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DIÁRIO DE BORDO: Auxílio às vítimas tem sido extraordinário

Carolline Montenegro compartilhou testemunhos de voluntários e a participação no excelente trabalho realizado pela Igreja em Novo Hamburgo.
Culto em um salão de festas

A jornada de Carolline Montenegro continua em Novo Hamburgo (RS). Desta vez, ela participou de um culto e ação social. Aproveitou e conversou com algumas das voluntárias da igreja local que tiveram suas casas atingidas. Confira o seu Diário de Bordo:

Voluntária Bruna

Durante todo o dia, famílias chegam à igreja e escolhem o que estão precisando. O local se tornou um ponto de apoio, e se transformou em um grande galpão desmontado para receber as doações. O atendimento ao público ocorre três vezes por semana e, nos dias de culto, eles colocam as cadeiras e depois as recolhem.

Uma das pessoas da igreja local, Bruna, teve a casa da mãe atingida: “A gente teve noção da força da água quando entramos dentro da casa e vimos móveis e geladeira sendo arrastados, teve coisas que foram parar no meio da rua. Paredes e muros caíram. A igreja foi muito rápida em fazer tudo, desde as primeiras necessidades que surgiram, com alimentação e resgate. Os voluntários atuaram com força no que realmente precisava na cidade. Temos esse cuidado e amparo, não só em levar os mantimentos, mas também no cuidado emocional com as pessoas”.

Voluntária Dona Rosa

Quem também me contou o que aconteceu foi Dona Rosa, membro da igreja local. Ela teve a casa atingida e também está como voluntária: ‘Perdemos praticamente tudo, mas estamos todos bem. Estar aqui ajudando é a melhor coisa que tem. O tempo passa e não temos tempo para pensar no que passou’.

Voluntária Mônica

Outra voluntária que teve a casa afetada foi Mônica. Ela congrega em Novo Hamburgo há quase dois anos e contou que já passou por quatro enchentes em sua cidade. “Em todos os momentos a igreja sempre nos supriu e nos ajudou. Nunca tinha perdido todas as coisas. Mas, desta vez, a água bateu 3,37m e a minha casa ficou submersa por 21 dias. Isso fez com que mexesse na estrutura e a gente teve que sair dela, pois não tem mais como morar lá”. Mônica ganhou todos os móveis e recebeu o valor de três meses de aluguel ofertado pelos irmãos da igreja. “Eu amo estar no meio dos voluntários ajudando, levando uma palavra para pessoas que se sentem tão frágeis. A igreja está fazendo um papel extraordinário aqui em Novo Hamburgo”.

Vejo as pessoas da igreja alegres e unidas, não reclamam do cansaço e estão sempre disponíveis para servir. Elas estão há 30 dias organizando as coisas e servindo às vítimas das enchentes. 

“Hoje eu estou bem emocionada de pensar no que esse povo está vivendo. É uma coisa que a gente que está longe, não consegue nem imaginar.”

As pessoas de alguns bairros daquela periferia perderam tudo e, assim, são pessoas que não tem perspectiva de nada, porque já não tinham nada. Tem algumas cidades que foram atingidas 80%, tanto o rico quanto o pobre foram atingidos.

Também fomos em outro bairro onde as pessoas não têm nada. Fico pensando como é que vão se reerguer? Esse é o sentimento que tenho de: meu Deus, por quê? O que a gente pode fazer? Como é que a gente pode se mover diante dessa situação? 

É isso que estou sentindo!

Cheguei agora a pouco das atividades de distribuição de cestas, foi um dos bairros mais atingidos aqui de Novo Hamburgo e o cheiro é muito muito forte de entulho, um cheiro estranho, azedo… Vou ministrar para um grupo no meio da rua. Renata pediu para eu dar uma palavra de vinte minutos e também vamos distribuir cestas básicas. Uma pessoa soube e disse que tem um salão de festas e emprestou pra gente. Esse salão de festas foi atingido de água até o teto, tanto que tem alguns bocais e algumas lâmpadas que não funcionam porque queimaram por conta da água.

Hoje a gente também foi no bairro chamado Palmeira, um dos mais atingidos aqui. Foi um dos últimos que baixou o nível da água. Teve ação social e foi maravilhoso. Mais de setenta pessoas estavam no local e estavam muito abertas para receber a Palavra de Deus. O povo estava muito receptivo, choraram muito durante o louvor e a ministração. Você vê que eles estão bem “sedentos”, como se estivessem se afogando e precisassem de alguém puxando eles. 

A sensação que tive foi essa: “alguém me resgate desta dor”. Glória a Deus que as pessoas estão recebendo a Palavra com o coração aberto. Uma mulher que recebeu Jesus durante o culto na rua, foi resgatada de barco pelo pessoal da igreja e voltou para agradecer. Tenho visto reencontros, pessoas que faziam tempo que não se viam e falavam sobre a esperança de estarem vivas e poderem recomeçar.

Por onde tenho andado, todas as casas têm entulhos na frente e por isso o mau cheiro. Na terça, das 70 pessoas presentes no culto, umas 40 receberam Cristo. Essas pessoas choravam o tempo todo durante todos os momentos. Você só consegue perceber o que realmente está acontecendo aqui, vindo pessoalmente. 

Entulhos no bairro atingido

O bairro onde fui acolhida aqui não foi atingido, e percebo frieza da parte dos moradores, como se não estivessem se importando com as pessoas dos bairros atingidos. O pessoal da igreja também já percebeu esse comportamento e por isso continuam trabalhando todos os dias. Percebo o semblante das pessoas que vem pegar os kits, de muita dor, tristeza e vergonha. Muitas chegam desconfiadas. O trabalho que tenho feito é braçal mesmo, um pouco cansativo, mas muito recompensador. A sensação é que estou aqui há uma semana.

Leia o Diário de Bordo anterior e fique por dentro de tudo o que está acontecendo na missão de Carolline Montenegro no Rio Grande do Sul.

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