Verbo FM

Francisco Neves (São Paulo-SP)

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Tenho 54 anos. Nasci em São Paulo-SP. Sou paulistano. Uma das coisas que gosto da minha cidade é o tamanho. Lá consigo encontrar tudo o que eu preciso. Algumas vezes, uma cidade pequena não tem tudo o que a gente precisa ou gosta. Lá eu tenho as coisas em quantidade, qualidade e em disponibilidade durante as 24 horas do dia. Por exemplo, se alguém quer comer uma fruta exótica às 4h da manhã, tem bancas disponíveis 24 horas; se precisa consertar o carro às 3h da manhã, tem lojas de manutenção e peças de carro e acessórios 24 horas; alimentação, supermercado, etc. Na verdade, nem tudo a gente usa 24 horas, mas, em alguma situação, algo que a gente precise, goste ou queira na madrugada, tem.

_MG_8394Nem tudo estava disponível quando eu era menino, mas a própria cidade foi melhorando a medida em que ela e eu crescíamos. A abertura de mercado no Brasil também ajudou bastante. Mas existem as partes que eu gostaria que não tivessem, como, por exemplo, a questão do trânsito. Isso é algo que incomoda qualquer pessoa em São Paulo-SP. Não tem quem não enfrente um desafio no trânsito, porque é intenso na cidade toda. É raro ter uma área que não tenha dificuldade no transitar. Existem coisas que afetam algumas pessoas, mas não todas. Por exemplo, a saúde pública, é um problema em toda cidade grande, mas quem tem convênio, essa dificuldade não atinge. Educação também. Graças a Deus nossos filhos puderam fazer faculdade privada. Mas, quanto ao trânsito, todos são afetados.

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Tenho uma família abençoada. Filhos são bênção. Recomendo a todos ter os seus filhos. Eu e a minha esposa, Teresa, temos no total 4 filhos. Nos encontramos em novembro de 1996. Quando nos conhecemos, ambos já éramos divorciados do nosso primeiro casamento. Ela tinha 3 filhos: na época o mais novo Thiago, com 9 anos, o Márcio com 14 anos e o Marcelo com 16 anos. Eu tinha uma filha de 9 anos. Infelizmente, eu não conhecia o Senhor nesse tempo. E, por isso, vivíamos em uma condição como o mundo vive. Como falei, nos conhecemos em Novembro e, em Janeiro, nos aproximamos um pouco mais. Em Março, começamos a namorar e, em Maio, nós casamos. Ao casar, chegamos a pensar se teríamos mais filhos, no entanto, vimos que estávamos satisfeitos com os 4 que tínhamos. Foi maravilhoso! Tenho certeza de que só Deus poderia fazer a nossa família ser feliz, abençoada, em paz, com alegria, liberdade e comunhão. Sem Deus, isto não seria possível. Vindo de famílias diferentes, casamentos diferentes, com filhos… só Deus! Mas. Ele entrou na nossa família, agiu e continua agindo até hoje…

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Teresa, minha esposa, é uma mulher de fé. Quando eu a conheci, ela já conhecia o Senhor, mesmo que por pouco tempo. Uma coisa que me chamou a atenção nela é que ela não abria mão de nada em contrapartida de Deus. o Senhor era a pessoa mais importante na vida dela. Uma vez, antes de eu encontrar o Senhor, ela demorou para voltar do culto e eu disse a ela que nunca mais iria para aquela igreja. Ela, com toda tranquilidade e maturidade, disse: “Se eu tiver que escolher entre Deus e você, é com Deus que eu fico”. E aíi, eu comecei a repensar os meus conceitos. Pensei: “Peraí, Deus é muito importante para ela”… Ela nunca desistiu de ir à igreja em um culto sequer para fazer nada que eu ou alguém pudesse criar. Desde o princípio ela sempre se mostrou para mim uma mulher de fé e atitude. Ela tem um ânimo e motivação de vida, uma vontade de viver, fazer e crescer que eu conheço em poucas pessoas. Isso me ajuda e me estimula, como também me alegra e me motiva a não ficar parado. Ela é muito rápida e isso me completa, porque sou mais tranquilo, relaxado e descansado. A parte que eu não tinha, ela veio trazer.

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Hoje, estou no ministério em tempo integral, mas trabalhei por 32 anos em diversos lugares. Meu primeiro trabalho remunerado foi varrendo o chão. Eu tinha 13 anos, sem muita noção e direção e não aproveitando o tempo bom. Minha mãe, com receio que esse tempo disponível se revertesse em coisas ruins, me direcionou para trabalhar, ela me queria fazendo algo, então, nessa época, fui ajudar um empresário que tinha uma oficina que consertava geladeiras, fogões, máquinas de lavar… e meu trabalho era manter as coisas organizadas, varrendo o chão, das folhas que caiam das árvores, arrastar carcaças de um lado para o outro… um trabalho simples, mas que me dava uma renda e ocupava o meu tempo.

Aos 14 anos, pude começar a trabalhar com carteira assinada como office boy em um depósito de alumínio. Nesse lugar, trabalhei por um ano e meio. Ali, comecei a aprender o que era uma empresa. Desse trabalho, fui para outro também como office boy por mais um ano e meio. Depois, parei para estudar um pouco mais e, aos 19 anos, voltei a trabalhar como office boy. Entrei numa multinacional de consultoria e foi ali que eu comecei a enxergar o mundo diferente. Um mundo que traria a existência sonhos que eu tinha. Posso dizer que, desde bem pequeno, criança e ainda adolescente, eu desejava coisas boas, coisas grandes. Eu sabia que tinha algo melhor e maior para eu fazer. Só não sabia onde e nem como. Quando entrei nessa consultoria, eu pude visualizar o que era uma empresa grande, uma multinacional, o que era um trabalho de um nível melhor.

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Trabalhei nessa empresa por 14 anos. Eu me dediquei muito ao trabalho. Não foi sem esforço e dedicação, mas posso dizer que a maior chave para o meu crescimento foram pessoas que acreditaram em mim. Pessoas que viram o meu esforço e desejo de ter mais e abriram as portas. Lembro-me de uma situação onde eu ainda era office boy e chegaram microcomputadores importados, todos com material em inglês, e eu não sabia falar inglês, mas eu peguei o manual, tirei cópia e traduzi palavra por palavra usando um dicionário. Fiz um programa que estava no manual e apresentei para o diretor da empresa. Ele me questionou de onde tinha saído aquele programa, e eu disse: “foi eu quem fiz”!.

– Mas, como você descobriu? – ele perguntou.

– No manual.

– Você entende inglês?

– Nada.

Eu mostrei para ele as cópias com as minhas anotações e ali ele começou a perceber a minha dedicação e esforço.

Depois, quando surgiu uma vaga para trabalhar no computador, eles me chamaram e não chamaram outras pessoas que estavam na empresa há mais tempo, mas não tinham vontade ou não demonstravam essa vontade em ações. Nessa empresa, um ano depois, fui fazer uma avaliação de desempenho e eles me perguntaram onde eu queria chegar e o nível mais alto nessa empresa era consultor sênior. Eu disse que queria chegar a consultor sênior e eles disseram: “você não pode desejar tão longe, você tem que escrever o que deseja e ir até a metade do caminho”.

Mas, eu disse: “você pode escrever o que quiser, mas eu não vou dizer que meu sonho é metade se ele é inteiro”. 12 anos depois, eu cheguei a consultor sênior da mesma empresa e ali fiquei mais dois anos. Depois, fui trabalhar em uma empresa de cartões de crédito, também multinacional, onde me tornei diretor adjunto de uma área ligada a minha experiência, que era o setor de cargos, salários e benefícios.

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Entrei nessa empresa em 1996 (o ano que conheci a minha esposa). Com quatro anos de trabalho ali, assumindo diversas áreas a cada ano, com novas responsabilidades, tinha 90 funcionários sob a minha responsabilidade com um orçamento de 300 milhões de dólares só de mão de obra de pessoas. Por causa do trabalho que fazia ali, alguns desafios existiam, como negociação com sindicatos, então, eu fui convidado a morar em Brasília para ser diretor de uma empresa de telefonia. Eu ficaria na sede dessa empresa definindo regras e políticas de salários, remuneração de executivos. Ali morei por quase dois anos. Depois fui transferido para Belo Horizonte, assumindo a direção geral de recursos humanos da operadora de telefonia móvel em Brasília, Minas Gerais e mais cinco estados do norte e nordeste do país. Foram mais dois anos ali até que, em 2003, voltei para São Paulo.

Ali encontrei mais um trabalho em recursos humanos de outra multinacional de telefonia americana e trabalhei nessa empresa por cinco anos. A empresa estava falindo quando entrei e o presidente chamou uma nova diretoria para resgatá-la e fazer dela um sucesso. Nós transformamos aquela empresa em resultados de ações no mercado em cinco vezes mais do que quando chegamos, foi um sucesso!

Em 2003, quando voltei para São Paulo, foi quando Deus começou a falar comigo sobre ministério. Fazendo um contra ponto da profissão com a fé, eu aceitei o Senhor em 1997, o ano que casei com a Teresa e, depois de casado, eu vi a fidelidade dela e fui na igreja entregar a minha vida ao Senhor.

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Sempre procurando conhecer mais de Deus, da Palavra, estudando sempre. Nas igrejas pelas quais passei, eu sempre procurava estudar a Palavra e ensinar o que eu aprendi. Em 2003, Deus falou comigo que eu me preparasse por cinco anos e depois dedicasse meu tempo a obra do Senhor. Chamei a minha família naquele momento, falei sobre aquilo que Deus havia me comunicado para que eles se preparassem também. Eles ficaram surpresos, mas sabiam que eu era um homem de palavra.

No início de 2008, o presidente da empresa que eu trabalhava me chamou e falou: “Olha, você me disse qual seu plano de vida e eu vou lhe ajudar. Fica mais seis meses na empresa e eu vou lhe dar um ano de salário para você começar a igreja que Deus lhe falou para começar”.

Detalhe: ele era um homem ímpio, que não conhecia das coisas do Senhor, mas eu creio que se Deus pode tratar com uma mula, uma pedra, Ele pode tratar com um homem que ainda não o conhece, mas que pode ouvir e saber que coisas do Senhor estavam sendo feitas através daquela decisão.

Então, começamos a orar, percebemos o ok, chegou o tempo. E agora, Senhor? Deus me direcionou ao apóstolo Bud Wright. Eu já tinha me formado no Rhema entre 2006, 2007 junto com a minha esposa em São Paulo. Já conhecíamos o Ministério Verbo da Vida. Em 2008, eu fui procurar o apóstolo Bud e o bispo Guto para que eles fossem meus líderes espirituais. Queria que o Ap. Bud Wright fosse meu pai espiritual.

E o apóstolo Bud me perguntou por que eu não queria ser Verbo da Vida?

E respondi: eu não vim aqui pedir isso, vim pedir que o senhor seja meu líder espiritual.

E ele disse: você sabe da unção que Deus me deu e aquilo que Ele me chamou para fazer?

Falei: tenho um pouco de conhecimento, mas gostaria de conhecer melhor…

Ali, ele me explicou que Deus o enviou para o Brasil para trazer a Palavra de Deus e libertar o Seu povo.

Ali ele me disse: se você quiser ser Verbo da Vida, poderá ser.

Então, eu dediquei um tempo em oração e senti muita paz e alegria no Senhor em estar vinculado oficialmente como Verbo da Vida. Quando eu o comuniquei da convicção no meu espírito, ele disse: Então, pode começar! Em 2009, iniciamos a Igreja Verbo da Vida na Lapa.

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Os meus maiores referenciais são aqueles que, pela fé, alcançaram resultados de vida, fé e palavra antes de mim. E como meu grande referencial, a vida e obra do Ap. Bud Wright, aquilo que ele fez, o que deixou de legado, mas mais do que tudo, a vida de integridade, de fé e de amor que ele teve. Eu sei que muitos podem falar dele de acordo com a sua experiência, eu posso falar da minha experiência, ele me amou ao ponto de me dizer o que eu precisava ouvir para que eu não andasse no erro.

Além dele, o Ap. Guto Emery é um exemplo de alegria, motivação, exemplo de pai, esposo, de líder… Uma coisa que aprendo ainda hoje com ele é não desistir das pessoas. Não desistir de crer em coisas maiores, não desistir de ter sonhos grandes.

Minha esposa é uma referencial de mulher de fé, ousadia, mulher que busca ao Senhor. Esses são os meus principais referenciais, mas tenho vários outros.

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Meus filhos são todos uma benção. Eu creio que eles foram gerados em amor. Hoje, entendo que foram gerados para um propósito. Alguns já descobriram os planos de Deus e outros estão no processo de descobertas. Posso destacar dois que já conhecem os planos de Deus para a vida deles. O nosso filho mais velho, Marcelo Starck, é diácono e serve como músico, é casado com Fabianna e eles tem um filho chamado Mateus. Um menino de Deus e formam uma família abençoada.

Outro que já descobriu seu chamado no Senhor é o mais novo, Tiago Starck, é um dos pastores assistentes na Lapa, diretor do Centro de Cura lá. Ele é casado com a Erika e terão em breve uma filhinha chamada Laura. O Tiago, por ser o homem mais novo e por ter convivido mais tempo comigo e com Teresa (porque os outros casaram antes), ele foi o que mais pegou da unção. Parte profética da mãe e parte pastoral e de ensino minha. Na verdade, ele junta não só a chamada ministerial, mas também na sua vida, caráter, na sua forma de conviver, de se relacionar e se expressar, ele é o melhor de nós. Melhor de Teresa e de Francisco.

Temos o Marcio que é o do meio e a Emily, a minha filha mais nova, que eu creio que, em breve, descobrirão o chamado de Deus na vida deles. Poderemos falar mais, mas todos já são pessoas de caráter e isso me alegra muito.

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Eu creio que um homem não pode andar sem fidelidade. Ele deve andar em amor. E isso quer dizer: amar, perdoar, dar oportunidades, saber esperar o tempo… Uma coisa que me chama muito a atenção é o servir. Eu valorizo muito o servir a Deus. O próprio Jesus disse que aquele que quer ser maior, sirva. Então, valores como o amor, a fidelidade e o serviço são valores essenciais em um homem. O servir, seja a Deus, ao ministério, seja ao corpo de Cristo, às pessoas, seja a um irmão que precise….

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Eu sou um sonhador. Já visitei 22 países. Todos os lugares que sonhei, já fui. Mas continuo sonhando com coisas maiores, mas a maturidade me ensinou a sonhar e planejar para chegar lá. Sou um homem de fé. Eu não desisto da fé, não desisto de Deus, não desisto de acreditar nas pessoas, mesmo aquelas pessoas que não estão no nível de maturidade que nós gostaríamos, eu não desisto. Sempre olhando para elas e procurando vê-las como Deus as vê. Não olhando defeitos e dificuldades. Mas, olhando o homem e a mulher de Deus que ali existem. Sou um homem disponível e pronto para aprender. Eu já aprendi muito algumas coisas, mas tenho grande expectativa de aprender muito mais. Quero estar sempre sensível à voz do Senhor para aprender, porque eu não quero errar. Errei muito na vida, primeiro por não conhecê-Lo e depois de conhecê-Lo um pouco, não ouvi-Lo, mas tenho procurado conhecer mais e obedecer mais. Essas são as duas chaves para alguém andar bem.

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Dentre tantas viagens que fiz, quero destacar uma que fiz com a Teresa por quatro países. Um dia, minha esposa estava pregando e Deus deu uma palavra a ela. E era que nós iríamos ainda naquele ano para Dubai, Coreia do Sul e Japão. A palavra se cumpriu, nós fomos naquele mesmo ano e incluímos Hong Kong, que não estava na visão, mas eu decidi incluir, porque era caminho. Chegando em Hong Kong percebemos que não deveríamos ter ido, porque o ambiente espiritual é horrível. Vimos uma opressão naquele lugar, não era o tempo de estar ali, mas posso dizer que Dubai é parecido com o céu (risos), lugar de riqueza, beleza, lugar onde não há falta. Coreia do Sul nos chamou atenção pela fé, fomos em uma igreja lá pela manhã com 6 mil pessoas no culto e já era o terceiro culto do dia, nós vimos fé, alegria e unção naquele lugar. No Japão, encontramos o nosso irmão Jusciê, passamos o natal com eles, com a família deles. Ir ao Japão era um sonho meu de infância. Eu estive em um lugar que sonhei por mais de 30 anos. E pude confirmar tudo aquilo que eu sonhava, um lugar de qualidade, tecnologia, organização, um lugar de regras, um lugar que tem hoje uma oportunidade para o reino de Deus expandir muito rapidamente. O Japão não está fechado para o Senhor. Alguns pensam que há frieza, mas eu creio que existe favorecimento naquele lugar para a Palavra de Deus avançar. Essa foi a viagem que mais me impactou, porque ela nasceu de uma palavra profética, cumpri um sonho de infância e vimos coisas que eu creio que foi Deus nos mostrando o que ainda está por vir…

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O que me motiva e me alegra, hoje, é preparar uma geração para ir muito além daquilo que eu fiz ou daquilo que já realizei. Meu prazer hoje é ver filhos espirituais e naturais alcançando lugares maiores e melhores do que eu alcancei. Mas, não vou facilitar a vida deles, eu vou continuar crescendo, avançando. Mas, Quero vê-los fazendo maiores obras, amando e abençoando mais pessoas.

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