*Trechos do livro Superação
O processo de renovação da alma levará mais tempo do que eu pensava.
Quando recebemos Jesus em nossa vida, acontece algo inexplicável em nosso espírito. Uma verdadeira
revolução, como está em II Coríntios 5.17: ”Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!”.
Em algumas versões diz que ”tudo se fez novo”. No espírito, possuímos uma alma e essa precisa de renovação. Nela carregamos toda carga emocional, familiar, educacional, enfim, vamos levar tempo para esse processo de renovação. Ou seja, tem uma longa construção diante de nós. Exigirá paciência, determinação, fé, ousadia, força e muita, mas muita perseverança. Nesse processo de renovação da mente, vamos lidar com sentimentos como o medo. Alguns impensáveis, não temos coragem de dizer a ninguém que ainda lidamos com ele.
Vou dar um exemplo bem simples de algo que ouvi de minha psicóloga sobre formas de vencer medos, que podem ajudá-lo. Medo de elevador, por exemplo, se você tem medo de usá-lo, isso não será vencido com alguém o empurrando para dentro de um elevador. Mas você pode ir um dia na frente dele, no outro dia você repete a ação, e assim por diante até condicionar sua mente que aquilo é apenas um elevador e não o fará mal algum. Até que um dia, você entrará nele. No seu tempo, sem pressão de ninguém. Mas com sua determinação, fará isso, porque O MAIOR habita dentro de você. Ele é maior que o elevador!
Outro exemplo: se você tem medo do mar, então, você vai diante daquele mar, olha para ele, molha os pés, e fala: “mar, você é enorme, mas maior é AQUELE que habita em mim”, e dá passos, pode ser pequenos passos. Venceu um pouco a si mesmo. Dias depois, volta lá: ”Oi, mar. Tudo bem? Estou de volta”, dá mais alguns passos e repete: ”Você é grande, mas meu Deus é MAIOR, Ele quem o criou e colocou em você limites”, dá mais alguns passos e vai. Não, ninguém está dizendo que você vai vencer o medo do mar dando um mergulho em um lugar com 15 metros de profundidade. Estou falando aqui de humanidade e de limitações humanas.
Estou falando de renovação da mente, rompendo limites em fé, porque sei que é possível. A Bíblia tem versículos para nos animar em momentos como esse: “Não tenha medo (não há nada a temer), porque Eu sou com você; não olhe em volta aterrorizado nem desanime” (Isaías 41.10).
Seja medo do mar, ou do mar da vida, ele vai bater à sua porta e você, assim como eu, vai precisar
lidar com isso em algum momento. Se observarmos, esses exemplos retratam a fé para qualquer outra área que está exigindo de você posturas e decisões que têm tirado seu sono, sua paz, sua alegria,
o brilho dos seus olhos, e que tem roubado seus sonhos.
Vamos renovar a nossa mente. Deus nos deu um excelente filtro que nos ajuda e muito.
”E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Filipenses 4.7,8).
Eu imagino a pressão sob a qual Paulo estava quando escreveu essas palavras. Sempre achamos que a Bíblia foi escrita por homens inspirados em seus melhores momentos, mas se estudarmos um pouco sobre eles, saberemos que não foi bem assim. Paulo foi um dos homens que escreveu a maior parte do Novo Testamento, e ele foi extremamente perseguido e machucado por pregar a Palavra. Em especial,
algumas de suas cartas foram escritas em lugares não muito inspiradoras, como a cadeia. Acho que a cadeia não é um lugar inspirador, não é mesmo?
Imagina a pressão na mente de um ser humano em um lugar desses. Lembrando que o cárcere daquela época não era como os de hoje em dia, era bem pior. Mas esse homem ousou dizer em uma de suas declarações: ”Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos” (Filipenses 4.4).
Em seu livro “Viva corajosamente”, Joyce Meyer cita William Shakespeare, que dizia: “Um homem que tem medo de tudo morre mil mortes, mas o homem corajoso só morre uma vez. Se realmente quisermos ser livres do medo, talvez possamos analisar que por mais difícil que seja fazer aquilo que tememos, não é tão ruim quanto sentir medo durante toda a vida”.
Considerar essas coisas, quando passamos por medo e dificuldades, nos ajuda. Porque quando estamos diante de provações, acreditamos firmemente que todos à nossa volta estão bem demais e apenas nós estamos debaixo daquela pressão desgraçada. Que a humanidade está vivendo em uma plenitude de bênção tal que nem podemos descrever, mas nós, ah, nós estamos envolvidos em uma nuvem negra que insiste em permanecer e quase nos engole. Mas, se erguermos a nossa cabeça um pouco, se tirarmos os nossos olhos do nosso umbigo e olharmos ao nosso redor, não precisa ir muito longe. Olhe para pelo menos cinco pessoas ao seu redor, mas olhe de verdade, com força, coragem e fé em Deus e procure saber um pouco como essas pessoas estão verdadeiramente.
Lembro de certa vez, em uma conversa com Sylvia Lima, ela me falar de uma experiência que teve com o Espírito Santo dias antes de uma de nossas Conferências de Mulheres, anos atrás. Em uma reunião com as mulheres que iam trabalhar, ela percebeu uma inclinação do Espírito e se afastou para orar e ali foi impelida pelo Espírito. Em um momento dela com o Senhor, diante de muita intercessão, não sabia por quem orava, nem pelos motivos, mas só sabia que era muita dor que sentia naquele
momento, e o Senhor disse: “São muitas dores e muitos clamores…”.
Aquela experiência marcou a vida de Sylvia naquela Conferência, não foi algo comum. Eu acredito que nunca mais a história de alguém se tornou comum para ela. E, sinceramente, quando ela contou isso, mexeu tanto comigo que quando alguém se aproxima de mim para contar um problema, para pedir ajuda eu penso: meu Deus, são tantas dores e tantos clamores, que não podemos ousar pensar apenas em nós mesmos.
Aprender é sempre um presente, mesmo quando a dor é a professora. As dores da alma não deixam recados, imprimem uma sentença que pode perdurar por anos. As dores da alma não saem nos jornais, não viram capa de revista e só quem sente pode avaliar o estrago que elas causam.
Às vezes, penso: que triste é não sabermos nada de quem senta do nosso lado! Não conhecemos as histórias das pessoas. Nossas biografias estão escondidas atrás de nossas maravilhosas atuações…