Vivemos em um tempo no qual é muito fácil nos acostumarmos com os sofrimentos das pessoas, tornando-nos insensíveis às suas situações e dificuldades. O que quero dizer com isso é que o sofrimento das pessoas ao nosso redor pode se tornar tão comum para nós a ponto de não nos importamos mais com as suas dores.
Este fato não era diferente nos tempos de Jesus aqui na terra. Veja o que está escrito em Marcos 3:1-7:
“E OUTRA vez [JESUS] entrou na sinagoga, e estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada. E estavam observando-o se curaria no sábado, para o acusarem. E disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e vem para o meio. E perguntou-lhes: É lícito no sábado fazer bem, ou fazer mal? Salvar a vida, ou matar? E eles calaram-se. E, olhando para eles em redor com indignação, condoendo-se da dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e foi-lhe restituída a sua mão, sã como a outra. E, tendo saído os fariseus, tomaram logo conselho com os herodianos contra ele, procurando ver como o matariam. E retirou-se Jesus com os seus discípulos para o mar, e seguia-o uma grande multidão da Galiléia e da Judéia”.
Jesus e seus discípulos estavam na sinagoga e os fariseus o observavam, esperando uma oportunidade para acusá-Lo de violar as suas tradições. No versículo 2, Jesus chama o homem para o meio da sinagoga com a finalidade de ambos serem vistos por todos, e faz uma pergunta aos fariseus. A pergunta de Jesus era simples: É lícito, no sábado, fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou matar? Obviamente, esta era uma pergunta muito fácil de ser respondida, mesmo considerando a lei dos judeus que era de guardar o sábado. Mas, os fariseus se calaram. O próximo versículo diz o porquê eles ficaram emudecidos diante de tais perguntas, eles eram homens de coração duro.
Os fariseus eram tão insensíveis às condições daquele homem deficiente que não reconheceram o Messias diante deles. Eles não perceberam que Jesus cumpria a profecia messiânica de curar os enfermos e fizeram com que suas tradições fossem maiores do que a vontade de Deus. Jesus ficou condoído (no grego quer dizer entristecer-se profundamente) com a dureza do coração deles.
Vemos no versículo 6, que os fariseus procuravam um plano para matar Jesus. Quanta insensibilidade! A insensibilidade no nosso coração fará com que percamos as bênçãos de Deus em nossa vida. Ela nos tira do propósito e do plano de Deus, assim como, também nos deixa aquém das Suas manifestações sobrenaturais.
A sensibilidade de coração, por sua vez, nos colocará no centro da vontade de Deus e nos impulsionará a andar na terra como Cristo andou.
Esta passagem bíblica acima nos mostra que Jesus se comovia com a situação de pessoas e o sobrenatural se manifestava. Aquele homem com a mão deficiente fora curado porque Jesus era sensível às necessidades e sofrimentos alheios. Em muitos relatos bíblicos, vemos Jesus se comover, mover-se intimamente e, até mesmo chorar. Constatamos isso claramente na ressurreição de Lázaro, em João 11:33-44. Não erramos em dizer que todos os milagres que Jesus operou foram frutos de um coração sensível.
Em Marcos 5:25-34, o autor relata a história de uma mulher que sofria há 12 anos com uma grave hemorragia e que fora curada quando tocou em Jesus. Apesar de Jesus não saber do sofrimento dela, havia cura disponível N’Ele, e assim ela foi curada apenas por tocá-Lo com fé. Jesus era ungido para curar os enfermos, libertar os cativos e oprimidos, dar vistas aos cegos, restaurar os quebrantados de coração por causa da Sua sensibilidade a Deus.
Que a sensibilidade de coração seja também uma marca registrada em nós, manifestando o sobrenatural de Deus e os milagres que as pessoas ao nosso redor tanto precisam.
Grande abraço.
1 Comentário
otima reflexao sobre a sensibilidade e insensibilidade