“Mas eu digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem” Mateus 5:44
Meus olhos estavam cheios de lágrimas enquanto Karina me contava suas recentes experiências na Turquia. A amiga missionária relatava, cheia de alegria, o tudo o que viu e seu desejo de retornar para transformar as vidas sedentas naquela nação. Assim que chegou no país ela conheceu uma moça muçulmana que iria lhe dar aulas do idioma turco. Quando soube que Karina era cristã, Ana (como iremos chamá-la aqui), ficou logo arredia e colocou como condição para dar as aulas que Karina não tentasse pregar as doutrinas cristãs a ela. A brasileira aceitou as condições e confiou que o Senhor lhe daria estratégias. As semanas passaram e Karina encontrou meios de quebrar o gelo no coração da moça e fazer com que ela mesma se interessasse por saber mais do Deus verdadeiro a quem servimos. E ali, enquanto conversávamos, uma parte da história que ela contava ficou gravada em minha memória e gostaria de compartilhá-la:
“Na minha despedida, disse ela, Ana olhou em meus olhos e perguntou: – “Karina, como seria se eu fosse para sua igreja no Brasil?”, “Seria muito ruim” – Karina respondeu brincando. – “As pessoas iriam querer te dar muitos abraços e coisas simplesmente por dar, e iriam te amar de graça” Então Ana, parou, pensou, e me olhou. “Vocês viriam para cá? Tem mais pessoas que querem vir por nós?”, “tem muitos como eu que querem vir até vocês, amar vocês”, explicou ela. Mais alguns minutos de silêncio. “mas meu povo mata vocês Karina”, “sim, nós sabemos, mas nós amamos vocês independente disso” ela ficou agitada, emocionada e disse: “Karina, você sabe que não posso largar minha religião” e logo mudou de assunto.
Sim, nós sabemos. Sabemos que a Igreja perseguida é uma realidade. Sabemos que centenas de cristãos estão presos, condenados em esconderijos e/ou correndo riscos de morte. Sabemos que muitos não possuem liberdade de culto, não têm o direto de possuir uma Bíblia, passam fome e privações. Mas sabemos também que por dia milhares morrem em países fechados ao evangelho sem conhecer a Cristo. Existem almas indo para o inferno por viverem uma mentira, por simplesmente não terem o direito de saber que são livres. Todos os dias milhares perseguem a Igreja por acreditarem ser o certo, porque estão presos à deuses que os escravizam e exigem sacrifícios em troca de recompensas.
Logo, ao olharmos para a igreja perseguida nos deparamos com dois fatos importantes: De um lado os cristãos perseguidos, de outro os perseguidores. Nossas orações possuem papel importantíssimo nos dois casos. No primeiro, devemos orar por coragem aos que vão, força e perseverança, sabedoria e estratégias divinas para que cumpram o propósito de Deus em suas vidas. Por livramentos e parceiros fiéis tanto na interseção quanto no financiamento, também devemos clamar missionários se rendendo ao chamado para evangelizar estes povos.
Quanto aos perseguidores, a Bíblia nos ensina a amar e orar por eles (Mt 5:44, Rm 12:14). Saulo era um cruel perseguidor da Igreja e, após se converter em Paulo, escreveu mais da metade do Novo Testamento Bíblico. Existe grande poder na conversão de perseguidores, se eles são fiéis a deuses tão ruins, quanto mais o serão a um Deus bom que os salva pela graça? É essa consciência que precisamos ter ao orar por suas vidas. Intercedendo para que sejam alcançados de todas as formas possíveis, tenham suas vidas transformadas e se tornem ganhadores de almas. Para o número de convertidos nestes países perseguidos cresça, dia após dia, cada vez mais, pois o dia do Senhor está próximo.
Devemos acelerar, intensificar nossas orações, e, principalmente, entendermos que a Igreja Perseguida não é uma realidade distante. Afinal, somos todos membros do mesmo corpo. Se perseguem a um de nós, então todos somos perseguidos. você á a Igreja perseguida, mas também é a Igreja que ora, e suas orações podem muito.