Verbo FM

O tempo e o modo

por Thiago Garcia

Devemos entender o tempo no qual vivemos, isso faz toda a diferença para o nosso comportamento. Como ministros, temos uma grande responsabilidade. Quando nos lançamos em uma vida ministerial, nosso comportamento não é só nosso. A cada comportamento nosso, existem pessoas nos observando.

Se vivemos despercebidos e alheios ao impacto do momento e cronologia em que estamos inseridos, vai ser muito difícil. A clareza vai fazer toda a diferença!

Conseguimos ver a insistência da Bíblia em nos trazer essa noção de percebermos o tempo. Enquanto esteve na terra, Jesus sempre dizia: “ainda não é chegada a minha hora”. Ele não se deixava prender quando entendia que não era a hora. Mas por entender o momento que vivia, também se deixou ser preso na hora certa. 

Quem guarda o mandamento não experimenta nenhum mal; e o coração do sábio conhece o tempo e o modo” (Eclesiastes 8.5).

A Bíblia não fala sobre o modo e o tempo (nessa ordem), mas sobre tempo e modo, porque se entendermos o tempo, o nosso comportamento será diferente. Lá em casa, gostamos de tomar café da manhã e, para fazer algo caprichado, demora. Quando você está para sair e tem pouco tempo, você toma um café e “olhe lá”. 

Não é o tempo que se adequa ao modo, é o modo que se adequa ao tempo.

A preparação precisa se encaixar no tempo, porque o tempo não vai se flexibilizar de acordo com a necessidade de preparação que a gente tem. Precisamos entender que a forma de se comportar não pode estar desconectada do tempo. 

“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus” (Efésios 5.15-16).

Muitas vezes, negligenciamos o tempo e nos aproximamos dessa condição de tolice. De acordo com o tempo, em nossa vida pessoal, nosso comportamento precisa mudar. Institucionalmente, também precisamos ter essa percepção do tempo para que entendamos o que Deus espera que seja feito. Às vezes, observamos pessoas que estão em outro tempo e nos achamos fracos e incapazes. Muitas vezes, entender o momento que cada um está vivendo vai nos libertar dessas comparações que não nos levam para lugar nenhum. 

A falta de clareza nos lança em uma condição de comodismo e de acharmos que nunca vamos chegar em outro nível. Você não deve pensar que vai gastar o mesmo tempo da outra pessoa para chegar a certo lugar. 

Quem entra no barco do Verbo da Vida agora não precisa ralar como Guto Emery ralou, há 20 ou 30 anos, por exemplo. E quem já está desde o começo em uma obra, não deve pensar que o outro que chegou recentemente deve levar o mesmo tempo que você para chegar onde você chegou. Precisamos respeitar a fase que cada um está vivendo institucionalmente.  

Você vai mais longe do que quem o levantou, mas não esqueça dos que acreditaram em você e investiram em sua vida desde o início. Essa noção do momento vai moldar nosso comportamento. Jesus traz essa clareza e Paulo também fala sobre isso. 

“Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (II Timóteo 4.7 ARA).

Como alguém sabe que completou alguma coisa? No afã de fazer algo para Deus, sabemos que estamos no meio de alguma coisa, mas nós só sabemos que isso se completa, quando temos clareza da visão, pois assim saberemos para onde estamos indo se medirmos o progresso de cada fase.

Um bom piloto é aquele que sabe poupar os pneus e poupar combustível durante a corrida, para chegar até o fim. Precisamos aprender a administrar os recursos porque, se temos clareza do tempo, temos noção do modo. O plano de Deus está associado ao fluxo de tempo. Se a gente não entender, vai querer fazer tudo hoje e se frustrar amanhã, ou até mesmo não fazer nada hoje e nem sequer vai chegar amanhã. Seu tempo vai chegar!

“Pastor presidente” não é um chamado ministerial de capacidade aprimorada para aquele que já foi um ministro auxiliar. Tem gente que é chamado para ser o primeiro (pastor presidente) e tem gente que é chamado para ser segundo (auxiliar). Se o que é chamado para ser o segundo inventar de ser o primeiro, vai ser um acidente grande. 

“Ah, mas eu não gostaria de ser segundo”. Cada um tem a sua opinião, mas se Deus o chamar para ser o segundo, estará aí o lugar da sua realização, segurança e frutificação. Se você estiver fora desse lugar, correrá o risco de seus frutos não permanecerem. O ministério não é um plano de cargos e carreiras, o ministério é outra coisa!

“Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação. Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação” (I Pedro 1.17-18).

“Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma, mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação” (I Pedro 2.11-12).

Entenda o tempo e você vai ter um comportamento com temor.

O prédio de nossas igrejas é apenas um meio de alcançar pessoas, pois estamos trabalhando no ramo de vidas. Somos forasteiros, não viemos daqui e não viemos para ficar. Isso afeta o modo como você se comporta. 

Como você trata as pessoas no meio dos gentios? Se elas soubessem que você é ministro, iriam à sua igreja? Temos o privilégio de falar em nome de Deus e em nome do Verbo da Vida. O conceito que as pessoas têm de “Verbo da Vida”, vem de você. Não espere que as pessoas formem o conceito do que é o Verbo da Vida a partir do que Mama Jan Wright exala, por exemplo, porque elas não a conhecem, mas conhecem o que você exala. A forma como eles vão entender o Verbo da Vida é responsabilidade sua! 

Falar em nome de alguém é uma grande responsabilidade. Não estamos nessa para fazermos o que queremos, mas estamos alcançando o Brasil e as nações com a Palavra da fé e o amor. No Verbo da Vida, temos a mesma visão, pois se houvesse mais de uma visão, seria divisão. Nós pensamos e falamos do mesmo jeito, por isso somos Verbo da Vida. 

“Ora, o fim de todas as coisas está próximo; sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações. Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados. Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração. Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém” (I Pedro 4. 7-11).

Você está vivendo no tempo do fim!

Precisamos entender que Deus conta conosco para não nos amoldarmos ao padrão deste mundo. Nos chocamos com o nível de degradação do mundo, mas essa é a tendência, porque o mundo jaz no maligno e foi por isso que Deus nos chamou. Ele sabia que você seria levantado para um momento como esse.

Você faz parte dessa geração que se prepara para os tempos do fim, mas se negligenciar essa finalidade, irá se prender a certas besteiras. É isso que Pedro visa nos alertar na passagem acima.

É importante orar e também ter critério com o que devemos dar atenção ou menos atenção. Estamos sendo chamados para sermos ministros criteriosos.  Administre bem o seu tempo, para que o tempo em que você poderia ser produtivo, não seja gasto com outras coisas.

Coloque mais intensidade em seu amor, pois precisamos ter um amor intenso. Quando falamos dos tempos do fim, o serviço cristão é uma prioridade. Quem é que já cresceu demais para servir? Não quero dizer que você não vá gerenciar estrategicamente o seu tempo, para se dedicar a fazer o que apenas você pode fazer. Isso é sabedoria. Mas entenda que isso não quer dizer que algum serviço seja desprezível para o seu nível.

No Verbo da Vida, você nunca vai ser grande demais de modo que não sirva para servir. O coração para servir é um dos nossos valores.

Também fale apenas no momento certo de falar e não conforme as opiniões próprias, mas segundo os oráculos de Deus. Além disso, quero destacar que existe uma força de Deus para que você realize o que Ele o chamou para realizar! Você é um ministro da última hora e precisa entender esse tempo, para que o modo do seu comportamento seja adequado, para trazer glória a Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos.

*Trechos da mensagem do dia 16 de julho de 2022, na Conferência de Ministros Nordeste.

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