Teófilo os relatos tão importantes que nos abençoam também, dois mil anos depois, através deste Evangelho. O mais impressionante é que Lucas não tinha ouvido de quaisquer pessoas, mas sim de testemunhas oculares e ministros da Palavra, alguns deles até mesmo autoridades sobre ele na igreja.
Nos dias de hoje, devido a maior democratização do acesso à internet e o poder de alcance e multiplicação de uma publicação nas mídias sociais, chegam até nós, diariamente, inúmeras informações, vindas das mais diferentes fontes. Por isso, recai sobre nós uma responsabilidade ainda maior do que a de Lucas, sendo necessário termos tamanho zelo de investigar de maneira acurada (caprichosa, detalhada, profunda e com esmero), antes de acreditarmos naquilo e de, principalmente, compartilharmos.
Seja no Facebook, Whatsapp ou outras mídias e aplicativos do tipo, somos “bombardeados” com uma grande quantidade do que são conhecidas como “fake news” (notícias falsas), sejam elas distorcidas ou até mesmo inventadas, apresentando uma manchete sensacionalista ou não. Você sabia que existem robôs que, propositalmente programados, criam informações para prejudicar ou favorecer um meio, serviço ou pessoa?
Numa época de eleições, muitos eleitores podem acabar tendo o seu voto (mal) influenciado por acreditar em uma notícia falsa sobre um candidato, por exemplo. Pior do que isso, podem ser instrumentos de contaminação para outros, por simplesmente compartilharem algo que não sabiam ser falso.
Somos chamados para ser proclamadores de boas novas. Mais do que isso, somos chamados para proclamar a verdade. Por isso, não acredite em tudo o que você vê ou ouve, muito menos compartilhe, antes de fazer uma acurada investigação: Essa informação é verídica ou apenas uma piada? Qual a fonte daquela notícia? Qual a credibilidade dos sites que a publicaram? Quantos sites ou jornais estão de fato falando sobre aquilo? Qual a data em que foi publicada ou em que o fato ocorreu?
Afinal, as pessoas podem mudar de comportamento e até mesmo de ideias, por isso, necessariamente um erro passado não define o que a pessoa é ou pensa, atualmente. Também é importante não acreditar somente na informação do título, mas clicar para ler todo o texto e averiguar o contexto dos fatos.
Devemos evitar falatórios inúteis e profanos, pois eles podem “corroer como câncer” (II Timóteo 2.16). Se o apóstolo Tiago tivesse escrito a sua epístola nos dias de hoje, ele teria dito para sermos prontos para ouvir, tardios para falar, tardios para se irar e também tardios para compartilhar.
Investigue antes e, parafraseando o apóstolo Paulo, em Efésios 4.29, que “não saia do seu perfil nas mídias sociais, ou contato nos grupos de Whatsapp, nenhuma palavra torpe (corrompida e imprópria), mas unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade e, assim, transmita graça aos que tiverem acesso a ela”.
Nós temos a mais verdadeira e poderosa mensagem que existe, a Palavra de Deus. Que possamos diariamente utilizar esses avançados meios de comunicação disponíveis para proclamar as promessas e os feitos do nosso Senhor. Um versículo, um testemunho, uma palavra de motivação, congratulação ou de agradecimento, com certeza, pode transformar o dia de alguém.
Fonte: Revista “Verbo” (revista de publicação mensal da igreja Verbo da Vida Sede, em Campina Grande) – Edição 44