por Perilo Borba
“Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram (Hebreus 13.7).”
Nesse texto, o autor do carta aos Hebreus fala três verbos: lembrar, considerar e imitar. Lembrar me remete muito à gratidão. Vemos Lucas 17, uma passagem em que dez leprosos chegaram em Jesus, e eles receberam uma palavra que curou a vida deles, porque, quando eles colocaram a instrução, a palavra de Jesus em prática, o milagre que eles precisavam aconteceu. Mas apenas um dos dez lembrou de quem deu a palavra. Eu não sei você, mas eu não quero ser contado com os 90%. Eu quero ter um coração grato e quero expressar essa gratidão, lembrando de quem me deu a palavra, de quem me ensinou e instruiu a fazer. Então, lembrar é importante, ser grato é importante.
Em Gálatas 6.6, Paulo nos instruiu a fazermos participantes de todas as coisas boas aqueles que nos têm instruído a Palavra de Deus. Devemos hoje ser mais gratos que ontem. E amanhã deveremos ser mais gratos do que hoje.
A gratidão vai gerar bons resultados na tua vida.
Depois ele falou sobre considerar atentamente o fim da sua vida, ou pensar em todo bem que resultou na vida deles, atentar para o resultado que tiverem. Considerar significa que você está disposto a aprender com, é estudar sobre a vida de alguém, observá-la bem. Considerar também diz respeito à honra. Honra significa você conceder um peso diferente, quando a palavra de uma pessoa tem um valor diferente de uma palavra de outra pessoa. E Paulo fala, em Tessalonicenses 5, que a gente precisa ter nossos líderes em máxima consideração, estarmos atentos a aprender com eles.
E, por fim, ele fala sobre imitar, imitar a fé, ou seguir o exemplo de fé. A palavra imitar, no grego, também pode significar mímica. O autor de Hebreus, quando fala sobre imitar, ele fala sobre aquilo que vemos na pessoa, o exemplo de fé, a fé pode ser vista. Em Marcos 2.5 diz que Jesus está vendo-lhes a fé. A fé pode ser vista e, por isso, pode ser imitada. A fé também pode ser falada.
Uma mensagem transmitida de maneira não verbal tem mais poder de convencimento que uma mensagem verbalizada. Se eu falo uma mensagem alegre com tom de voz triste, você vai acreditar mais no tom triste que estou transmitindo na minha voz, ao invés da mensagem alegre que estou falando. Porque o que você viu é diferente do que você ouviu. A nossa vida precisa condizer com aquilo que falamos, com aquilo que dizemos que cremos. E é isso que vai ter poder de convencimento. Imitar a fé também é imitar aquilo a que a pessoa ouve, se expõe.
Em Romanos 10.18, Paulo diz: “Mas pergunto: Porventura, não ouviram? Sim, por certo: Por toda a terra se fez ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo.”
Se você quiser imitar a fé de alguém, você precisa ouvir as mesmas coisas que aquele alguém ouviu.
Imitar a fé também é imitar a atitude, falando a mesma coisa. Como o Ap. Paulo fala, em II Coríntios 4.13: “Tendo, porém, o mesmo espírito da fé, como está escrito: Eu cri; por isso, é que falei. Também nós cremos; por isso, também falamos”.
Imitar a fé é também imitar as práticas. Tiago 2.17-18 deixou claro que: “Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta. Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé”. Assim, a fé sem obras é morta. A fé tem ações correspondentes, ações de obediência ao Senhor.
Paulo diz, em Gálatas 5.6, que a fé opera pelo amor. Uma vida de fé vai ser também uma vida de amor.
Nós devemos, de fato, ser imitadores da vida de algumas pessoas. A Bíblia nos instrui a sermos imitadores dos nossos líderes, aqueles que nos ensinaram a palavra de Deus e tiveram bons resultados na vida deles. Para imitar alguém, você precisa estar perto, vendo aquela pessoa. De quem você tem estado perto? Que tipo de influência você tem se submetido? Que tipo de referência você tem colocado diante dos seus olhos? É por isso que é tão importante estarmos envolvidos em uma igreja local, servindo. Isso vai nos colocar próximo de líderes que vão poder ser referenciais para nossa vida, vão dar exemplos de fé para seguirmos.
Hebreus 6.10-12 diz: “Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos. Desejamos, porém, continue cada um de vós mostrando, até ao fim, a mesma diligência para a plena certeza da esperança; para que não vos torneis indolentes, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela longanimidade, herdam as promessas”.
Precisamos imitar a fé das pessoas, e a perseverança.
Muitas pessoas desprezam os pequenos começos, e por falta de perseverança desistem. O problema de muita gente é que eles querem imitar os resultados, mas o resultado é consequência. O maior erro que podemos cometer é querer o resultado de alguém, sem querer se submeter ao processo a que aquele alguém foi submetido. O resultado é particular, é pessoal. Pois, o que Deus tem pra vida de um é diferente do que Ele tem pra vida do outro. Por isso, não podemos imitar o resultado, mas sim imitar o que a pessoa fez durante o processo que a levou ao resultado. Fé e perseverança.
“E andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave” (Efésios 5.2).
“Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1 Coríntios 11.1).
“O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai” (Filipenses 4.9a).
Uma coisa é você falar para as pessoas fazerem o que você pregou, o que você escreveu. E outra coisa é você poder dizer: façam o que você me ver fazendo. Deus nos chama, para sermos referencial. Mas para isso, você precisa primeiro seguir bons referenciais.
“Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós (Filipenses 3.17).”
“Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo (1 Tessalonicenses 1.6).”
Eu quero te incentivar a ser um imitador da fé como a do Ap. Bud. Você está numa igreja de fé, com muitos referenciais de fé, e você precisa ser mais um desses referenciais. Para isso, você precisa se submeter a seguir essa visão, a seguir essas pisadas que foram dadas. Quando a gente fala sobre seguir alguém, significa que a gente precisa estar por trás. Quando, muitas vezes, o mundo nos estimula a querer estar na frente. mas a palavra de Deus nos lva a querer a estar por trás, a ter um coração de servo, a ter uma atitude de submissão, a ser alguém que vai servir a uma pessoa e aprender com ela.
Vemos alguns exemplos na Bíblia, como Josué, que seguiu a Moisés, servindo e defendendo. E, no final da vida de Moisés, ele impôs as mãos sobre Josué, transmitindo a unção, porque Josué estava no lugar certo, no tempo certo, fazendo a coisa certa. Josué era conhecido como servidor de Moisés e esse é um título que poucas pessoas querem ter. Nosso ego não gosta muito desse título, mas Deus gosta, porque foi esse título que Ele mesmo assumiu.
O Ap. Paulo nos ensina, em Filipenses 2.5-9: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome”.
É esse coração, essa atitude, esse sentimento de submissão que nos faz ter o mesmo resultado de Jesus. Não fique buscando se exaltar.
Decida assumir essa forma de servo, e, no tempo certo, da forma certa, Deus vai te exaltar.
Você pode estar inserido no mesmo contexto, mas se você tiver uma atitude diferente, você não vai ter o mesmo resultado.
“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre (Salmos 133.1-3).”
Nesse texto, o salmista fala sobre a importância de estarmos unidos, conectados. Você precisa estar ligado a uma igreja local, ouvindo e servindo pessoas, debaixo de uma liderança. E essa atitude de querer ouvir e aprender é o que vai manter você unido. Quando estamos unidos, Deus ordena a vida e benção.
O óleo é um símbolo da unção, do poder, da capacidade, do favor, da benção, da vida de Deus. É interessante que, quando ele fala sobre o óleo, ele dá dois exemplos, e, nos dois exemplos, ele usa o verbo descer. Descer significa tomar a direção de cima para baixo. Então, ele diz que o óleo e o orvalho descem. Se eu quero o óleo, se eu quero o orvalho, eu tenho que estar embaixo para ele me alcançar, ou seja, estar submetido. Então, a unção desce de Deus, a qual desce para a cabeça de Arão, o sacerdote, da liderança, daquele que instrui e é o referencial. E se você estiver servindo, esse óleo, esse orvalho, vai te alcançar e vai fazer florescer aquilo que ainda não floresceu.
1 Comentário
Uau, isso é segurança pra nós!!! Imitar os bons exemplos deixados por Cristo norteia toda a nossa caminhada/carreira proposta por Ele, aleluia! Nunca estaremos perdidos, sem rumo, direção 🥰