Era uma manhã de segunda-feira, dia 28 de outubro de 2013 para ser mais exata. Eu tinha acabado de chegar da Angola onde passei duas semanas e meia ensinando no Rhema. Naquela manhã, fui ao escritório do Ministério Verbo da Vida como parte da minha rotina quando estou na cidade de Campina Grande. Subi as escadas e me direcionei para a sala onde trabalho (compartilho a sala com Mama Jan e Sylvia Lima) e, cerca de 10h da manhã, me veio o desejo de descer e falar um “Goodmorning, captain!” (era assim que eu o cumprimentava), que quer dizer “Bom dia, capitão!” (Comunicávamo-nos sempre em inglês). Ele me cumprimentou de volta “Bom dia, minha irmã!”, com um sorriso largo e seu computador aberto em cima da mesa. Ele me disse “Entre e sente-se”.
Como era meu costume, gostava de ir à sua sala para cumprimentá-lo, ver se ele precisava de alguma ajuda e apenas vê-lo.Eu sempre era edificada pela sua sabedoria e seu zelo pela Palavra de Deus. Naquela manhã, em específico, ele me perguntou onde eu estava ensinando, como tinha sido a matéria, como estavam os angolanos e fez perguntas ligadas ao Rhema. Quando eu disse que tinha ensinado sobre “As Manifestações do Espírito”,ele começou a me falar sobre os dons do Espírito Santo, mais particularmente sobre o dom da fé especial.
Disse-me que havia se movido muito no dom da fé, principalmente no início do seu ministério. Contou-me histórias que eu já tinha ouvido de púlpito, mas para mim nada era repetitivo, pois eu sempre aprendia algo novo com as suas histórias. Ele também me contou histórias novas que eu nunca tinha ouvido falar.
Seus olhos se encheram de lágrimas quando me disse “Siga sempre o Espírito Santo, obedeça sempre o Espírito Santo, Ele sabe o que está fazendo”. Ele também me disse que a obra do ministério Verbo da Vida não seria um sucesso, como estava sendo, se não fosse por ele ouvir e obedecer às instruções do Espírito Santo. E começou a dizer sobre o Centro de Cura, sobre a vontade de Deus de curar a todos os enfermos. Disse também que a última instrução que ele havia recebido do Espírito Santo era de abrir o Centro de Cura e pregar sobre cura pelo resto da sua vida. Naquela mesma manhã, enquanto eu o ouvia falar, o Espírito Santo me disse “Vá para o Centro de Cura todos os dias desta semana”.
Apesar de ainda estar fisicamente cansada da longa viagem que eu tinha feito a Angola, e ter compromissos para ministrar a Palavra naquele próximo final de semana, eu obedeci. Perguntei a ele se eu poderia frequentar o Centro de Cura naquela semana e, com outro sorriso aberto,ele me disse que eu era bem-vinda ao Centro de Cura e poderia ir quantas vezes quisesse. Naquela noite, ele me daria a oportunidade de ministrar no Centro de Cura, oque fiz com prazer na quinta-feira do dia 31 de outubro.
Voltando para o dia 28 de outubro, naquela segunda-feira,à noite, eu fui para o Centro de Cura. Ficava sentada atrás com o pastor Bud, ouvindo o que ele tinha a dizer enquanto a ministração não começava. Ao término de cada culto, eu o acompanhava até o seu carro e, só então, ia embora. Fiz isso todos os dias daquela semana. Eu já tinha este hábito quando ele e Mama Jan estavam também na Igreja. Eu sempre os esperava sair e os acompanhava até o carro.
Eu louvo a Deus por ter obedecido a direção de ir ao Centro de Cura todos os dias daquela semana, porque esta foi a forma de me “despedir” do “capitão Bud”. Na semana seguinte, dia 7 de Novembro, quinta-feira,às 7h15min da manhã,ele foi para o Senhor.
Acredito que assim como eu, o Senhor também direcionou a muitos, que estavam próximos ao pastor Bud, para terem este momento especial com ele antes da sua partida. Guardarei sempre comigo as suas últimas palavras sobre os dons do Espírito Santo e suas experiências com o dom da fé especial.
O Pastor Bud era um homem sensato, amável e generoso. Até hoje me lembro da primeira oferta que eu recebi dele. Estávamos em Maceió, eu tinha dirigido o seu carro até aquela cidade para um evento onde ele e Mama Jan foram ministrar a Palavra. Dentro do elevador, estávamos nós três e, do nada, ele tira um dinheiro do seu bolso e diz “Isso é pra você”. A princípio, eu não queria aceitar e me senti constrangida, “Quem era eu para receber uma oferta do pastor Bud?” Pensava eu. Mas com uma voz de comando (quem o conheceu sabe do que estou falando), disse “Aceita, menina!”. Lembro-me que passei um bom tempo sem querer gastar aquelas notas, apenas por respeito e honra a um grande homem de Deus que eu sempre admirei.
Tenho muito a agradecer, principalmente, a Deus e depois ao pastor Bud e Mama Jan, pois,mesmo vindo de outro ministério,eles me abraçaram e me incluíram no ministério Verbo da Vida, me fazendo ser parte da família da fé no Brasil. E que família da fé maravilhosa! Que ministério tremendo!
Apesar de eu ter sido treinada sob a unção de outro homem de Deus, mas com uma unção parecida à do pastor Bud, foi aqui, nesse ministério, onde mais me desenvolvi como ministra e tive a oportunidade de amadurecer em muitas áreas.
Serei eternamente grata também ao apóstolo Guto, a Suellen e a Canrobert,que, assim como o pastor Bud, me acolheram e confiaram que eu seria capaz.
Após um ano da sua partida, o meu tributo hoje é para o “Capitão Bud”, que combateu o bom combate, acabou a sua carreira e guardou a fé (II Tim. 4:7). Ele acreditou não apenas em mim, como mencionei alguns parágrafos atrás, mas acreditou em milhares de pessoas mesmo quando elas não se viam capazes de fazer a obra do ministério.
O pastor Bud era um homem de fé e alegria, nunca o vi triste, nunca o ouvi falando incredulidade ou algo contrário à Palavra de Deus. Ele era um homem firme nas suas convicções e ao chamado de Deus em sua vida. Ele sabia delegar autoridade a outros e, quando assim fazia, sabia descansar e confiar no Senhor. Ele será um exemplo a ser seguido por gerações futuras.
E que mais homens e mulheres de Deus, comprometidos em obedecer ao Senhor, se levantem nesses últimos dias para inspirar gerações e nações inteiras assim como fez o pastor Bud.
Te amo em Cristo, meu capitão!