Em I João 4.1, lemos “provai os espíritos”. O que é e como se faz isso?

No texto citado, o apóstolo João nos advertiu a não darmos crédito a qualquer espírito, pelo contrário, de forma enfática e inequívoca ele disse: “…antes, provai os espíritos se procedem de Deus…”.

Para um melhor entendimento, vamos ver em outras versões:

VFL – “Queridos amigos, não dêem crédito a todos os que dizem que são inspirados por Deus. Ao contrário, ponham-nos à prova e verifiquem se o espírito que eles têm é mesmo de Deus ou não, pois muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora”.

BÍBLIA VIVA – “Muí queridos amigos, não creiam sempre em tudo o que vocês ouvem, só porque alguém diz que é uma mensagem de Deus: examinem primeiro, para ver se realmente é. Porque há muitos falsos mestres por aí”.

Dokimazo

Essa palavra traduzida por “provai”, no grego, é a “dokimazo”, que tem o sentido de testar, examinar, provar, verificar (ver se uma coisa é genuína ou não), como metais. Significa também “reconhecer como genuíno depois de exame, aprovar, julgar valioso”.

Isso quer dizer, então, que devemos ficar atentos para ver se os espíritos estão com a Bíblia na mão ou um livro do Irmão Hagin para sabermos que verdadeiramente ele é um espírito de Deus? Não, não é isso que ele está falando. Provar os espíritos é provar o ensino, a mensagem.

Historicamente essa carta foi escrita quando a Igreja estava sendo influenciada por muitos ensinos falsos, ensinos que até mesmo negavam a humanidade de Jesus e a Sua ressurreição física. Essa carta foi escrita justamente para fortalecer os irmãos na fé em Cristo e também, por consequência, corrigir os ensinos errados da época.

Provando o ensino

Essa expressão usada por João, na verdade, diz respeito a analisarmos a mensagem, o ensino que temos recebido e a influência por trás deles.

Observe algumas expressões usadas por João na continuidade do capítulo quatro:

  • “Eles procedem do mundo; por essa razão, falam da parte do mundo, e o mundo os ouve”;
  • “Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro”.

“Provar os espíritos” é, de fato, provar o ensino, a mensagem, pois por trás de todo ensino existe um autor. Por trás dos ensinos de homens chamados e ungidos por Deus está o Espírito Santo, mas por trás de alguns outros ensinos, podem haver espíritos demoníacos ou, como o apóstolo Paulo disse em sua primeira epístola a Timóteo, doutrinas de demônios.

A testificação no coração

As epístolas do apóstolo João foram em defesa da fé, da verdadeira mensagem do evangelho de Jesus Cristo. Vejamos outro trecho:

“Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou. Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda. Se sabeis que ele é justo, reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele” (I João 2.27-29).

João, nesse texto, não estava dizendo que não precisamos de mestres da Palavra, nem de longe ele está afirmando isso. O que ele estava ensinando era sobre a habitação do Espírito Santo em nossa vida e o ensino e a influência, ou inspiração, que Ele traz. De fato, o Espírito Santo vai testificar em nosso coração a respeito da mensagem que estamos ouvindo, se procede de Deus ou outra fonte.

Esse termo usado por João, “a unção nos ensina”, trata-se do Espírito Santo nos ensinando e testificando em nosso coração sobre a mensagem recebida, pois o próprio Senhor Jesus disse no que “o Espírito da verdade nos guiaria a toda verdade” (João 16.13).

Julgando à luz das Sagradas Escrituras

Para reforçar o entendimento de que julgar os espíritos é na verdade julgar uma doutrina, vejamos o que o mesmo João disse na sua segunda carta, combatendo mais uma vez possíveis ensinos errados:

“Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo. Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão. Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho. Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más” (II João 1.7-11).

João falou de duas características:

  • Ultrapassa a doutrina de cristo e nela não permanece.
  • Não traz esta doutrina.

João nos advertiu, dizendo: “Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão”.

Pois é, amados irmãos, nós não devemos dar crédito a qualquer espírito, ou a qualquer mensagem, mas analisá-la, julgando à luz das Sagradas Escrituras.

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