por Perilo Borba
Sabe quando você ler aquela mesma passagem bíblica e, de repente, uma palavra ou expressão “salta” diante dos seus olhos como se não estivesse ali nas outras centenas de vezes em que você a leu?
Às vezes, isso acontece comigo e foi justamente assim que me ocorreu há algumas semanas, quando relia o primeiro capítulo de Gênesis e cheguei ao versículo 29:
“E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que DÊ SEMENTE, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que DÊ SEMENTE, ser-vos-á para mantimento” (Gênesis 1.29)
“Dê Semente”, outras versões traduziram por: “com sementes”. Tal ênfase, diferente por exemplo do que Deus falou aos animais no versículo seguinte, fez-me meditar bastante…
No versículo anterior, a ordem foi que o homem e a mulher se multiplicassem e enchessem a terra. Deus havia criado todas aquelas espécies de árvores e a quantidade em abundância das mesmas no Jardim do Éden. Era mais do que suficiente para Adão e Eva se alimentarem. Mas, e anos e mais anos depois, quando a família estivesse bem multiplicada?
Deus não iria criar mais árvores para que tivesse uma quantidade maior de frutos. Agora, era responsabilidade do homem, não somente aumentar a família, mas multiplicar os meios de alimentá-la. Como faria isso? Deus deu as condições: as sementes. Se o homem comesse as sementes, ele impediria o processo de multiplicação do seu mantimento familiar.
Pode ser algo lógico para você, mas para mim foi uma grande revelação: Sementes devem ser semeadas!
Particularmente, gosto de comer vários frutos com sementes. E longe de mim criar uma doutrina proibindo isso. Mas, desejo refletir com você que, quando uma semente não é plantada, uma oportunidade de multiplicação é perdida.
Uma ordem de Deus para Adão foi “CULTIVAR e GUARDAR” o jardim (Gn. 2.15). É muito bom guardarmos o que temos, desfrutar com os nossos daquilo que chegou às nossas mãos. Era direito de Adão comer da abundância que lhe foi dada. Mas, cultivar a terra envolvia prepará-la para novos plantios. Ou seja, ele não poderia comer todas as sementes. Ele também teria que semear.
Ao colocar as sementes nos frutos, Deus nos ensinou que o que temos não é só para nós, ou não deve ser “comido totalmente”. As sementes não só nos livram do egoísmo, como também nos proporcionam aumento e multiplicação.
Já ouvi algumas pessoas ensinando para discernimos o que é semente e o que é colheita. Faz sentido! Mas, prefiro pensar que toda colheita traz consigo sementes. Tudo o que chega em minhas mãos tem uma parte que não é minha.
Pense nisso! Seja um semeador… Afinal, “Deus dá semente ao que semeia” e “aumenta a nossa sementeira” (II Co. 9.10).
“Há quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam dar, e caem na pobreza” (Provérbios 11.24)
1 Comentário
Texto edificante, irmão! Parabéns!